terça-feira, 10 de setembro de 2013

Ai, Margarida


Ai, Margarida,
Se eu te désse a minha vida,
Que farias tu com ella?
-Tirava os brincos do prego,
casava c’um homem cego
E ia morar para a Estrella.

Mas, Margarida,
Se eu te désse a minha vida,
Que diria tua mãe?
-(Ella conhece-me a fundo.)
Que ha muito parvo no mundo,
E que eras parvo tambem.

E, Margarida,
Se eu te désse a minha vida
No sentido de morrer?
- Eu iria ao teu enterro,
Mas achava que era um erro
Querer amar sem viver.

Mas, Margarida,
Se este dar-te a minha vida
Não fôsse senão poesia?
- Então, filho, nada feito.
Fica tudo sem effeito.
Nesta casa não se fia.

Comunicado pelo Engenheiro Naval
Sr. Alvaro de Campos
(em estado de inconsciencia alcoolica)


( Tirado de http://viciodapoesia.wordpress.com)

4 comentários:

  1. :)))))
    Maravilha!!!
    (prá troca...)

    Chamava-se ela Marta
    Ele Doutor Dom Gaspar
    Ela pobre e gaiata
    Ele rico e tutelar
    Gaspar tinha por Marta uma paixão sem par
    Mas Marta estava farta mais que farta de o aturar
    - Casa comigo Marta
    Que estou morto por casar
    - Casar contigo, não maganão
    Não te metas comigo, deixa-me da mão

    Casa comigo Marta
    Tenho roupa a passajar
    Tenho talheres de prata
    Que estão todos por lavar
    Tenho um faisão no forno e não sei cozinhar
    Camisas, camisolas, lenços, fatos por passar
    - Casa comigo Marta
    Tenho roupa a passajar
    Casar contigo, não maganão
    Não te metas comigo deixa-me da mão

    Casa comigo Marta
    Tenho acções e rendimentos
    Tenho uma cama larga
    Num dos meus apartamentos
    Tenho ouro na Suíça e padrinhos aos centos
    Empresto e hipoteco e transacciono investimentos
    - Casa comigo Marta
    Tenho acções e rendimentos
    - Casar contigo, não maganão
    Não te metas comigo deixa-me da mão


    Casa comigo Marta
    Tenho rédeas p´ra mandar
    Tenho gente que trata
    De me fazer respeitar
    Tenho meios de sobra p´ra te nomear
    Rainha dos pacóvios de aquém e além mar
    - Casas comigo Marta
    Que eu obrigo-te a casar
    - Casar contigo, não maganão
    Só me levas contigo dentro de um caixão

    (de José Mário Branco... provávelmente, também, em estado de inconsciência alcoolica)
    :D :D :D

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  2. Ora, então vamos poupar dinheiro com um pequeno passo da Reforma do Estado?
    A AR conta com o máximo de deputados (230) previsto constitucionalmente: 3200,00 € é o vencimento de cada deputado da AR, fora os perks.
    O mínimo previsto constitucionalmente é de 180 deputados.
    Ou seja, cortando 50 deputados ao Orçamento da AR (50 deputados x 3.200,00 € x 14 meses = 2.240.000,00 €).
    Se baixássemos 500,00 € de vencimento aos 180 remanescentes (180 deputados x 500,00 € x 14 meses = 1.260.000,00 €)
    Ou seja, tão somente revendo as condições salariais dos deputados da AR, excluindo todos os benefícios, não contando com assessorias e secretariados, seria possível poupar por ano: 3.500.000,00 €!
    Valor que não anda muito longe do que se pretende poupar a partir do próximo ano.

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  3. Suzana
    Parece que em estado de embriaguês dizem-se muitas asneiras, mas também se descobrem verdades. É o que se diz!

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  4. Excelente associação, caro Bartolomeu, está visto que o casamento é sempre um tema pouco consensual :)
    Pelo menos há quem fique inspirado, Margarida!

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