Há ainda pouca informação sobre esta iniciativa do governo italiano que se apresenta à partida inovadora, que pretende atacar o problema do desemprego jovem, conciliando interesses dos mais velhos e dos mais novos, entre eles. Lá como cá os números do desemprego são assustadores e o desemprego jovem atinge níveis insustentáveis. Segundo a notícia o plano terá capacidade para integrar 500 mil jovens.
A ideia é criar uma “transferência geracional” que permite abrir novas oportunidades para os mais jovens e, ao mesmo tempo, acautelar a reforma gradual dos trabalhadores mais velhos. Uma iniciativa que reconhece as mais-valias dos trabalhadores das gerações “grisalhas” – a experiência e o conhecimento acumulados – e a necessidade de as aproveitar e de as combinar com a formação e a frescura e energia das gerações jovens.
As empresas poderão refrescar os seus quadros de pessoal, melhorar a produtividade, sem prescindir do conhecimento e cultura transportados pelos trabalhadores mais velhos. Abrem-se oportunidades aos jovens de entrarem ou regressarem ao mercado de trabalho. A sociedade e a economia agradecem, ganha-se em coesão social, ganha-se em geração de riqueza e no retorno do investimento realizado na qualificação dos jovens. A introdução da reforma gradual corrige também o “efeito de guilhotina” que acompanha a passagem à reforma.
A “transferência geracional” aprovada pelo governo italiano demonstra que há espaço para políticas amigas da economia que favorecem a solidariedade geracional. Custam muito dinheiro, mas não as ter é ainda mais dispendioso. Os resultados não serão imediatos, mas sem investir no presente não é possível ter um futuro diferente...
E porque não assim?
ResponderEliminarNão seria mais lógico e eficiente?
http://notaslivres.blogspot.pt/2012/10/medida-3-divisao-distribuicao-do.html
E, num discurso que passou despercebido, Merkel já falou aos Alemães sobre este problema
ResponderEliminarCaro Luis Moreira
ResponderEliminarA União Europeia criou um fundo para emprego jovem, com um orçamento de seis mil milhões de euros. Não é muito, se tivermos em conta os níveis de desemprego que estão a alastrar. Cabe aos países candidatarem-se ao financiamento com políticas que mereçam aprovação. Não sei se a Itália vai financiar a medida anunciada com recurso a este fundo, mas Portugal deveria estar a fazer o mesmo com um programa bem desenhado. Sem estas ajudas não teremos dinheiro para injectar na economia e promover o emprego jovem. Assim saibamos tirar partido dos fundos europeus que estão à disposição. E com medidas estruturantes.
É uma ideia que merece estudo e amplo consenso...
ResponderEliminarSe bem compreendo um indivíduo prestes a reformar-se passaria a trabalhar em part-time, criando "vaga". À primeira vista a intenção é boa, contudo, não me parece exequível, na medida em que vai colidir com a "ideia" de se trabalhar até morrer, por causa da sustentabilidade dos sistemas... E depois o tempo que medeia entre uma coisa e outra, carece de ser quantificado, há que ter em conta que quem trabalha tem o vencimento à justa para as despesas, será que pode prescindir dessa metade!?...
Caro jotaC
ResponderEliminarEm causa está a compatibilização de interesses e situações aparentemente antagónicas. Os mais velhos ficando com um pé fora e outro dentro não perdem rendimento, o Estado assegura uma parte, libertando as empresas de custos para financiarem a contratação de jovens.
A medida vai ter custos elevados, mas não será permanente. A questão que se coloca é a de saber se não será ainda mais dispendioso manter elevados níveis de desemprego, quer em termos económicos e sociais quer em termos de despesa pública, dificultando o arranque da economia e agravando as finanças públicas.
"(...)A questão que se coloca é a de saber se não será ainda mais dispendioso manter elevados níveis de desemprego, quer em termos económicos e sociais quer em termos de despesa pública, dificultando o arranque da economia e agravando as finanças públicas."
ResponderEliminarTem toda a razão, cara Dra. Margarida, mas é preciso muito estudo ...
Caro jotaC
ResponderEliminarEstudo, conhecimento, trabalho, visão, concertação, etc.