quinta-feira, 9 de maio de 2013

DOPING temporário: curiosa observação...

1. Em conferência organizada esta manhã pelo DE, o Governador do BdeP terá feito a seguinte e curiosa observação: “a procura estimulada por despesa pública foi DOPING temporário”...querendo com isso significar que a expansão dos gastos públicos a que assistimos durante anos a fio até à exaustão do crédito público em Maio de 2011, na vã e efémera tentativa de gerar crescimento e emprego...
2. ...viria a degenerar num excesso de endividamento e numa ineficiente afectação de recursos, em grande parte canalizados para projectos e sectores de baixíssimo ou nenhum valor acrescentado, o que acabou por desequilibrar gravemente a economia e prejudicar seriamente a competitividade das empresas de uma forma geral...
3. Explicou, ainda, que um dos objectivos (o mais importante, porventura) do PAEF consistia exactamente na alteração do modelo económico subjacente a esse excesso de endividamento e de despesa, pouco ou nada produtiva, para um modelo que “seja capaz de gerar valor acrescentado e gerar emprego sem que para isso seja necessário criar pressão sobre a dívida e sobre as finanças públicas”...
4. Só faltou acrescentar que existe uma grande rede de "opinion makers", para além dos Mesários do Orçamento – uns e outros perfilhando uma ideologia de sofreguidão – para quem uma mudança de modelo económico dessa amplitude, que de resto tem vindo a acontecer, se deve fazer de um dia para o outro, ou, na pior das hipóteses, de um mês para o outro...
5...e assim não sendo, como é de todo impossível que seja, estão desde logo disponíveis para sentenciar que as políticas falharam!
5. A mudança de paradigma económico a que aludiu o Governador do BdeP, se for bem executada é projecto para durar entre 3 a 5 anos; mas, se for mal executada, (seguindo a cartilha crescimentista, por exemplo), pode durar 10 anos ou nunca mais acabar, mesmo...

28 comentários:

  1. Prezado Dr. Tavares Moreira,


    Que opinião tem sobre isto: http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/banco-portugal-reitera-taxa-sobre-depositos-nao-sera-aplicada-portugal?

    Apreciaria muito conhecê-la.


    Saudações cordiais,

    Rui de Albuquerque

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  2. Caro Tavares Moreira,

    O Governador do Banco de Portugal segue uma cartilha Austerista que é tão desfasada da realidade quanto o era a cartilha Despesista.

    A hipótese Austerista de que a estrutura da economia mudaria por via do Austerismo é falsa.

    O senhor Governador esquece-se também que a maior parte da despesa inutil em Portugal foi realizada com crédito e não com despesa publica, tendo ele sido um protagonista nessa explosão de crédito.

    Mas o optimismo do Ilustrissmo Tavares Moreira é fantástico , quando a catadupa de indicadores economicos são no minimo muito maus.

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  3. "Está feito o ajuste de contas c os últimos 15 anos: o pais voltou finalmente ao nível de emprego de 1995 (cerca de 4,4 milhões de empregos)"

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  4. Caro Tavares Moreira, permita-me discordar. Se há coisa que tenho a certeza é que o projecto acaba mesmo. Aquilo que não tenho a certeza é quem é que o fecha.

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  5. Estes por exemplo, andaram todos contentes durante a era socrática :http://bandalargablogue.blogs.sapo.pt/358082.html

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  6. Como é que eu sei que a situação portuguesa está muito má?

    O Dr. Tavares Moreira não pára de postar.

    Entretanto, a realidade espelha a existência de 1 milhão e 500 mil desempregados.

    Não haja dúvidas: o ajustamento está a ser um sucesso. Para o completar, só falta acrescentar os milhares de funcionários públicos ao oceano de desempregados.

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  7. Caro Rui Albuquerque,

    O que me parece poder retirar-se da apreciação feita pelo BdeP à diferença entre a situação bancária em Portugal e no Chipre é de que a situação no Chipre atingiu um ponto tal de degradação que não havia outra solução que não fosse envolver os credores do banco mais afectado na operação de "resolução" como agora se diz.
    E que em Portugal a situação, não sendo famosa, está muito longe dessa, pelo que a fórmula utilizada no Chipre não é replicável em Portugal.
    No nosso caso e como saberá, há ainda € 6 mil milhões disponíveis na linha decrédito negociada com a Troika para apoio público aos bancos se ainda vier a ser necessário reforçar o apoio já contratado.
    E ésse apoio até constitui um excelente negócio para o Estado, que paga qq coisa como 3,4% de juros à Troika e recebe dos bancos em que intervém 8,5% ou mais.

    Caríssimo Paulo Pereira,

    O Gov do BdeP revela ser uma pessoa de bom senso, uma espécie de pessoas que, por estes dias, parece rarear cada vez mais neste País...
    Quanto ao que refere ser o meu optimismo, revela-se aí uma das suas mais estonteantes facetas: descobre optimismo onde ele não existe de todo.
    Eu não sou optimista, de todo, mas também não embarco em receitas ou experiências que já provaram conduzir-nos ao mais completo fracasso - já vamos na terceira experiência e a pior de todas.
    E também não confundo as causas e os efeitos da situação dificílima que estamos vivendo, entendo que são mais importantes as causas que os efeitos e que importa, por isso, distingui-los com clareza.
    Culpar os efeitos esquecendo as causas .- que é aquilo que a grande maioria dos comentadores tem vindo a fazer - é a melhor receita para nunca mais sairmos da situação em que caímos.
    E não há nenhum ajuste de contas com os últimos 15 anos - há apenas a recolha dos frutos do brilhante trabalho realizado durante esse período áureo!

    Caro Tonibler,

    Terá reparado, certamente, que no Post que fez o favor de comentar, está prevista a hipótese de nunca mais concluirmos o PAEF...basta fazer algumas razoáveis "concessões" ao Crescimentismo e isso é garantido...
    Não me parece,pois, que exista propriamente uma discordância, face ao que diz; eu apenas não serei tão céptico quanto o ilustre comentador, admito, ainda, outras hipóteses, mas sem excluir essa...

    Caro Luís Moreira,

    E por isso disponíveis para voltar ao erro crasso, só que da próxima vez, se a houver, já não terão 6 anos para revelar seus talentos, terão 6 meses se tanto...

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  8. Caro Tavares Moreira,

    O Governador de BdP não revela bom senso, apenas repete teses economicamente erradas, e tenta esconder que participou activamente nos erros que aponta.

    Não é possivel resolver o problema económico português da forma desastrada e fantasiosa como está a ser feita pelo Governo e pela Troika.

    Se a ideia é permanecer no Euro então só há um caminho (a tal TINA ao contrário ...) e que é o crescimento do PIB e redução do desemprego.

    Nem entendo porque é que ao fim de 3 anos de austerismo podem economistas profissionais ainda acreditar neste caminho.

    Não existem casos de sucesso que usem a via Austerista para resolver um problema de Divida Externa.

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  9. Caro Paulo Pereira,

    Diga-me, muito concretamente se tiver paciência para isso, como é que equaciona a sua política de crescimento partindo da distuação concreta em que se encontra a economia portuguesa e sem uma redução de impostos. E sem acréscimo de endividamento do Estado, em sentido amplo, obviamente.
    Peço-lhe muito enfaticamente que seja concreto, muito concreto mesmo, nas medidas que propõe: medidas gerais e sectoriais, uma a uma se possível, e com a respectiva caracterização e respectivo processo de implementação.

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  10. Caro Tavares Moreira,

    a) É impossivel crescer sem uma redução de pelo menos 50% no IRC e na TSU, além de medidas de politica industrial (direcionamento do credito, da investigação, das compras publicas e dos inventivos comunitários)

    b) É por isso impossivel de crescer sem aumento do endividamento do estado

    c) A divida do estado aumentou imenso em 2011, 2012 e 2013 e mesmo assim os juros baixaram

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  11. a) ... queria dizer redução da TSU de 50% no lado do empregador .

    Outras medidas adicionais de politica economica :

    a) Eliminação do IAPMEI que passaria para o AICEP e para as CCDR

    b) Integração da Social nas Finanças

    c) integração do Min. da Economia nas Finanças

    d) Eliminação de 30% de entidades publicas por fusão e eliminação de 30% de chefias por achatamento de organigramas.

    e) outras medidas de direcionamento para apoio as empresas de transcionaveis da despesa no ensino superior, nas autarquias, na defesa, das CCDR, do ensino profissional, ensino para adultos.


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  12. Caro Paulo Pereira, a integração da Segurança social nas Finanças quer dizer que a protecção na velhice passaria a ser paga por impostos em vez de ser por contribuições específicas e alocadas àquela despesa? Como saberá, é uma possibilidade, seria uma substituição do actual sistema "securitário", deixaria de haver contribuições e, de certo modo, seria esse o pleno significado do que hoje se chama "indexar as pensões à economia". Mas é uma coisa completamente diferente do que hoje existe como sistema de SS.Enfim, é o que me parece do seu comentário, não sei se era o que pretendia dizer.

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  13. Exportações caem pelo segundo mês consecutivo

    http://www.publico.pt/economia/noticia/exportacoes-caem-pelo-segundo-mes-consecutivo-1593984

    Produção automóvel cai 21,4% em quatro meses

    http://www.publico.pt/economia/noticia/producao-automovel-cai-214-em-quatro-meses-1594045

    Mas daqui por uns mesitos ( vá lá , até ao fim do ano ) vai estar tudo lindo , não é sábio Tavares Moreira?

    Tavares Moreira acredita piamente que dois países ( ou mais ) podem ter economias sem nada em comum , mas podem tranquilamente partilhar a mesma moeda .

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  14. Caro Paulo Pereira,

    Estou de acordo com a redução do IRC e da TSU - se puder ser a 100% tanto melhor, já que estamos em sede de medidas radicais - mas há um pequeno detalhe que convirá esclarecer: onde vai buscar os recursos necessários para compensar o impacto dessas medidas no saldo orçamental?
    Será na redução de despesa corrente ( a de capital aproxima-se de zero, já pouco conta)? Nesse caso, em que rubricas das despesas propõe reduções e qual o respectivo processo?
    Se for mediante aumento do endividamento, conseguiria encontrar argumentos para convencer os credores a aceitar o consequente agravamento da dívida? E se eles não estiverem pelos ajustes, como se frá, deixa-se de pagar como propõe o inefável Bloco? Mas se assim for, lá se vai a capacidade de endividamento adicional...
    São pequenos detalhes, como vê, mas que provavelmente serão "incontornáveis", como se diz para aí...

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  15. Caro Tavares Moreira,

    A divida aumentou imenso em 2011, 2012, e 2013 e os credores aceitaram esse colossal aumento.

    No caso da Troika não aceitar as medidas de crescimento , o que é pouco plausivel face ao que se passa na Irlanda e Espanha, deveria ser publicamente denunciada pelo governo, e este deveria obter o apoio do PS e do PR para avançar com as medidas.

    As medidas de redução da despesa deveriam resultar da simplificação do sector publico por eliminação de entidades e chefias e por cortes na despesa não essencial dos departamentos.



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  16. Cara Suzana Toscano,

    Já existe uma integração parcial da S.Social nas finanças porque cerde de 25% da receita da S.Socil vem do OE.

    Por outro lado como a S.Social paga o mês actual com as receitas do mês anterior, não existe necessidade de nenhum fundo ou sistema autonomo, apenas gestão de tesouraria.

    Veja-se que mesmo numa situação de catastrofe como a actual o Fundo De Estabilização da S.Social não é usado, ou seja é apenas para entreter até porque é constituido em parte por divida publica.

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  17. Caro Paolo Pereira,

    Pouco nos interessa nesta altura se a dívida cresceu imenso em 2011 e 2012, crescimento aliás em boa parte devido a reclassificações e a operações não orçamentais embora com impacto na dívida - recomendo-lhe, a propósito, uma leitura atenta do Documento de Estratégia Orçamental no qual estão bem explícitos os drivers do crescimento da dívida nos últimos 3 anos.
    Interessa-me muito mais o que a dívida pode ou não crescer a partir daqui pois é isso que condiciona a possibilidade de medidas de redução de impostas como aquelas encantadoras reduções do IRC e da TSU que V. Exa. propõe...
    Quanto a essa sua afirmação segundo a qual se a Troika não aceitar tais reduções fiscais o Governo deve juntar o apoio do PS e do PR e avançar afoitamente, estou-lhe bastante grato pois contribuiu para animar bastante esta minha tranquila tarde de Domingo...
    Mas faltou-lhe mencionar, no elenco de generosos apoios ao Governo nessa cruzada contra a Troika e os impostos, além do PS e do PR: o seu, o meu e o do Tonibler!

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  18. Caro Tavares Moreira,

    Sem crescimento económico a divida é impagável, logo é indispensável o crescimento económico.

    Não entendo como o governo e seus apoiantes podem tentar ignorar a lógica só para um eventual agrado à Troika.

    Quanto mais tarde a Troika for confrontada com o falhanço do Troikismo pior para o país.

    Se há um ano o governo tivesse iniciado um caminho lógico agora já estariamos numa outra fase do ciclo económico.

    Assim continuamos o afundanço.

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  19. Caríssimo Paulo Pereira,

    Volto a perguntar-lhe: excluindo a redução de impostos - que também defendo, "com unhas e dentes" como sabe - a qual precisa todavia de ser bem escorada para assegurar que não se abre um buraco nas contas públicas que ainda nos deixa em pior situação, quais as medidas que propõe para o crescimento, a integraçaõ do IAPMEI na AICEP e nas CCDR's?
    Acha que isso é resposta ou está "just making fun of us"?
    A propósito, já teve oportunidade de se debruçar sobre a real utilidade das CCDR's?
    Não acha que seria mais do que tempo para uma operação de "dwarfing" ou "deep downsizing" dessas enternecedoras entidades que ocupam lugares prime na Mesa do Orçamento e cujo VA é desconhecido?
    Não acha que já é tempo de deixar cair esse discurso ligeirinho/onírico em torno da necessidade de crescimento e de olharmos para estes assuntos de uma forma realista, prática e sem fantasias SEMI-LOUCAS como a da redução do racio de solvabilidade dos bancos?

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  20. Caro Tavares Moreira,

    Peço desculpa mas talvez por deformação profissional não concebo como é possivel defender propostas ilogicas, pois se são ilogicas não podem ser propostas válidas.

    Ou seja , defender a via Troikista / Gasparista é ilógico, porque torna a divida impagavel.

    Assim, a unica proposta logica é o crescimento economico, o que era uma tese consensual entre os economistas profissionais até há uns 15 anos.

    Para ter crescimento economico , mostra toda a historia recente que é preciso aumentar em simultaneo a procura interna, de forma a dar escala á empresas internas e as exportações , de forma a manter as contas externas pouco desiquilibradas.

    O aumento da divida provocado por redução do IRC e da TSU é um aumento aceitável porque se paga a si proprio no médio prazo.

    Mas só isso não basta, são necessárias politicas industrias intensas , basta olhar para os ultimos 25 anos e ver o pessimo resultado da falta de politicas industriais em Portugal.

    A elminação dos ministérios da S.Social e da Economia e a sua fusão nas Finanças são essenciais para uma acção do governo eficaz .

    Não podem existir finanças sem economia.

    Sobre o reforço do papel das CCDR's no dominio da economia, tem a ver com o facto de serem as entidades com mais conhecimento da realidade do país, e da pequena dimensão das empresas , que necessitam de um acompanhamento mais de perto.

    Basicamente trata-se de colocar bo aparte da maquina da AP ao serviço do crescimento economico.

    Ao mesmo tempo seriam eliminados muitos serviços e entidades apenas burocraticas.

    manter esta modorra vai continuar a dar asneira, porque o resto do mundo mantêm e aumenta a pressão competitiva.

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  21. Politicas Industriais ou de Desenvolvimento Economico :

    a) Restrições ao credito imobiliário e ao consumo e ao credito para empreendimentos fora do pais

    b) Redução consideravel das taxas de juro ao credito ás empresas de transacionaveis, aumento da facilidade de seguros de crédito, capitalização por private equity ou por ações preferenciais.

    c) Direcionamento da investigação publica para a as empresas existentes

    d) Incentivos QREN's só para transacionáveis

    e) Coordenação dos Incentivos para as CCDR de forma reequlibrar o território

    f)Compras publicas devem dar preferencia a produtos e serviços produzidos em Portugal

    g)Incentivos ao uso de transportes publicos e investimento na ferrovia

    h)Plano de Fomento Agricola e Florestal com objectivos de crescimento de 15% ao ano nessas areas

    i) Redução de IRC e TSU começando nos transacionaveis e nas PME's, e/ou taxas progressivas de IRC e TSU.

    j) Reforço do trabalho dos clusters sectoriais e criação de clusters sub-regionais geridos pelas Associações de Municipios e Escolas Superiores e Associações Empresariais.

    k) Publicação de indicadores semestrais de resultados essenciais de todas as entidades publicas com impacto na economia e finanças.

    Por exemplo , o Ministerio da Agricultura publicaria novas explorações agricolas, quanto mais produziram, quanto receberam de subsidios, quantos postos de trabalho criados e respectivos salários, quanto exportaram.

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  22. O que se trata basicamente é actuar como numa "guerra" e perceber que as nossas empresas são pequenas e é necessário actuar ao nivel sub-regional.

    Sem decisões macroeconomicas correctas e uma execução de politicas ao nivel sub-regional, o resultado de 20 anos de erros está á vista.

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  23. Caro Paulo Pereira,

    Eu atrevia-me a sugerir uma definição da política económica, com objectivos bem definidos, instrumentos de intervenção e milícias de fiscalização dos resultados nível de cada freguesia e não apenas ao nível sub-regional.
    Assim se assegurará uma maior proximidade da política às realidades micro-cósmicas da actividade económica, reduzindo ou mesmo eliminando os riscos de erro no planeamento central e aproximando a política económica dos cidadãos "como forma de evitar a tendência para a uniformização" (onde é que eu já ouvi isto?).
    Poder-se-ia até conceber a participação de comités de freguesia, formados por homens e mulheres com bastante experiência da vida, que teriam uma participação activa na definição dos objectivos da política, assegurando a maior aderência destes à realidade de cada um dos microcosmos sócio-económicos!

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  24. Caro Tavares Moreira,

    Entre o nivel central e de freguesias, o nivel regional e sub-regional ou associações de municipios, é o que se melhor adequa à organização dos apoios à economia nacional.

    Os resultados do centralismo democrático são péssimos na economia, quer a nivel agregado quer a nivel do aumento das assimetrias regionais.

    Temos enormes extensões do territorio e parte da população sem aproveitamento económico.

    Os municipios são demasiados e pequenos e o estado central é por natureza lento, burocrático e ineficiente.

    Verifique também que lentamente as sub-regiões se vão especializando em certas actividades económicas transacionáveis, o problema é que é um processo demasiado lento que não chega para compensar o resto da destruição da economia transacionavel dos ultimos 20 anos.

    Essa sua crença num Laissez-Faire como solução economica não é de todo viável no mundo de hoje, ou se calhar nunca o foi.

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  25. Como ponto de partida para uma compreensão do que defendo :

    http://en.wikipedia.org/wiki/Technological_innovation_system

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  26. Caro Tavares Moreira,

    Já tentei explicar que dada a elevada propensão para as importações dos portugueses, um dado cultural que levará mais de 30 anos a mudar, é indispensável ajudar as empresas de transacionáveis de forma a minimizar essa propensão.

    Isto verifica-se já em 1990 quando a despesa publica era bastante inferior.

    Sendo assim a causa dessa propensão não é a despesa publica.

    Isto acontece noutros paises em maior ou menor grau.

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  27. A pergunta que normalmente fazem os apologistas do Laissez Faire é que as iniciativas de ajuda devem ser lideradas pelas proprias empresas e associações empresariais.

    Mas o que se verifica em grande parte dos paises é que sem um impulso e acompanhamento do estado durante largos periodos de tempo estes "Polos" demoram demasiado tempo a aparecer ou a ter impacto relevante.

    E a pergunta também é : mas se o estado em tudo se mete, porque não se há-de meter no apoio às empresas até porque estas competem com outras que beneficiam desses apoios e que tiveram muitas vezes décadas para se estabelecer ?

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  28. A interrogação que deixa no seu último parágrafo (não deixando de notar que escreve estado com e minúsculo, um claro tique neo-liberal...) é verdadeiramente angustiante...
    Que responda quem puder, nesses assuntos quentíssimos eu nem quero meter-me, pois ainda "arranjo lenha para me queimar" como se dizia no antanho!

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