Chamou-me a atenção o título "Portugal surpreende e é o 3º país com melhor desempenho entre os 58 mais industrializados" sob o qual alguma imprensa divulga o resultado da avaliação das medidas contra o aquecimento global. Sintomático o espanto pois estamos sempre à espera do pior. E quando não se abrem os olhos de surpresa há quem muito se entristeça quando o que fazemos afinal dá resultado. Ora, nesta matéria, e à nossa escala, temos feito muito, a começar pela consciencialização das gerações a quem vamos passar testemunho.
De alguma sorte compreende-se que assim continue a ser. Afinal, para os profissionais do "quanto-pior-melhor" uma boa nova sempre é uma péssima notícia...
Vem-me à memória o episódio, intensamente por mim vivido, do desastre nos mares da Galiza com o petroleiro Prestige, ultimamente muito falado por causa do julgamento que terminou na passada semana, creio. Faz agora 11 anos. O assunto foi diariamente debatido no Parlamento. Senti, sempre que ouvia os senhores deputados a ele se referirem, que existia por ali quem não se conformava com o facto de a mancha de poluição não atingir a costa portuguesa. E mesmo quando já existiam certezas de que o perigo tinha passado, nas TV "cientistas" juravam, de mão estendida sobre modelos matemáticos que conjugavam ventos, marés e correntes, que era inevitável a contaminação de Caminha até Setúbal.
Somos assim. Melhor, alguns são assim. Estes quase sempre com audiência nos media para quem o escândalo, pequeno ou grande, é a alma do negócio.
De alguma sorte compreende-se que assim continue a ser. Afinal, para os profissionais do "quanto-pior-melhor" uma boa nova sempre é uma péssima notícia...
Vem-me à memória o episódio, intensamente por mim vivido, do desastre nos mares da Galiza com o petroleiro Prestige, ultimamente muito falado por causa do julgamento que terminou na passada semana, creio. Faz agora 11 anos. O assunto foi diariamente debatido no Parlamento. Senti, sempre que ouvia os senhores deputados a ele se referirem, que existia por ali quem não se conformava com o facto de a mancha de poluição não atingir a costa portuguesa. E mesmo quando já existiam certezas de que o perigo tinha passado, nas TV "cientistas" juravam, de mão estendida sobre modelos matemáticos que conjugavam ventos, marés e correntes, que era inevitável a contaminação de Caminha até Setúbal.
Somos assim. Melhor, alguns são assim. Estes quase sempre com audiência nos media para quem o escândalo, pequeno ou grande, é a alma do negócio.
Pena!
ResponderEliminareu pensava que ia ler um "post" a valorizar uma boa noticia.
Afinal, o post é apenas para á boleia de uma boa noticia, referir e criticar um "status" colectivo.
quase parece enfermar do mesmo mal que sublinha e aponta, no post: a luz de boas noticias só vemos o que está mal!
Foi precisamente o caso do post. Será contagio?
Acha que sim, meu caro Pedro? Não foi essa a intenção. Tanto que coloquei o link para quem quisesse inteirar-se do que se trata, o poder fazer.
ResponderEliminarCompreendo que veja no post a valorização da patologia e não do facto. Todavia, a intenção não era essa, mas sim a de criticar mais esta expressão de fraca estima num domínio onde Portugal está bem e se pode recomendar. Mas admito que deveria ter começado por aí...
Caro dr. Ferreira de Almeida,
ResponderEliminarNeste, como noutros casos, diria que fomos bons alunos de péssimos professores. Se os dinamarqueses, por exemplo, são suficientemente ricos para pagar as suas próprias loucuras, o mesmo não sucede connosco (ou com os espanhóis e até mesmo, crescentemente, com os ingleses e mesmo - pasme-se! - com os alemães).
Quando li esta notícia hoje de manhã, reforcei a ideia que já tinha quanto à aparente irreversibilidade da dissonância cognitiva que sofremos no país relativamente à energia e economia "verdes", fonte relevantíssima de umas certas e escandalosas "rendas excessivas" que toda a gente pretende "cortar" (no plano retórico, claro) e que estão a origem de um enorme défice tarifário que os consumidores (ou os contribuintes) vão ter que pagar mais cedo ou mais tarde.
Sim, valorizamos pouco a melhoria da nossa qualidade ambiental, quer porque a pagamos cara, quer porque todos os anos assistimos ao desaparecimento de vastas extensões de floresta por incêndios quer, também, porque esse galardão que nos coloca tão bem no ranking se deve também, segundo ouvi, à redução da actividade industrial, que tantos consideram ser a razão da nossa crise profunda, por isso, será que as comparações têm em conta as causas e não apenas os efeitos? Pergunto porque não conheço os critérios de avaliação neste caso e nos casos em que conheço tenho muitas dúvidas sobre as conclusões que se podem tirar.
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