Sempre gostei de ver as bandas
filarmónicas desfilarem a preceito, sempre prontas para acompanharem as festas
das suas colectividades. As gentes das terras têm nelas orgulho. Juntam novos e velhos, juntam quem sabe e quem aprende, juntam diferentes classes sociais e juntam diferentes profissões. São, com
efeito, centros de socialização relevantes nas comunidades
em que se inserem. Portugal tem grande tradição nestes grupos musicais. São patrimónios culturais e históricos que fazem parte da nossa
identidade. São muitas as vilas e cidades que por esse país fora fundaram
bandas filarmónicas que são em muitos casos verdadeiros ex
libris.
Vem isto a propósito da decisão
do Governo que instituiu o Dia Nacional das Bandas Filarmónicas – 1 de Setembro – como reconhecimento pelo trabalho desenvolvido
em prol da sociedade de cultura. Uma decisão que tem essencialmente valor simbólico. Vale por isso.
Bem sabemos que há dias nacionais para tudo e mais alguma coisa, muitos deles nem os conhecemos nem compreendemos a razão da sua existência. Aguardemos para ver como vão as bandas filarmónicas festejar no próximo dia 1 de Setembro a distinção que acabam de receber. Não sei se os ranchos folclóricos já foram contemplados com um dia nacional...
É uma justa homenagem, embora estes dias dedicados tenham um simbolismo cada vez menos importante, como diz há dias para tudo e mais alguma coisa. Um dos contributos mais importantes das filarmónicas é o da educação musical dos jovens, que aí aprendem primeiro a gostar e depois a querer participar, aprendem a tocar instrumentos e a iniciar-se na música. Muito antes de qualquer teorização sobre a importância da educação musical na vida das crianças e dos jovens as filarmónicas já se ocupavam com isso. Valem bem o reconhecimento da sua importância local e nacional.
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