Inegavelmente que correu muito bem a emissão de dívida pública hoje levada a cabo pela República Portuguesa: a procura triplicou a oferta, a taxa de juro razoável, a qualidade, natureza e diversificação dos investidores foi relevante.
E, coisa rara, estranha e não cuidada, a Moody's, colocando embora água na fervura, refere que "ainda vê vários riscos provenientes da Europa que podem ser consequências para Portugal".
Isto é, já não é Portugal a espalhar o vírus, mas a ser atingido pelo vírus europeu!...Veja-se só!...
Desde que o Pureza e o Reis fizeram queixa deles que a Moody's agora tem medo de dizer mal de Portugal. A infalibilidade da justiça portuguesa assusta qualquer um.
ResponderEliminarUma emissão de dívida requerida pela agenda política do governo está longe de poder ser considerada uma emissão dentro da normalidade.
ResponderEliminar5,669% de juros, são juros insuportáveis e não sustentáveis.
A impossibilidade de emissão de moeda torna o financiamento do país refém da “boa vontade” dos mercados financeiros. Cujo objectivo é sempre a obtenção de maiores ganâncias. E sujeito à economia de casino que rege os mercados financeiros.
É uma situação impossível de se manter a longo prazo.
Concordo com o Sério. Vamos fechar!
ResponderEliminarEsta emissão de divida tem a a sua piada. : 5,7% de juros e ainda há quem fique contente.
ResponderEliminarDepois dizem que não podemos sair do euro para não entrar em default pois isso é terrivel...
Só se quem comprou a divida achar que vamos pagar com caricas, como dizia o outro .
Qualquer taxa de juro acima de 3% é irracional e só serve para acelerar a queda no abismo.
Talvez seja uma nova macroeconomia como aquela nos EUA, a Voodoo Economics, uma variante de Keynesianismo Militar do Reagan e Bush II.
No período 1992-2001, a taxa média anual de crescimento económico na Zona Euro foi de 2,1% enquanto que em Portugal foi de 2,9%.
ResponderEliminarCom a nossa entrada no euro em Janeiro de 2002, com os Pactos de Estabilidade, com os “ajustamentos” da nossa economia aos desígnios da UE, deu-se precisamente o inverso. Portugal passou a decrescer mais do que a UE. Entre 2002 e 2009, a média das taxas de crescimento na Zona do Euro baixou para 1%, mas a de Portugal desceu mais ainda, para apenas 0,4%.
As previsões do FMI para o período 2010 -2015 revelam que este declínio vai continuar. Segundo o FMI a média das taxas anuais de crescimento anuais no período 2010-2015 será de 1,4% na Zona do Euro e de somente 0,8% em Portugal.
(29 de Novembro de 2010)
http://classepolitica.blogspot.pt/search/label/portugal
sem se rir dizia um catedrático meu Prof:
ResponderEliminar'sábios éramos 7
3 físicos, 3 químicos,
um físico-químico que a modéstia não me permite dizer quem é'
o rectângulo continua país de sábios
todos sabem tudo de tudo
menos eu
... e o país nesta merda
Caros Carlos(Sério e Pereira):
ResponderEliminarE nós que bem passamos sem esse dinheiro a 5,7%!...
E teríamos muito sítio onde ir buscar para pagar saúde, reformas, ensino, ordenados...montes de gente a querer emprestar a 1%, 2%, 3%!...
Bons tempos, esses, em que não nos queriam emprestar a que taxa fosse, que não tínhamos que pagar 5,7%!...
Boas notícias para o pessoal que não quer estar no euro. O IGCP vai lançar títulos de dívida pública destinados ao retalho. Podem assim requerer já ao vosso patrão que vos pague nestes títulos em vez de ser em euros para que possam largar esta parvoíce da moeda única. Aposto o que quiserem que vão fazer o vosso patrão um homem feliz e vós têm a possibilidade de sair do euro sem me andarem a chatear a mona.
ResponderEliminarFoi uma pena não terem dito nada quando era gasto tudo até ao último euro...
ResponderEliminarVejamos. Voltando aos mercados não só pagamos quase o dobro dos juros, como recuperamos a soberania financeira, isto é, Passos, Portas, Seguro, Jerónimo e a dupla de duplos passam a poder agir em roda livre com o meu dinheiro. Não se pode pode meter uma providência cautelar para garantir um segundo resgate e que a troica fique cá mais três anos? Eu sentir-me-ia muito mais tranquilo.
ResponderEliminarhenrique pereira dos santos
Ter acesso a financiamento é coisa boa mas, como já aqui referi, não resolve coisa nenhuma. Quanto muito, adia.
ResponderEliminarO BCE dispõe bateladas de euros a pouco mais de zero por cento aos bancos.
Os Bancos alemães têm dinheiro a rodos (são o refúgio das poupanças dos países periféricos) a zero por cento.
O Estado alemão financia-se a taxas negativas.
O estado Português não dispõe à sua população títulos de acesso fácil para aí localizarem as suas poupanças (remunerando-as às taxas a que se endivida junto aos "investidores internacionais").
Porquê?
Estes acabam por as colocar em locais seguros (bancos alemães?) a zero por cento. Depois, esse dinheiro volta para Portugal a 5,6% ou a um pouco menos, mas com Memorandos acoplados...
Chegamos a um tempo em que o bem ou o mal-estar dos portugueses é ditado pelo bom ou mau humor dos mercados financeiros. Triste país que se deixou colocar em tão miserável posição. E tudo aconteceu com a maior rapidez. De um dia para o outro, os portugueses acordaram com a corda na garganta. Em 2004, a Dívida Pública Portuguesa tinha um valor abaixo da média europeia de 58,3% do PIB. Será que o aumento da dívida para os actuais 126% também tem alguma coisa ver com a nossa entrada no euro?
ResponderEliminarConhecem seguramente todos os sábios austeristas que esta coisa do financiamento do Estado nos mercados financeiros nem sempre foi assim. Em 1996 os residentes detinham 75% de dívida pública do Estado português e os não residentes 25%, em 2008, os residentes detêm apenas 22% e os não residentes 78%.
“No período 1997-2000, surge a preocupação da preparação e adaptação da gestão da dívida ao EURO. Em 1998 é reforçado o papel dos Operadores Especializados em Valores do Tesouro (OEVT), enquanto agentes de distribuição e colocação da dívida em mercado primário e como “market makers” em mercado secundário.
O objectivo da liquidez da dívida leva à criação no ano de 2000, do MEDIP, que se caracteriza por ser um mercado especializado para a negociação por grosso dos instrumentos da dívida pública baseado na utilização da plataforma electrónica de negociação MTS”.
O MEDIP arrancou com a negociação de Obrigações do Tesouro (OT) – instrumento de mercado para financiamento da República a médio e longo prazo – dinamizada pelos OEVT (operadores especializados em valores de tesouro) em que nele actuam, por compromisso assumido perante o IGCP (Instituto de Gestão do Crédito Público), com o estatuto de market makers. A 16 de Julho de 2003, na sequência de decisão da República de passar a emitir regularmente os novos Bilhetes do Tesouro (BT) para financiamento estrutural de curto prazo, a MTS Portugal, por decisão do seu Conselho de Administração, criou um outro segmento no MEDIP para a negociação por grosso destes títulos. Funcionando em paralelo com o das OT, o segmento de BT é dinamizado pelos intermediários financeiros a quem o IGCP atribuiu o estatuto de Especialistas em Bilhetes do Tesouro (EBT) que nele participam como market makers.
ResponderEliminarPara alargar a possibilidade de participação no MEDIP e dinamizar o mercado da dívida pública, o Conselho de Administração da MTS Portugal decidiu, em 2004, criar um terceiro grupo de participantes, os “Pure Domestic Participants” (PDP), com custos de acesso reduzidos.
No final de 2009, o MEDIP registava um conjunto de 29 participantes: 18 market makers e 10 market dealers em OT e 15 market makers e 6 market dealers em BT. Aquando do arranque do MEDIP, em Julho de 2000, participavam apenas 12 bancos. (fonte MTS).
caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarAcho uma idiotice pagar 5,7% de juros , simplesmente porque é impossivel pagar esse valor.
Muito mais simples continuar a pagar 2,5% a dois anos, ou efectuar o pagamento de 5% de todos os pagamentos do estado , cerca de 5%x70.000 = 3500 milhões em titulos a 3 anos a pagar 3%.
O problema é politico-ideologico, ou seja tudo isto é para manter a idelogia neoliberal a comandar os destinos da UE e de Portugal.
Caros, parece que estamos a ficar como a Grécia :
ResponderEliminarO Índice de Volume de Negócios na Indústria apresentou, em termos nominais, uma variação homóloga de -8,3% em março (-7,0% no mês anterior).
http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=151545096&DESTAQUESmodo=2
Caro Paulo Pereira:
ResponderEliminarPronto, a ideologia neoliberal tudo acomoda. É fácil e não dá grande trabalho. A coisa fica explicada.
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarA ideologia Neoliberal é um conjunto de dogmas falsos e essencialmente económicos, que são professados por grande parte dos governos e como tal têm um enorme impacto nas sociedades.
Esses dogmas falsos são essencialmente os seguintes :
a) os mercados são criações espontâneas
b) os mercados conseguem maximizar quase todas as necessidades das sociedades
c) a moeda deve ser forte para que a economia cresça no longo prazo mesmo á custa de elevado desemprego e pobreza
d) os deficits publicos são sempre maus e os deficits externos são causados por deficits publicos
e) a especulação em activos tem o mesmo valor que a produção de bens e serviços
f) o estado social tende a evoluir para o comunismo.
Actualmente estes Dogmas estão tão enraizados que a maior parte das pessoas não se apercebe de que fazem parte de um movimento ideologico organizado de grande impacto no mundo.
Uma espécie de Quinta Internacional , agora de sentido inverso .