1. Após mais de 2 anos de ausência do mercado para esta “maturidade”, a República Portuguesa voltou ontem a colocar dívida ao prazo de 10 anos (10,5 para ser mais preciso), num montante de € 3 mil milhões e à taxa de juro média de 5,669%.
2. Convenhamos que ainda não é dinheiro muito barato para um emitente soberano; todavia, tendo em conta a situação dramática que vivemos há precisamente 2 anos, no crepúsculo final do “delirium socrático”, quando nem pagando 20% ao ano conseguiríamos crédito...há que reconhecer que se percorreu um caminho considerável de então para cá.
3. Muitos comentários sobre o tema foram já produzidos, de uma forma geral elogiosos – nomeadamente de fontes crescimentistas, o que se saúda como demonstração de impecável fair-play – pelo que não nos vamos deter nessa apreciação.
4. Interessa-nos mais, nesta altura, recordar o anúncio feito pelo BCE, no início de Setembro de 2012, do lançamento do chamado programa OMT’s – Outright Monetary Transactions – que envolvia uma promessa de intervenção do Banco no mercado secundário da dívida pública dos países do Euro que, (i) estando sujeitos a programas de ajustamento económico e financeiro, (ii) fossem considerados em situação de cumprimento dos objectivos estabelecidos nesses programas e (iii) tivessem conseguido dar os passos necessários para o regresso aos mercados da dívida.
5. Pois bem: neste momento tanto a Irlanda, em primeiríssimo lugar, como agora Portugal (desde que concluída a 7ª avaliação do Programa, ainda não encerrada como sabemos), satisfazem os requisitos enunciados pelo BCE para o funcionamento do programa OMT.
6. O desencadeamento do programa OMT’s poderia ter como efeito, possivelmente, que a yield sobre a dívida portuguesa a 10 anos, que tem andado nos últimos dias a “flirtar” os 5,5%, baixasse para a casa dos 4% - não muito acima do nível a que se situam as yields das dívidas espanhola e italiana - o que daria ao País novo fôlego para novas emissões de dívida a prazos mais longos melhorando o perfil temporal do “stock”.
7. Aguarda-se pois, com alguma expectativa, uma posição do BCE sobre este tema...se o BCE vier dizer, por hipótese, que só poderá intervir no mercado, ao abrigo da “promessa OMT”, quando os países considerados tiverem normalizado por completo a sua relação com o mesmo mercado, justificar-se-á perguntar, então: para que serve afinal o programa OMT’s? Para inglês ver?
Juros a 5,669%, parece-me um investimento bastante apelativo, estimado Dr, Tavres Moreira.
ResponderEliminarAlém disso, esta operação vem reforçar a minha simpatia pela D. Branca, a conhecida "banqueira do povo". Essa Senhora, que considero mártir da alta finança, tinha ao menos o sentido de democracia apurado e, tanto recebia dinheiro de ricos, como de pobres, já o nosso governo... só brinca com os mercados; aos cidadãos do seu país, não dá abébia nenhuma.
Como se vê no exemplo dos Certificados de Aforro.
É verdade, caro Bartolomeu. Podiam pagar os funcionários públicos com títulos destes. A festa seria em grande, de tão bom investimento que é.
ResponderEliminarEsta operação vou sempre classificá-la como um sucesso porque eu, nem à do Benfica fui que era a 7.5%, quanto mais à da república portuguesa...
Óh Tonibler, o meu Amigo está completamente desprovido do alto e nobre sentido de patriotismo e, completamente descrente da TÃÃÃO anunciada... perdão, quis dizer adiada recuperação económica do país.
ResponderEliminarA questão parece-me ser não tanto do BCE mas mais do nosso lado. É que ainda não conseguimos que a 7ª avaliação fosse fechada (e o correspondente cheque de 2 mil milhões fosse enviado para Portugal. E porque é que a 7ª avaliação não está fechada? Porque os nossos politicos ainda não tiveram a coragem de se comprometer com os cortes definitivos de despesa que permitam fazer baixar o défice do Estado para valores aceitáveis. Vejam-se as tergiversações dos últimos dias entre o PSD e o CDS, isto para já não falar na irresponsabilidade do PS, qie nos colocou na bancarrota e agora se nega a apoiar as medidas necessárias para nos tirar de lá. Esses cortes são também exigidos pelos nossos credores, para continuarem a apoiar-nos financeiramente, pois não há outra fonte de financiamento.
ResponderEliminarObrigado.
Francisco
Caros,
ResponderEliminarEsta emissão a pagar 5,7% só faria sentido se existisse alguma estratégia de crescimento económico em elevado grau de execução.
Como não temos nada em curso, o que se passa é muito mau , com queda de 6% no consumo e queda de 8% na Industria .
E a média trimestral é um desastre completo :
Segundo os dados do INE, no primeiro trimestre de 2013, o índice das vendas na indústria nacional diminuiu 5,9% em termos homólogos. No trimestre anterior a redução foi de 3,7%.
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/industria/detalhe/vendas_na_industria_registaram_em_marco_a_queda_mais_acentuada_dos_ultimos_cinco_meses.html
Renovo o apelo ao Ilustrisso Tavares Moreira para que equacione mudar de campo e seja o porta voz de uma nova politica economica, baseada na ciencia e não em mitos.
Como ex- Governador do BdP e Gestor Bancário conhece bem a realidade , ao contrário dos "maus" professores e investigadores que dirigem e dirigiram a politica economica de Portugal nos ultimos 22 anos.
"há que reconhecer que se percorreu um caminho considerável de então para cá"...mas qual caminho??? de cortes estruturais ainda não se viu nada. E certamente que a febre por yields tem aqui um grande papel.
ResponderEliminarJá agora a esta hora já temos reacção do BCE. Ahhh sim mas que também, mas só isso não chega. Para quando a percepção pelos mercados que o anuncio de OMT é só para iludir???
Pois não Francisco, não hà outra fonte de financiamento, porque na realidade vivemos subordinados ao poder de uma ditadura financeira. Uma ditadura policéfala, que comanda vários braços, os quais se estendem, apertam e asfixiam, visando a completa e total inanição dos países de sul da europa.
ResponderEliminarEm "500" passámos pelo mesmo, mas tinhamos o mar e a arte suprema de saber marear, o que nos permitiu não sucumbir à pressão inglesa e espanhola.
Em 2013, não hà mundo para descobrir e para conquistar, mas também não quero deixar-me invadir pelo desalento e acreditar que o nosso futuro, o nosso cumprimento como povo e como nação, será a submissão aos países ricos, nossos credores e à consequente situação de escravos.
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarEmbora confortado com esse seu entendimento de se tratar de um investimento bastante apelativo - esperando que não perca a oportunidade de aplicar algumas das suas poupanças no produto em causa, aproveitando o mercado secundário e enquanto a cotação está "fresquinha" - eu não me sinto suficientemente motivado para uma aplicação a esse prazo (e com o pricing conhecido, apesar de "apelativo")...
Caro Francisco,
Se leu bem o Post, terá reparado que deixei lá a ressalva da conclusão da 7ª avaliação - que admito seja um assunto de "lana caprina" na sua perspectiva mas que, na minha opinião pelo menos, é um pouco mais complicado...
Caro Unknown,
Terá estado provavelmente em sono profundo durante estes dois anos, no seu pleníssimo direito de resto, mas que alguma coisa mudou, mudou mesmo...
Só um louco furioso, que aliás não compareceu, emprestaria 10 Euros à República Portuguesa, pelo prazo de 10 anos, por alturas do final de Abril de 2011...
A graça toda, Sr. Dr. T. Moreira, é que se embandeirou em arco, pelo facto de termos podido ir aos mercados contrair mais dívida e mais juros de dívida.
ResponderEliminarO país está muribundo, mas contentinho.
É verdade. Incrível como o país ainda embandeira em arco por poder pagar os ordenados de funcionários públicos e as pensões de maio de 2013 ainda no decorrer do presente mês.
ResponderEliminarMelhor seria que nos deixássemos disso, e pagássemos os ditos ordenados e pensões em certificados de aforro da série C, à taxa de 3.177%, solução bem mais sustentável para a economia portuguesa.
É, Tavares Moreira está feliz porque se conseguirrou mais dinheiro(divida) para torrarimentar com os coleguinhas em altas farras!!
ResponderEliminarA divida crescimentou
O desemprego crescimenta
O consumo decrescimenta
A produção decrescimenta
E Tavares Moreira e os coleguinhas crescimentam o barrigão
Caros,
ResponderEliminarRelembrando numeros :
Despesa Publica sem EPR = 75 mil milhões
Deficit 6% = 4,5 mil milhões
Porque não pagar a partir de agora o deficit em titulos a 3% a 3 anos ?
Ou seja todos os meses 6% dos pagamentos eram em titulos e livramo-nos dos mercados ?
Sobre isto, oferece-se-me fazer minhas as palavras de Rita Hayworth: «Todos os homens que conheci foram para a cama com Gilda, mas acordaram comigo.»
ResponderEliminarNão percebo porque preferem endividar-se a 5,6% quando a troika empresta a juros bem mais baixos e com prazos mais longos. Não é preferível continuar a viver com o dinheiro da troika? Se o dinheiro vem da troika ou do OMT, a diferença não é grande.
ResponderEliminarNão. A troika é para ir embora. O Louçã tanto pediu que agora ele paga o diferencial.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarPermita-me que observe o facto de o meu Amigo se situar naquela posição do "prende por ter cão e prende por não ter"...
Até aqui eramos maus nem conseguíamos emitir dívida no mercado; agora que conseguimos ultrapassar esse obstáculo, somos maus porque emitimos dívida e parece que toda a gente está contente com isso(eu não estou contente nem triste, estou como estava antes, expectante...)!
Quanto à sua referência aos Certificados de Aforro (CA's) seria de esperar que o meu Amigo, atento e respeitado analista social, estivesse mais actualizado em relação à evolução recente das "emissões-resgates" dos CA's!
Caro Paulo Pereira,
Défice de 6% (do PIB, por suposto) não é igual a € 4,5 mil milhões mas sim a € 10 mil milhões...
Mais uma vez o efeito Galambino?
Caro Nuno,
Essa da Troika empresta a juro mais baixo e portanto "toca" a usar o crédito da Troika em vez dos mercados até tem piada...como se fossemos nós, unilateralmente, a determinar quando, por que montante e em que condições a Troika nos empresta fundos!
Como piada não está má, até pode lembrar tal ideia ao Prof. Galambino, que ele deve apreciar!
Caro Nuno Cruces,
Essa ideia é muito próxima da sugestão do Paulo Pereira para a emissão de IOY's como nova forma de emissão monetária...
Só falta saber, no caso dos IOY, em que moeda seriam expressos, há quem defenda a denominação em bolivares, dolares do Zimbawe (cuidado que o Paulo Pereira não gosta mesmo nada) ou em pesos argentinos, neste último caso com a vantagem de ser uma moeda bem fraquinha que está promovendo rápido progresso no País em que tem curso legal...
Caro Tavares Moreira, tem razão no valor do deficit ser proximo dos 10 mil milhões.
ResponderEliminarO que eu queria dizer seria pagar 50% do deficit em titulos directos e o restante de forma "habitual" levantando divida nos mercados.
Tendo em conta que a despesa é 50% do PIB , misturei os valores.
Não entendo se a sua oposição à utilização de titulos para pagamentos é filosofica ou economica , e muito menos a questão da sua cotação ser feita em Euros, como é feita agora.
Permita-me uma rectificação, estimado Dr. Tavares Moreira; a minha posição não é de prender por ter, ou não ter cão.
ResponderEliminarA minha posição é, e sempre foi, a de prender porque geriu fraudulentamente os dinheiros públicos, ou porque praticou burla, ou porque arruinou e causou a desgraça que nos obriga à sujeição de recorrer aos mercados, ou seja, ao endividamento. Endividamento que, tanto eu como o Senhor, havemos de estar a "fazer tijolo" hà décadas e ainda se manterá.
PS:
ResponderEliminarLembrei-me agora destes versos de Camões, os quais com o necessário ajuste nas previsões temporais e nominais, se ajusta, creio, ao espírito da "questão.
Setenta anos de pastor Portugal servia
O Capital, pai de Banca, sedutora e bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Banca lhe dava Divida.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua usurpadora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros setenta anos,
Dizendo: — Mais servira, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!
Pois, caro Bartolomeu, primeiro terá que se entender quem impediu o julgamento da fraude contabilística que, se for feita por um governo, se chama "desorçamentação". De acordo com a república portuguesa, se eu me roubar a mim mesmo aldrabando a contabilidade sou preso, mas se desorçamentar aldrabando 10 milhões de pessoas, 1 milhão delas na miséria, sou professor universitário.
ResponderEliminarMas isso não faz parte da república, não foi exactamente isso que faliu?
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarA minha opinião em relação à utilização de títulos para pagamento (IOY's), na falta de cash, não é de oposição mas de dúvida, dúvida metódica, aquela mesma que tanto inspirou o grande Descartes...
A minha dúvida quanto à denominação em Euros deriva do facto, comezinho, de o ilustre comentador ter advogado a introdução dessa nova moeda/títulos em substituição do Euro: como conciliar a saída do Euro e persistir na sua utilização na denominação dos IOY's é a grande questão, que me atormenta...
Eu admito que o Senhor, do alto da sua prodigiosa imaginação e criatividade, não vislumbre aí qq dificuldade; mas eu, mas cá por baixo e preocupado com os detalhes, vislumbro...
Caro Bartolomeu,
Não precisava de utilizar a filosofia dos "outdoors" do BE para explicar as origens do endividamento público...há fontes de informação bem mais decentes e credíveis do que essa...
Não deixo de citar, a propósito das suas observações, um engraçado comentário de um juiz do Supremo Tribunal Americano, a propósito dos bancos considerados "too big to fail" (foi esse o infeliz ou mesmo dramático entendimento do governo português, da época, que levou à precipitadíssima nacionalização do BPN).
O dito juiz acrescenta à expressão "too big to fail" a seguinte "and too big to jail"!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarTrata-se apenas de um pequeno "salto" mental .
O processo normal mas apenas aparente , no financiamento de um estado é o seguinte :
1- Estado emite divida e depois gasta, mas falta a resposta á pergunta de onde veio o dinheiro inicial para comprar a divida.
2 - Mas num sistema com Banco Central, o que se passa é que o Banco Central para manter as taxas de referencia, compra titulos e "imprime" moeda
3 - Consolidando as duas entidades , Estado + Banco Central, o que se passa é que o Estado apenas gasta pois o dinheiro acaba por ser gerado no Estado via Banco Central
4 - Basicamente é um mecanismo para dar "confiança" á economia.
5 - No caso actual o pagamento em titulos encurta o processo.
6 - Para manter o Euro, mantêm-se uma cotação dos titulos contra o Euro
7 - Para reduzir o risco de imcumprimento e assim a taxa de juro sobre-colateriza-se os titulos, o que cria uma realimentação positiva no sistema.
8 - Não fui eu que inventei isto obviamente, o autor inicial é de certa maneira JM Keynes, mas foi colocado de forma explicita por Abba Lerner em 1943.
Quando o Estimado Dr. Tavares Moreira classifica os meus argumentos, indecentes e mentirosos, conectando-me com as filosofias do BE, obriga-me a uma declaração de interesses; nunca fui militante de qualquer partido político, antes e depois de 25 de Abril. Após esse período, simpatizei com políticas que me pareciam voltadas para a defesa dos direitos humanos e simultâneamente empenhadas na criação de melhores condições de vida para todos os portugueses.
ResponderEliminarHà pouco mais de duas décadas, deixei de acreditar e em consequência, de votar.
Penso que as minhas opiniões nunca foram fruto de influências políticas. Hoje, tenho a certeza absoluta que elas têm origem e ganham forma, sintéticamente, naquilo que os meus sentidos identificam como sendo a realidade palpável e confirmável, no entanto, observando sempre, algum pragmatismo.
Caro Dr. Tavares Moreira,
ResponderEliminarParece-me mesmo tratar-se de "bluff" do Draghi. De qualquer modo, no mercado secundário, que é onde o BCE diz que vai intervir, a taxa de juro praticada tem continuado a cair, e pelo aspecto do gráfico ainda vai acelerar mais a queda...
http://www.bloomberg.com/quote/GSPT10YR:IND
Cumprimentos e obrigado pelas "postagens" sempre interessantes, pertinentes e bem humoradas.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarEstá muito difícil de penetrar, esse modelo monetário e financeiro...o Senhor reduz todo aos Bancos Centrais criadores de moeda e ao Estado agente de despesa...onde estão e qual o papel dos demais agentes económicos e financeiros, foram riscados do mapa?
Caro Bartolomeu,
Mas por quem sois, meu Amigo, eu jamais seria capaz de classificar de "indecentes e mentirosos os seus comentários, pela razãp elementar que a consideração que o Senhor me merece exclui, liminarmente, esse tipo de observações!
Que coisa mais estranha, não me diga que é influência maléfica do tal Professor, cujo nome já nem me atrevo a pronunciar...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarApenas indiquei o fluxo monetário entre o Estado, Sector Privado e Bancos Centrais.
Contrariamente ao senso comum e mesmo ao que muitos livros de economia descrevem, o fluxo consolidado é como eu indiquei , num sistema standard.
O sector privado , incluindo empresas estatais comerciais, usa um fluxo adicional que é o crédito bancário.
Mas o crédito bancário, como sabe bem, repousa na base monetária e esta é criada pela compra de titulos pelos bancos centrais e repousa ainda na possibilidade dos bancos de ganharem liquidez (moeda) através de emprestimos junto dos Bancos Centrais.
No tema em causa , que é o funcionamento monetário de um estado, o crédito bancário não é determinante, ou acha que é ?
Mas qual é a sua duvida mesmo ?
http://en.wikipedia.org/wiki/Central_bank
Caro Bartolomeu,
ResponderEliminarMil desculpas pelo 2º parágrafo do anterior comentário, que não lhe era dirigido mas sim ao nosso também muito estimado Paulo Pereira!
Um erro de composição, resultante da interferência de telefonemas enquanto escrevia, deu nisto.
Espero que me releve!
A força da amizade genuína, prevalece acima de qualquer mal-entendido, meu estimado amigo Tavares Moreira.
ResponderEliminarCaro Tavares Moreira,
ResponderEliminarPoderá indicar-me quais as suas duvidas no que escrevi ou os meus erros nos fluxos entre estado, sector privado e banco central num sistema standard ?
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarEstou a lembrar-me de uma engraçada música e letra numa das recentes telenovelas brazileiras que às vezes vejo por simpatia e que reza assim: "Há dias que eu fico pensando na vida e sinceramente não vejo saída"...
Esse poema brazileiro aplica-se, como uma luva, às análises que venho tentando fazer sobre as suas elaboradíssimas, imaginativíssimas e criativíssimas digressões financeiras e monetárias: por mais que pense, sinceramente, não vejo saída...
Não encontro erros nas suas teses porque elas são tão etéreas, tão diáfanas, que não admitem erro: tudo nelas é harmomia, beleza, frescura, perfume, encanto, embora distantíssimas da realidade...
Julgo que um Mundo em que essas teses se pudessem aplicar sem restrições até seria bem melhor que aquele em que vivemos, mas o problema está aí mesmo: é neste que vivemos, por muito que isso nos desagrade!
Caro Blue Rider,
Acho interessante essa observação...a influência da política monetária alimenta-se muito de sinais, muitas vezes dispensa-se a acção, bastam mesmo os sinais...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarÉ estranho que qualifique as operações essenciais monetárias como imaginação e por outro lado diga que estão certas.
Uma contradição demasiado forte não acha ?
E já agora, até que limite de destruição economica pode um governo continuar o mesmo rumo ?
Poderemos ter mais 2 anos de PIB a cair e desemprego a explodir , ou seja 2013 e 2014 ?
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarEm sítio nenhum do meu anterior comentário encontra a afirmação de que as operações monetárias que sugere "estão certas" - em sítio nenhum, rigorosamente.
Vê como tenho razão quando me refiro à sua prodigiosa imaginação e capacidade criativa? Atribuindo-me afirmações de todo inexistentes?
Deixe-me acrescentar que não me sinto nada ofendido com isso, seria tolo se sentisse, apenas constato que o Senhor é o que se pode chamar em linguagem da parapsicologia um "criativo impulsivo e obsessivo".
Nada de mal, com certeza, a não ser o facto de, arrebatado pela superior força criativa do seu intelecto, nem se dá conta de que as suas afirmações nada têm que ver com a (triste, é certo) realidade que nos rodeia.
Mas olhe que isto é um elogio, plenamente sincero, que faço a muito pouca gente!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarPeço desculpa , interpretei mal as suas palavras dado que tem uma forma de expressão dificil para mim.
Aproveito a ocasião para lhe dizer que está errado e que eu estou certo e de forma a clarificar isto, vou tentar explicar de novo as operações monetárias essenciais num sistema standard :
a) Estado gasta dinheiro todos os dias e recebe dinheiro todos os dias
b) Em geral no final do dia existe um deficit
c) Durante o dia o estado emite titulos de divida que é comprada pelo sector privado com o dinheiro que o estado gastou nos dias anteriores
d) Durante o dia o Banco Central compra titulos de divida de forma a manter a taxa de juro pre-fixada, imprimindo moeda
e) O Banco Central pode ter a conta consolidada com o Estado
f) De forma a iniciar o processo normalmente o Banco Central compra aos sector privado uma quantia de ouro imprimindo moeda.
Este é o artigo de Abba Lerner sobre a questão do funcionamento efectivo dos sistema monetários modernos, "functional finance " de 1943:
ResponderEliminarhttp://k.web.umkc.edu/keltons/Papers/501/functional%20finance.pdf
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarO seu sistema de funcionamento do sistema de relações entre o Estado-Administração, o sector Privado, o Banco Central (na sua construção agindo em absoluta violação dos seus estatutos, caso se refira ao BCE, mas passemos por cima desse "detalhe"), tem bastante semelhanças com o funcionamento da conhecida montanha russa!
Devia ser emocionante e extremamente divertido experimentar nem que fosse só por um dia, pelo menos tinha a virtude de nos deixar todos bem dispostos durante umas horas, antes de entrarmos num choro convulso no final do dia...
As coisas não se resolvem com essa espantosa e cândida simplicidade que nos aparece no seu modelo...
Só para lhe dar um pequeníssimo exemplo da absoluta falta de consistência do seu "modelo" - apesar de se tratar de uma simpatiquíssima sugestão, não me cansarei nunca de repetir - o Senhor acha mesmo que os privados não têm mais nenhum destino a dar aos pagamentos que (supostamente) recebm do Estado-Administração, por serviços ou bens fornecidos, do que comprar dívida pública?
O Senhor parte do princípio que os privados não têm de pagar bens e serviços que adquirem a outros privados, de pagar juros e capital de empréstimos que contraem, que têm de pagar serviços que contratam, impostos com que são fustigados incuindo contribuições para a Segurança Social, etc, etc, etc.
E ainda que os ditos privados consigam realizar uma poupança, depois disso tudo, quem nos garante que querem emprestar dinheiro ao Estado e não preferemm dar-lhe outra aplicação, por exemplo comprando automóveis, barcos e aviões?
Vai-me dizer, em resposta, que o Estado nesse caso deveria obrigar os privados a comprar a dívida que emitisse, transformando o País numa espécie de colónia penal financeira?
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarNão é montanha Russa, é a realidade.
O caso do BCE é um pouco mais complicado que o standard dada a não unificação da divida publica.
Mas a questão que põe num sistema standard de moeda propria (quase todos os casos no mundo) é pertinente, mas que é de explicação fácil :
a) Estado gasta e recebe impostos e taxas e contribuições todos os dias e no fim do dia tem deficit
b) Estado emite divida e os juros vão subindo até que o juro é atractivo para o sector privado
c) Banco Central compra a seguir titulos para manter a taxa de referencia criando moeda.
d) Moeda criada é usada para comprar novos titulos
e) Privados A compram a privados B bens e serviços com moeda, mas no final do dia a quantidade de moeda é a mesma e determinada pelo banco central.
f) Ou seja é a taxa de juro que sobe de forma a incentivar os privados a comprarem divida publica.
Se pensar bem no assunto verá que não poderia ser de outra forma.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarSó mais dois detalhes? O que entende por taxa de referência supostamente resultante da intervenção (absolutamente ilegal, insisto) do banco central? Será uma taxa suficientemente baixa para que os privados deixem de se interessar pela compra da dívida pública?
A partir desse momento quem é que comprará dívida: os presidiários, em cumprimento de penas em que tenham sido condenados, ou os condenados a outro tipo de penas que solicitem a conversão das mesmas em financiamento ao Estado a taxa subsidiada?
Importa clarificar estes aspectos para melhor se poder aquilatar da viabilidade do seu modelo ilegal de financiamento do Estado.
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarO processo é legal e o usado na maior parte dos paises.
a) O Banco Central determina uma taxa de referencia para REPO, digamos 1%.
b) O Banco Central para manter esta taxa o que faz é ceder liquidez (REPO's é comprar titulos com opção de venda) .
c) Os titulos usados são de curto prazo normalmente e assim as taxas de curto prazo baixam
d) Os titulos de curto prazo são usados pelos bancos e outras entidades como quase-moeda porque podem ser usados nos REPO's
e) As taxas dos titulos de médio prazo e longo prazo que são detidas pelos particulares seguem uma escala de taxas baseadas nas de curto prazo acrescidas das expectativas de inflação e um premio de risco
f) O estado vai emitindo titulos com prazos que melhor satisfazem por um lado menor juro, por outro lado a procura do sector privado.
g) É sempre possivel o estado emitir apenas titulos de curto prazo e nesse caso a taxa de juro converge para a taxa de referencia.
h) A conclusão é sempre a mesma como não poderia deixar de ser :
SE A MOEDA É UM MONOPOLIO DO ESTADO E AS TAXAS DE JURO SÃO FIXADAS PELO ESTADO ATRAVÉS DO BANCO CENTRAL, ENTÃO O ESTADO PODE SEMPRE FINANCIAR-SE A TAXAS DE JURO QUE MELHOR SIRVAM OS INTERESSES QUER DO ESTADO QUER DO SECTOR PRIVADO.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarUm modelo de financiamento muito semelhante, quase idêntico mesmo, ao que aqui recomenda foi já utilizado em Portugal, com enorme sucesso estou lembrado, na segunda metade dos anos 70 e na primeira metade dos anos 80 em Portugal - tendo dado origem a dois programas de ajustamento (vulgo austeridade,embora nesse caso com uma componente cambial decisiva), em 1976/1977 e em 1983/4, acompanhdos de forte agitação social e de um fenómeno que curiosamente agora não tem intensidade semelhante nem aproximada (por razões explicáveis, aliás): a praga dos salários em atraso!
Trata-se, pois, de um precedente bastante estimulante para se repetir a dose!
Pela minha parte, e embora não tencionando participar por receio de enjoo, estou disponível para comprar já o ingresso e assistir a esse promissor espectáculo!!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarAcho que se esqueceu de referir que as crises de 1977 e de 1983 resultaram de uma insistência ilógica numa taxa de cambio do escudo irrealista.
Mal o escudo foi desvalorisado a economia ajustou em poucos meses.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarJá deu para entender que o ilustre Comentador tem uma tendência quase obssessiva (embora amigável e simpática, ressalvo mais uma vez) para confundir as cuasas com os efeitos.
Neste caso, o desajuste da taxa de câmbio não foi obra de nenhuma divindade maléefica, nem causa dos dsajustes da economia, bem pelo contrário foram os desequilíbrios da economia que colocaram a taxa de câmbio oficial em rota totalmente desalinhada da realidade!
Idem, idem - aspas, aspas, o que se passa hoje nos magníficos exemplos de moedas fracas, fortemente incentivadoras da actividade económica na sua perspectiva (não é assim?), da Argentina e da Venezuela (deste último País chegam hoje aliás notícias muito encorajadoras para a actividade económica e o poder de compra dos cidadãos).
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarOs governos existem para governar povos que existem na realidade e não para mudar os povos de forma quase revolucionária em quatro anos de mandato.
Em 1977 e 1983 era notório o desequilíbrio externo provocado por aumento da despesa do estado e pela subida do preço do petroleo que vinha já de anos antes.
A decisão de desvalorisar só foi tomada in extremis em ambos os casos desnecessáriamente.
Caso a desvalorisação tivesse sido progressiva em pararelo com restrição orçamental as crises teriam sido evitadas ou minimizadas.
Mesmo assim temos um crescimento nas décadas de 70 e 80 superior ao das décadas de 90 e 2000, além de menor desemprego.
As taxas de cambio devem ser ajustadas de forma a repor continuamente as diferenças de competitividade das empresas de transacionáveis, sob pena dos ajustes serem feitos pelo desemprego e pela pobreza.
O mundo de há 30 anos já era competitivo, mas o actual é muito mais, como se pode ver pela taxa de desemprego real que existe, já superior a 20%.
E como se vê, eu tinha razão em Outubro quando previ que as exportações iriam estagnar dada a falta de "incentivos" internos e muitos desincentivos.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarO Senhor está genuinamente convencido que as desvalorizações cambiais não afectam o rendimento real, ou seja não produzem igualmente um efeito de empobrecimento dos cidadãos cuja moeda corrente é desvalorizada?
Foi o Prof. Gambino quem lhe ministrou tais conhecimentos?
Quanto `asua "previsão" da estagnação das exportações, trata-se de uma descoberta sensacional, recordando-nos do que foram as taxas de expansão das exportações nos primeiros meses de 2012 e daquilo que habitualmente se designa por "efeito de base"...
E, ainda, conhece alguma taxa de desemprego que não seja real? Existe alguma taxa nominal que a essa se oponha?
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarEstou convencido porque os dados assim o demonstram nos ultimos 30 anos (ver Portugal 1983, Irlanda 1986, Finlandia 1992, Suécia 1992, R.Unido 1992, Itália 1992, Mexico 1994, Coreia do Sul 1997, Tailandia 1997 , Brasil 1999 , Islandia 2008 ) que as desvalorisações aceleram o crescimento economico ao fim de 12 meses em média.
A redução de parte do poder de compra de produtos importados é mais que compensada nestes casos pelo aumento do rendimento gerado pelas exportações e pela substituição de importações.
Os ganhos iniciais são depois amplificados pelas economias de escala ganhas pelas empresas de transacionáveis, criando um ciclo virtuoso.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarOs assalariados, afinal, eram exportadores (de bens ou serviços, supostamente), pagos em divisas? Onde descobriu tal coisa?
Sempre me disseram que eram pagos em Escudos, como tal sofrendo os efeitos corrosivos das desvalorizações sobre o respectivo poder aquisitivo...
Será que fui enganado e os salários na industria e serviços em Portugal seriam então pagos em dólares, libras, yenes, and so on?
Nesse caso, qual a vantagem competitiva das empresas com as desvalorizações do Escudo?
Estamos metidos num verdadeiro nó cego...
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarNesses casos de desvalorisações (existem mais casos semelhantes), ao fim de 12 meses a economia começa a crescer, os salarios sobem em geral e o nivel de emprego aumenta.
Em oposição, na actual estratégia austerista com moeda forte, os salários baixam em geral e o nivel de emprego desce também, e já passaram 36 meses no caso da Irlanda e 24 meses no caso português.
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarUm dos problemas principais das teses economicas neoclassicas é que não têm em conta que as empresas , especialmente as industriais, obtêm e procuram continuadamente economias de escala e que isso cria um processo dinâmico ao longo dos anos que se vai acumulando.
Este efeito é cada vez mais forte dado que foram eliminadas as tarifas e outras restrições ao comercio internacional que existiam antes e que protegiam em parte as empresas "domesticas" e dando tempo para aumentar a sua competitividade.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarDeixando-nos de teorias, que nos proporcionam escasso alimento, ocorre perguntar o que é que esse fenómeno das economias de escala - tese antiquíssima, já bastante popular entre os Fenícios e Cartagineses - tem a ver com os efeitos da desvalorização da moeda sobre o rendimento das famílias atingidas por essa mesma desvalorização?
Concretamente, esperava, abusando da sua proverbial paciência, que o meu Amigo nos elucidasse como é que uma desvalorização cambial, a confirmar-se a sua tese de que os salários são pagos não em moeda local mas nas mesmas divisas em que as empresas exportam seus produtos ou serviços, ajuda as empresas a recuperar competitividade.
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarSem teorias não é possivel explicar nada.
Se verificar nos casos de desvalorisações de paises industrializados como os que apresentei, as exportações e a produção interna aumenta substancialmente o que aumenta as economias de escala das empresas de transacionaveis, o que lhes permite aumentar as suas quotas de mercado, o que permite vender mais e assim sucessivamente, num ciclo virtuoso.
Assim o emprego e os salários em moeda local nessas empresas aumenta , o que faz com que o consumo desses cidadãos aumente, aumentando também o investimento das empresas, propagando-se o efeito a toda a economia ao fim de 12 meses.
Pode-se verificar que nesses casos e noutros ao fim de 18 meses em média a economia já está com um PIB igual ao anterior à desvalorisação.
Um outro efeito das desvalorisações é que reduzem as dividas em valor real, o que aumenta a rentabilidade dos capitais proprios das empresas.
Outro efeito é que a inflação aumenta, permitindo que existam ajustes salariais mais diferenciados de acordo com o aumento da produtividade de cada empresa.
Caro Paulo Pereira,
ResponderEliminarLamento ter de lhe dizer, com toda a sinceridade e amizade, que a sua tese é mais ou menos equivalente à quadratura do círculo!
- Desvaloriza-se, ou não se desvaloriza?
- Da desvalorização resulta perda do poder de compra dos trabalhadores rsidentes ou não?
- Perde-se eventualemnet poder de compra, imediatamente recuperado como que por milagre?
- As empresas ganham competitividade com a desvalorização através desse estranhíssimo mecanismo da escala produtiva (para a qual, como deveria saber, se torna necessário investimento em capital fixo, processo que está longe de ser instantâneo))e não em virtude da redução dos preços relativos dos factores que utilizam?
Em suma, como diria o famoso M. Carreira, uma pastelada que nos deixa desconectados, desmotivados, fatigados, em estado de profunda letargia, indiferentes ao devir dos acontecimentos!
Tudo isso é o oposto da recuperação eonómica que o ilustre Amigo tão bravamente ambiciona e que, segundo parece das suas repetidas e visionárias explicações, é tão fácil ou tão difícil como ir tomar uma bica ali ao café da esquina!
Realmente, se por a economia a crescer é tão fácil ou tão difícil como ir tomar um café ali abaixo, não se percebe, espanta mesmo muito, como é que a economia ainda está contraindo, algo está profundamente errado!
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarPoderá verificar que em todos os casos que apresentei (Portugal 1983, Irlanda 1986, Finlandia 1992, Suécia 1992, R.Unido 1992, Itália 1992, Mexico 1994, Coreia do Sul 1997, Tailandia 1997 , Brasil 1999 , Islandia 2008 ) existe uma queda do PIB nos primeiros meses após a desvalorisação mas depois existe uma rapida recuperação do PIB e do emprego.
Ou seja a perda inicial do poder de compra dos salários é rapidamente recuperada pelo aumento do emprego e depois dos salários em toda a economia resultante do aumento das exportações e pela substituição de parte das importações.
Esse efeito é mais que directamente proporcional ao efeito inicial da desvalorização porque acontece o efeito do aumento das economias de escala, inicialmente pelo aumento da utilização da capacidade instalada e depois pelo aumento da capacidade instalada por via do investimento.
Também é importante considerar que o ciclo de crescimento se realimenta dele proprio por via do aumento do investimento derivado do aumento das expectativas.
Na situação actual de queda do PIB, o sistema tende para a recessão porque as expectativas diminuem e a rentabilidade dos investimentos reduz-se porque as economias de escala reduzem-se provocando a saida/fecho/falências das empresas com margens mais baixas.
A expressão "quadratura do circulo" até está bem colocada
ResponderEliminarNa verdade é tal o "terror" que existe nos economistas profissionais "ortodoxos" da desvalorisação moderada (15 a 25%) e da inflação moderada (4 a 5% ) que esse "terror" impede uma análise racional e objectiva da realidade histórica.
A realidade historica é que uma inflação moderada corresponde a periodos de crescimento economico e niveis de emprego bem superiores aos casos de reduzida inflação e moeda rigida.
Esta realidade coincide com o que se poderia esperar do funcionamento real da economia capitalista moderna com empresas extremamente competitivas e inovadoras e investidores sofisticados muito sensiveis ao ciclo economico.