Não satisfeito por nos ter metido na tortura que vamos sofrendo, ao
cometer a impensável proeza de duplicar a dívida pública em 6 anos, Sócrates
deu agora em torturar a filosofia com a sua tese sobre a ética e a tortura. A
entrevista dada ao Expresso não podia ser mais esclarecedora.
Mostrar erudição,
mesmo que sobre o pensamento de um ou outro filósofo não é saber pensar como
filósofo. Um filósofo encara a realidade, não foge dela, procura pensá-la e explicá-la.
Sócrates, ao contrário, chega ao ponto de negar a realidade sobre a qual se
debruça e faz uma tese.
Na entrevista é colocado perante o seguinte caso prático: o 1º ministro sabe de um plano para um
ataque terrorista e era preciso obter mais informações de um prisioneiro.
Tortura-se?
Um tema no cerne da sua tese. E o que pensa Sócrates? Por ele, não pensa
nada, perde-se em citações e perde-se em contradições. Isto é, pensa pelos
outros, nada elabora, nada sintetiza, porque nada assimilou. No fim, conclui que o problema nem
existe!...
Cita Kant, para dizer que não se pode torturar; cita Stuart Mill, para
dizer o contrário, pois a boa atitude é aquela de que resulta mais felicidade e
menos sofrimento. Afirmando-se um deontologista, cita Rawls e Nozick, para
dizer que a vida humana é única, singular e insubstituível, podendo daí
deduzir-se que é legítimo tudo fazer para a preservar; mas simultaneamente
volta a Kant para referir que nunca é legítimo poder utilizar uma pessoa como
meio, mas sempre como fim em si mesmo.
Depois de mais umas tantas profundas considerações, resolve o problema,
negando a sua existência. Palavras textuais:
“a tortura é justificada pelos utilitaristas como a certeza de que a bomba está
colocada. E a necessidade de escolher entre o tipo torturado e os cem que a
bomba vai matar. Eu argumento que esse cenário é irreal. Nunca aconteceu”.
Filosofia técnica, problema resolvido. Para quê, então, a tese?
Claro que
ela vai ser muito apreciada. Pelos que continuam a não ver que o filósofo vai
nu.
Oh meu caro Pinho Cardão, aquela entrevista mostra mas é a careca do PSD. Não se detenha nos pormenores...
ResponderEliminarNão posso com aquela falta de humildade apanágio dos ignorantes.É vaidoso e perigoso com está demonstrado.
ResponderEliminarOh, caro Carlos Monteiro, a entrevista é toda ela um pormenor.
ResponderEliminarDetive-me apenas no ponto que estava relacionado com a suposta tese. Aí é menos do que isso.
Caro Luís Moreira:
Entrevista arrogante e megalómana, tem toda a razão.
não sei se podemos chamar entrevista a uma conversa de amigos , no caso entre o actual estudante de filosofia e a ex assessora de imprensa do ps.
ResponderEliminare caro carlos monteiro não se despreze os pormenores ( ou pormaiores).como se costuma dizer é nos pormenores que reside o diabo
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarO homem cometeu muitos erros ao seguir o caminho neoliberal desta Europa. Contudo ponhamos as coisas no seu lugar.
Sócrates não duplicou a dívida pública.
Dívida pública em percentagem do PIB.
2005……..67,7%
2006……..69,4%
2007……..68,4%
2008……..71,7%
2009……..83,2%
2010……..93,5%
2011……..108,2
2012……..124,1
2013……..127,4%
Assim de Março de 2005 a Junho de 2011 a dívida passou de 67,7% para cerca de 100% (junho de 2011) enquanto de Junho de 2011 a 2013 a dívida 27,4%. (de 100% para 127%).
A subida da dívida pública tem uma média de 5,4% ao ano enquanto na governação de Passos Coelho e Portas o aumento da dívida de Junho de 2011 a 2013 é de 27,4%, isto é, uma média anual de 11%. Passos e Portas batem claramente Sócrates.
Tem toda a razão, Carlos Melo. Uma conversa de amigalhaços, pura propaganda a propósito de travestida tese dita filosófica. A que os amigalhaços do Expresso logo deram a mão ou, mesmo, promoveram.
ResponderEliminarAo contrário, quem, na economia ou no voluntariado,ou nas organizações sociais muito tam dado ao país, é silenciado.
Caro Carlos Sério:
ResponderEliminarE a dívida referente às PPPs, a das empresas públicas e de todas as outras entidades que não entravam nas contas do défice e que não eram contabilizadas como dívida directa do Estado, mas que o Estado tem que pagar, não conta? Isso não conta? A dívida das Estradas de Portugal, que subiu em flecha, não conta?
O acréscimo de 2011 e de 2012 e de 2013 não estava já previsto no Memorando que Sócrates assinou?
Oh, Carlos Sério!...
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarJá tive ocasião de provar aqui que “as dívidas referente às PPPs, a das empresas públicas e de todas as outras entidades “ não entraram e continuam a não entrar nas contas da dívida pública. Num comentário, segundo creio, a um Post do TM. Esclareço então novamente.
A Comissão (Eurostat) recebe das autoridades estatísticas portuguesas informações sobre a dívida global bruta do sector da administração pública, que inclui a dívida da administração central, regional e local e da segurança social. O Eurostat recebe também das autoridades estatísticas portuguesas informações anuais regulares sobre as parcerias público-privadas classificadas no sector da administração pública. No entanto, não estão disponíveis informações sobre as parcerias público-privadas classificadas como elementos extrapatrimoniais da administração pública. A Comissão (Eurostat) não dispõe de informações completas sobre a dívida das empresas públicas (detidas pela administração pública, central ou local).
A Comissão (Eurostat) entende a expressão «dívida pública indirecta» como a dívida das empresas públicas. Embora a Comissão tenha conhecimento da existência desses dados e acolha favoravelmente a sua publicação, tais dados não são, por agora, recolhidos nem validados pela Comissão. No futuro, e impreterivelmente a partir de Janeiro de 2015, a Comissão (Eurostat) estará em condições de publicar a dívida de empresas públicas (bem como as garantias governamentais e as parcerias público-privadas extrapatrimoniais) por força da Directiva 2011/85/UE sobre requisitos aplicáveis aos quadros orçamentais dos Estados-Membros.
A dívida pública das empresas públicas e das parcerias público privadas (PPP), ao que se chama dívida pública indirecta e que em 2012 correspondia a cerca de 15% do PIB. Contudo, se contarmos com o endividamento garantido pelo Estado em nome dos bancos (passivos contingenciais) o endividamento indirecto ascende a 30% do PIB. Uma autêntica bomba-relógio no parecer da Standard & Poor's.
Oh Pinho Cardão!...
A hipocrisia tolda qualquer pensamento. Começa logo pelo primeiro parágrafo.
ResponderEliminarOh, Carlos Sério!...
ResponderEliminarO meu amigo é um brincalhão, mesmo em coisas sérias. Claro que a dívida pública duplicou no consulado de Sócrates. Em números absolutos e relativamente ao PIB.
Sócrates tomou posse em 12 de Março de 2005 e saíu do governo em 21 de Junho de 2011. De acordo com os dados do IGCP, a Dívida pública directa total era, naquelas datas de 92,761 mil milhões de euros e de 172,393 mil milhões de euros, respectivamente. Isto é, não chegou bem a duplicar, só aumentou 86%. Uma ninharia, em 6 anos!...Claro que se lhe somarmos a dívida indirecta contraída ao longo do período e que o Estado terá que pagar, o montante mais que duplica. Mas como convém relativizar o que assim se apresenta de forma absoluta, absolutizemos o que é relativo: a relação Dívida/PIB, o que o meu amigo tentou fazer.
Segundo a PORDATA, baseando-se em dados do INE, o PIB apresentava em 2004 o valor de 149, 3 mil milhões de euros, de 154,3 em 2005, de 172,9, em 2010, e de 171,1, em 2011. À falta de tempo para resposta oportuna, não verifiquei a evolução trimestral no decorrer de 2005 e de 2010. Mas, não errando por muito, e considerando uma evolução linear, o PIB terá rondado os 150,6 mil milhões em Março de 2005 e 172 mil milhões, em Junho de 2011. O que dá uma relação Dívida/PIB de 61,6%, em Março de 2005 e de 100,3%, em Junho de 2011. Dirá que a dívida pública directa não duplicou. Mas diz o meu amigo que “a dívida pública das empresas públicas e das parcerias público privadas (PPP), ao que se chama dívida pública indirecta, em 2012 correspondia a cerca de 15% do PIB”. Ou cerca de 30 mil milhões de euros, o que não andará longe da realidade, um valor para o qual os governos de Sócrates deram a contribuição maior, através das PPPs e outras “engenharias”, não devendo ainda estar aí incluídos os 3 mil milhões do Desvio tarifário tão ao gosto de Sócrates e Manuel Pinho e que, não sendo repercutido nas tarifas da energia, terá que ser o Estado a suportar. Se de tudo isso somar uma parte à dívida pública directa, verá que não é exagero dizer que, quer em termos absolutos, quer em termos relativos, a dívida pública duplicou nos 6 anos de Sócrates. O que é, de facto, um feito notável!...E todos estamos a saber bem disso.
Não é, oh Carlos Sério?
Oh Pinho Cardão,
ResponderEliminarLonge de mim atribuir qualquer mérito à governação de Sócrates.
No essencial:
!. A dívida não duplicou com Sócrates.
2.Em média, a dívida nos anos de governação Passos/Portas subiu mais, quase para o dobro da do tempo de Sócrates.
3.As dívidas das PPP e das empresas públicas não estão comtempladas na Dívida Pública ao contrário do que afirmou.
Para nos levarem a sério, caro Pinho Cardão, teremos de ser exactos e não nos deixarmos levar pela partideirite aguda.
Não é, oh Pinho Cardão?
Caro Carlos Sério:
ResponderEliminarQuanto à introdução, já é um progresso. Nunca o ouvira falar em tal.
1. O meu amigo anda obcecado com precisões no campo do infinitesimal. Sugeria-lhe que deixasse a especifificidade aritmética e converse em português. E, em bom português, e sem atraiçoar a matemática, Sócrates duplicou a dívida. Como demonstrei.
2. Não fiz as contas ao tempo do governo Passos Coelho. Mas não creio que se tivesse afastado substancialmente do previsto no Memorando e este teve a vigilância da Troyca e a Toyca não reprovou a evolução.
3. E o meu amigo a dar-lhe. Distingui entre dívida pública directa e dívida pública indirecta. Ambas são dívida pública. Que eu e o meu amigo e uns tantos portugueses teremos que pagar. Ou o meu amigo vai safar-se de pagar a dívida pública indirecta que Sócrates lhe deixou? Se disser como diga-me, que eu gostava de saber.
Olhe que essa dívida pública indirecta existe e, mesmo que não considerada na dívida pública directa, como diz, e eu aceito, temos que a pagar. Com língua de palmo!...
4. Isto que eu digo é exacto. E o meu amigo sabe que é.
Mas, a fé é que nos salva, ainda um dia haveremos ce concordar. Nada está perdido!...
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarQuando diz “Mas não creio que se tivesse afastado substancialmente do previsto no Memorando”, seria bom que se debruçasse um pouco mais sobre o assunto. Estaria assim seguramente mais afastado dos austeristas do ”custe o que custar” que escrevem com alguma assiduidade no “quartarepublica” liderados pelo nosso querido TM. Excepção feita a Ferreira Leite.
Só um apontamento, já que quanto ao resto os nossos leitores já estarão esclarecidos.
Anos……………………………………2012…………..2013
Divida Pública no memorando…………………….112,2%....115,3%
Dívida pública alcançada pelo governo………….......124,1%....127,8%
Défice público no memorando………………………4,5%.......3,0%
Défice público alcançado pelo governo………….......6,4%.......5,9%
Temos assim um afastamento da dívida pública de mais 11,9% em 2012 e 12,5% em 2012. É OBRA, Oh meu caro Pinho Cardão.
Daqui se deduz que o que a Troika deseja não é a consolidação orçamental, o que a Troika quer são os cortes e as privatizações.