quarta-feira, 31 de julho de 2013

Um colossal embuste

A informação detalhada sobre os swaps, invocada pelo PS, colocada na famosa pasta de transição é a seguinte: 
6. Medidas do Programa implementadas ou a implementar
Despacho 807/2011-SETF, de 31 de Maio, determina à DGTF que até 20 de Junho receba das empresas as informações necessárias e que até 15 de Julho  aprEsente a Proposta de Relatório. O Relatório do SEE habitualmente publicado pela DGTF, incluirá um capítulo exclusivamente dedicado  à quantificação das responsabilidades, explícitas e implícitas, das empresas públicas, a publicar até final de Julho de 2011.
E foi nesta base que o  PS e, depois, o PC e o BE, apoiados por muitos meios da comunicação social, montaram o colossal embuste de acusar Ministra das Finanças de mentir. Invocando até princípios éticos para a demissão da Ministra!...
Muito baixo desceu o PS.

14 comentários:

  1. António,

    Compreendo bem o teu desespero. Este governo tem tido uma intuição notável para quase fazer esquecer todas as responsabilidades do anterior junto da opinião pública.

    Um dia destes, por este andar, Sócrates e companhia serão agraciados pelos relevantes serviços prestados à Pátria.

    No caso dos swap, penso que toda a gente já percebeu que eles fizeram parte do conjunto de expedientes a que o governo lançou mão para desorçamentar dívida pública. Transitoriamente, claro, porque estas coisas não se resolvem com manobras contabilísticas.

    A actual ministra, qualquer que seja o seu grau de responsabilidade pelas operações na Refer, mesmo que sejam nulas, seriam sempre um handicap que a oposição não deixaria passar em claro. Daí que, também por esta razão, e Portas invocou outras, Maria Luís foi um erro de casting.

    Rui Rio considerou-a ontem o elo mais fraco do governo e penso que não está errado. É complicado agora substitui-lá? Pois é, e muito. Mas não vejo como poderá aguentar-se por muito tempo na corda bamba.

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  2. Permito-me discordar. O embuste foi criado pela própria Maria Luís, para disfarçar a sua incompetência que ontem demonstrou: não sabia o que fazer com o problema dos swaps e andou a empurrar o "problema com a barriga", enviando mails sucessivos e acusando ontem os seus subordinados de boicote. Por que não demitiu o Presidente do IGCP, se ele lhe boicotou tanto o trabalho? É um facto que mentiu quando disse, em 25 de Junho, que "«Quando este Governo entrou em funções, o problema relativo aos ‘swap’ contratados por empresas públicas já existia, tendo mesmo motivado a emissão de dois despachos do anterior Secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, em 30 de janeiro de 2009 e 9 de junho de 2011. Apesar disso, na transição de pastas, nada foi referido a respeito desta matéria» Não está em causa se a informação era suficiente ou se não havia o desenho da solução: o que está em causa é "nada foi referido a respeito desta matéria" e, como o demonstram as provas vindas a público, a referência foi feita e constava das pastas (pelo menos da do Ministro). Acresce que de onde vem a obrigação de deixar tudo organizado para quem nos sucede na pasta? Não há, em termos legais, mas não obstante o anterior governo deixou dossier, muito profissional até, segundo Vitor Gaspar na audiência de ontem.

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  3. Cara Isabel Costa:
    Tem todo o direito à sua opinião: a ministra mentiu, os ministros do PS disseram a verdade, swaps só tem passaram a ter importância quando foram resolvidos pela actual Ministra, os dossiers de transição eram óptimos e muito profissionais. Não houve qualquer acidente no anterior governo socialista. Mas permito-me recordar o aforismo: o pior cego é o que não quer ver.

    Caro Rui:
    Concordo contigo quanto à análise dos swaps; discordo, quanto à escolha da Ministra. Um 1º Ministro com um mínimo de dignidade não pode escolher ministros com base em aleivosias da imprensa ou da oposição. E, pelo que vi , li ou ouvi até agora, para além de frases feitas, ainda ninguém explicou o vício nos swaps feitos pela Ministra. É abrangida apenas porque fez swaps.
    E mais duas coisa: não
    estou desesperado, as novas gerações é que o devem estar; e não conheço a ministra de parte nenhuma .

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  4. A ministra sabe o que são swaps (felizmente) e esteve envolvida em contratos swap na Refer, sim.

    A questão é que na Refer as perdas potênciais rondavam os 0,5-1% da dívida (e, tudo indica, realizaram ganhos).

    Já na Metro do Porto (de que Rui Rio é administrador através da Câmara do Porto) as perdas potenciais rondam os 30-50% (dependendo de quem faz as contas). No Metro de Lisboa rondam os 20-30%, na Egrep os 30-50% e na STCP os 200%.

    Uns são contratos swap que substituem uma taxa de juro variável por uma fixa e razoável porque ligeiramente mais alta. Outros são contratos swap que garantiram spreads negativos a princípio, mas que por cada 1€ de dívida podem gerar uma perda potêncial de €2. E metemos ambas as decisões no mesmo saco.

    http://www.dinheirovivo.pt/Graficos/Detalhe/CIECO150441.html
    http://www.publico.pt/economia/noticia/financiamento-de-risco-na-metro-do-porto-provocou-remodelacao-governamental-1592067

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  5. Anónimo19:49

    Já confessei isto: nomeação para mim supreendente por inesperada (muito mais inesperada que a demissão de Vitor Gaspar), Maria Luís não só me convenceu com as explicações que deu como muito valor pessoal e técnico deverá ter. É que não é normal um ataque cerrado e intenso, de "amigos" e adversários, quando se trata de um fraco ou de um incompetente. Tal barragem de fogo amigo e inimigo normalmente toma como alvo quem tem valor. É o que ao longo da vida venho constatando.
    Oxalá não me desiluda...

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  6. Mas alguém já sabe os detalhes dos swaps? Há uma alminha que me consiga descrever um detalhe de uma das fichas técnicas de um dos swaps em causa?

    Francamente, isto parecem 10 milhões de velhotas que dizem "ah, não sei do que fala, mas gosto muito de o ouvir"

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  7. Caro Nuno Cruces:
    Pois é nesse facto de meterem todos os swaps no mesmo saco que se vê a ignorância profunda dos acusadores. Ignorância e má fé.

    Caro Ferreira de Almeida:
    Pois inteiramente de acordo. Também a ministra, que não conhecia, nem pessoalmente conheço, me tem impressionado muito bem.

    Caro Tonibler:

    Apostava até que a maioria dos inquisidores só agora é que ouviu falar de swaps. Pelo que fichas técnicas para eles é qualquer coisa de extra-terrestre. Comprovam, mais uma vez, que nada é mais atrevido do que a ignorância.

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  8. É que eu, que nunca fui trader mas percebo alguma coisa da poda, ainda não consegui perceber nada do que está em causa. E nada é mesmo nada! Não consigo perceber com base em quê se diz que são de natureza especulativa, não consigo entender como é que um swap pode servir para esconder dívida a não ser um tipo muito particular de swap que é chamado de swap por favor, não consigo entender porque é que toda a gente diz que são maus quando a única informação que saiu cá para fora é o MtM dos swaps o que não significa nada...

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  9. O físico alemão Max Planck, considerado o pai da física quântica, proferiu duas "sentenças" que, embora enquadradas no campo da fisica, poderão ajudar a compreender as intrincadas malhas tecidas noutros contextos: «Não é a posse da verdade, mas o sucesso que vem após a pesquisa, onde a busca é enriquecida por ela» e, quanticamente discernindo: « A verdade jamais triunfa, mas os seus adversários acabam por morrer».
    Deve ser por tudo isto que tantas horas se gastaram a discutir a verdade e o seu dono...

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  10. Seria uma enorme injustiça atribuir a paternidade da mecânica quântica a quem, no discurso de elogio a Einstein na prestigiada Academia Alemã de Ciência, pediu para que aquele disparate da matéria discreta fosse esquecido.

    Como, a acreditar naquilo que vem hoje no jornal de negócios, é uma injustiça chamar swap àquela vigarice. SE os que a ministra das finanças fez na empresa pública onde estava era "destes" então concordo com a oposição e demissão é pouco. SE.

    E, depois de ler esta, concordo em absoluto com o Rui Fonseca. Uma vigarice desta dimensão tem que ser tratada com todos os nomes. Todos.

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  11. Mas é precisamente aquilo que vai suceder no caso vertente, caro Tonibler... daqui a pouco, todos vão querer que a "matéria" seja discretamente esquecida.
    Duvida?!

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  12. Infelizmente, os políticos portugueses a darem razão aos credores estrangeiros que não querem meter o dinheiro neste centro de trafulhas. Na verdade, eu tb não.

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  13. Os trafulhas de cá, contra os gosmistas de lá.
    Veja lá se a partir do momento em que a Alemanha disse que não se responsabilizava pelas dívidas dos paises que gastaram para além das suas possibilidades, as agências de ratting não vieram logo classificar-nos a baixo de lixo e os investidores não se meteram todos nas encolhas?!
    Agora, se a ganancia afecta a visão a essa maltinha que brinca às dividas dos países... isso aí... olhe, tenham paciência.

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  14. Se há coisa que não se pode chamar a quem meta o dinheiro em Portugal é "investidor". "Maluco" é a palavra certa.

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