Tem uma certa graça virem agora todos constatar a "evidência" de que a bandeira política de se ter poucos ministros, implicando um aglomerado de temas distintos sob o mesmo ministro,não podia dar grande resultado. Que me lembre, a seu tempo foi considerado um achado por muitos dos que agora correm pressurosos a desdizer-se. No entanto, continua em alta a tese de que se misturarmos os serviços públicos com a mesma lógica, reduzindo as chefias e amontoando os assuntos, de certeza que vai ser tudo muito mais eficiente, basta ler (enfim, eu sei que não é fácil) algumas leis orgânicas tão festejadas e passar os olhos nas alíneas que descrevem as atribuições e que se desdobram depois em competências tão díspares que seria pelo menos de ficar um tanto hesitante quanto às consequências. É que uma coisa é reduzir funções e organismos porque não é necessário o que faziam, ou podem fazer com menos, outra coisa é distorcer a sua lógica de organização para parecer que encolheram. Há coisas que parecem simplificar e só complicam.
O título do texto, fica a dever "direitos de autor" ao Dr. Marques Mendes.
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No seguimento do trexo-resposta ao comentário da Drª Margarida, dado ao post anterior «...seríamos bem melhor se aprendêssemos a achar menos e a pensar mais ou, no mínimo, a pensar antes de encontrar e proclamar as evidencias, mas são modas...» e que a meu ver se adequa na perfeição também a este, concluiria que a "importação" impensada das modas são um dos motivos/causa de certos engulhos causadores de impasses e de choques de opiniões.
Como afirma, cara Drª Suzana, é mais do que tempo de pensarmos por nós e decidir de acordo com as nossas necessidades e as nossas capacidades as medidas que melhor se adequam e mais capazes de resolver os nossos problemas específicos. Mas parece que atendência é a de adotar o que se faz la fora, sem primeiro pensar se é a solução para o que se passa cá dentro...
O caricato da questão, é quanto é que todos estes experimentalismos custaram e vão custar ao erário público? Estou a imaginar a azáfama que agora deve correr por aqueles ministérios em refazer novamente tudo, empresas de software a esfregar as mãos, não devem faltar.
ResponderEliminarCondescendo: a organização deste governo é melhor do que a do anterior. Mas não gosto destas mexidas tão bruscas nas estruturas dos governos. Que, de uma penada, se mudem as pessoas aceito; que se altere a estrutura tão frequentemente, acho mal. Muito mal.
ResponderEliminarAs leis orgânicas e os organogramas, devem representar a forma como um grupo "coeso" de pessoas, irmanados num objectivo comum, se relacionam entre si, repartem tarefas e responsabilidades, e por aí adiante. Da maneira como estas coisas estão a ser feitas, os membros dessas equipas, agora dispersas, vão demorar muito tempo a entenderem-se, o mesmo é dizer vai passar muito tempo até que se vejam resultados palpáveis e positivos.
Com isto quero dizer que não embandeirei em arco com esta mexida na estrutura do governo.
Suzana, todos tínhamos a sensação de que o resultado iria ser, mais tarde ou mais cedo, este. Governar rendido às (e preocupado com as) aparências sempre deu mau resultado. Há exemplos passados que deveriam ter sido ponderados...
ResponderEliminarO mau resultado nesta experiência significou e significa uma despesa considerável como abaixo anotou muito bem Margarida Correa de Aguiar. Recorde-se, no entanto, como a própria troica aplaudiu a medida considerada de alta costura que consistiu em se ter cconstituído um dos governos mais pequenos...
Mesmo aqueles que não se expressaram críticos à solução orgânica adotada para a economia, transportes e comunicações e para o ambiente, agricultura e mar, intuíram que se estava a cometer um disparate, e que o efeito simbólico, o sinal que se pretendeu dar, não compensaria os danos de eficiência. Nunca compensaria mesmo que os ministros fossem super - diz-se que existem, mas é mentira.
Congratulo-me, apesar de tudo, com o reconhecimento do erro, custaria mais persistir nele. Em especial, agrada-me ver as atribuiçoes do Estado em matéria de ambiente e da energia ficarem no mesmo ministério, e no que respeita às secretarias de Estado, rectius, aos secretários de Estado, a conservação da natureza tenha sido entregue ao membr do governo responsável pelo ordenamento do território e não das florestas, como nunca deveria ter deixado de ser.
A dimensão de uma estrutura, a sua orgânica, o modelo organizacional e o modelo de gestão são determinados pela necessidade de realizar um objectivo. A geometria é muito variável. Ser grande ou ser pequeno tem que resultar da resposta mais adequada ao objectivo.
ResponderEliminar"(...)É que uma coisa é reduzir funções e organismos porque não é necessário o que faziam, ou podem fazer com menos, outra coisa é distorcer a sua lógica de organização para parecer que encolheram. Há coisas que parecem simplificar e só complicam."
ResponderEliminarTão simples como isto, sem dúvida! Como é possível esta evidência não ser percetível por todos!?