A Lei das Reformas apresentada pelo Governo de Hollande foi rejeitada por unanimidade no Senado!...
Nenhum senador, da direita ou da esquerda, verde ou socialista votou a favor do diploma.
Já não são apenas as sondagens que mostram a desgraça do Presidente francês, cuja actuação é reprovada por 75% dos franceses; agora, são os seus próprios senadores que o abandonam.
E, como não quer a coisa, até o Seguro português, que há um ano tanto invocava Hollande e via nele um seguro salvador de Portugal, o deixou cair no esquecimento.
Um Hollande cada vez mais inseguro; e um Seguro cada vez menos hollandês...
A governação insegura que este mundo de hollandes nos dá!...Votem neles...votem!...
Mendés France tinha antepassados judeus portugueses
ResponderEliminarterá holande antepassados judeus holandeses?
É cá uma desilusão ...
ResponderEliminarCaro Dr. Pinho Cardão, independentemente de a proposta ser apresentada por um governo comunista, socialista, centrista, de direita, ou verde, o problema mantem-se e é quase transversal a todos os países da UE; a taxa de desemprego. Reduzir a idade para a reforma, à falta de melhor solução, pode ser a forma de criar oportunidades de emprego para os mais jovens, motores do desenvolvimento económico, intelectual, artístico e científico de qualquer sociedade.
ResponderEliminarQuanto ao seu último parágrafo, permita-me que lhe pergunte: o Sr. esta a passar-nos um atestado de estupidez, ou está a desvalorizar a liberdade democrática de votar?
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarDe facto, o desemprego (e o emprego) é talvez o problema mais grave com que as sociedades modernas se debatem. A evolução tecnológica, a automação, a própria organização dos postos de trabalho são, entre outros, factores que condicionam o número de empregados. É uma situação complexa, dificílima de resolver. E se há medidas que favorecem a criação de emprego nalguns locais, essas mesmas medidas repercutem-se em desemprego noutros sítios.
Por isso é que é criticável a propaganda com que alguns líderes políticos se fazem eleger, prometendo crescimento e emprego ao virar da esquina, quando sabem que inexoravelmente irão faltar ao prometido. E, se não sabem, são profundamente ignorantes e inaptos para a função.
Hollande fez-eleger prometendo crescimento a rodos, não só à França, como a Portugal e a toda a União Europeia. Mal chegado ao Governo, e porque não tinha alternativa, começou a implantar políticas restritivas, desde logo na despesa pública, ao contrário do que afirmava. E os grandes projectos anunciados nem vê-los.
Agora está a pagar, e a França com ele, as vãs ilusões que propagandeou.
Por isso, caro Bartolomeu, quando digo "votem neles, votem", não me refiro a Seguro ou a Hollande e nem pretendo dar qualquer conselho, que não é meu hábito, mas apenas deixar um aviso para a vacuidade daqueles que usam e abusam de promessas fáceis que, não cumpridas, trazem ainda mais desilusão e dor, e fazem perigar o sistema democrático.
É isso, caro Bartolomeu.
De acordo, caro Dr. Pinho Cardão, quanto às múltiplas causas que originam e mantêem o estado aflitivo de desemprego que a Europa vive actualmente. Quanto às promessas com que os politicosos inflamam os seus discursos eleitorais, e que depois de eleitos não cumprem, sabendo antecipadamente que não irão encontrar condições depois de eleitos para as cumprir, desde ha uns anos que verificamos serem um recurso de que quase todos se servem e que produz o efeito que desejam. Talvez escapem, por razões obvias os candidatos dos países escandinavos. Mas na Europa central e sobretudo na mediterrânica, sabe o meu estimado amigo que a coberto da couraça dourada da democracia, de tudo é lícito fazer uzo, inclusivé da demagogia... tanto à esquerda, ao centro, à direita e até na nova moda dos "independentes".
ResponderEliminarA desilusão, a dor e a apatia que alastram nas sociedades, não me parece que sejam causadas pelas regras democráticas eleitorais, nem vejo de que forma o uso da democracia possa colocar em risco, a própria democracia, desde que os princípios que a fizeram nascer, sejam respeitados e cumpridos por todos.
Este flop de criatura hollande pode bem ter servido os interesses dos partidos de direita mais do que qualquer outra coisa. All in all, ainda bem que os franceses votaram nele. Eles sofrem as consequencias da sua escolha (é de bom tom acrescentar "democrática", não é?) e nos demais paises fica a vacina! :-)
ResponderEliminarCaro Zuricher, se não for democrática, é forçosamente sectária. Assim sendo, torna-se ditatorial. E dos exemplos de governos ditaturiais que persistem no mundo, penso que não haja um que o meu caro amigo deseje eleger como paradigma.
ResponderEliminarPenso...!
Hmmmm, Bartolomeu, paradigma... Haverá um paradigma no que toca a regimes políticos? Regimes certos e regimes errados? Ou haverá regimes adequados a cada sociedade e contexto em que se inserem? Olho com benevolencia para o governo saudita, por exemplo. Naquele contexto e sociedade faz todo o sentido. Dos actuais talvez seja o único caso para que olho com benevolencia mas, enfim, também não conheço o suficiente para opinar sobre a maioria dos casos donde resulta que não tenha opinião sobre a grande maioria. De ditadores do passado recente olhei com benevolencia e até mais do que isso para vários. Dando-lhe três exemplos, Saddam Hussein, Khadafi e Mobutu Sese-Seko. Três exemplos desgarrados de pessoas que realmente governaram com mão de ferro sociedades que sem ela viram um jardim zoológico.
ResponderEliminarCaro Zuricher, salvo melhor opinião, a beleza de algo, mesmo de um regime político, ou de vários, é algo que se avalia num contexto de universalidade, de acordo com os sentidos estéticos do avaliador. Democracia, é um conceito estético, do meu ponto de vista, tão abrangente, pluralista e até benévolo, que o acho único e capaz de abarcar a máxima divergência de pensamentos políticos, religiosos, sociais, etc.
ResponderEliminarPois aí divergimos, caro Bartolomeu. Eu vejo os regimes políticos meramente como ferramentas, como instrumentos para atingir um objectivo. Não como fins em si mesmos. O objectivo é o progresso social e económicos dos paises e das sociedades. Consoante as caracteristicas de cada sociedade assim existe a ferramenta adequada para alcançar o objectivo. Nuns casos a democracia, noutros diversos tipos de regimes totalitários segundo as particularidades de cada pais.
ResponderEliminarSabe, vi em África demasiadas vezes os resultados de tentar aplicar a sociedades diferentes modelos ocidentais...
A minha firme convicção, caro Zuricher, assenta na universalidade dos princípios pelos quais se rege a democracia. Por isso, não a considero um modelo ocidental, independentemente do seu local de nascimento.
ResponderEliminarE essa universalidade, essa capacidade de abrangência e tolerância que são características e objectivos fundamentais de democracia, podem, a meu ver ser aplicados com toda a garantia de sucesso, em qualquer sociedade, em qualquer lugar do globo.
Aquilo que não é compatível, caro Zuricher, no caso de muitos países africanos, é compatibilizar democráticamente a pobreza extrema da população em geral, e a riqueza extrema e extravagante das elites que os governam. Nesses casos, só um regime totalitário, e opressor poderá subjugar as populações e mante-las... "cooperantes".
Caro Bartolomeu, lamento mas no que toca a essa compatibilização que defende está profundamente errado. A história, aliás, demonstra-o.
ResponderEliminarO tribalismo impede mesmo a própria existencia da democracia dado que uma tribo não aceita ser governada por outra. Em várias sociedades o próprio conceito e noção de adversário político não existe. Adversário é adversário! Isto foi o que sucedeu, por exemplo, no Zaire. Em lingala não existe sequer forma de expressar o conceito de adversário político. O caro Bartolomeu parte do principio de que todos querem ser tolerantes com todos mas isso não é real. No Zaire há ódios tribais ancestrais e nisso o Grande Leopardo foi inteligentissimo ao pôr-se a si mesmo acima das tribos, practicamente renegando as suas origens Ngbandi, e criando um senado de pacotilha com a representação dos grupos étnicos. Claro que o tal senado não servia para nada mas deixou toda a gente contente. E posso ir mais longe. O que está a passar-se hoje em dia na Líbia não é mais do que uma continuação das guerras tribais ancestrais entre as tribos da Tripolitânia, da Cirenaica e de Sirte que só deixaram de existir durante os tempos de Khadafi, ele próprio um Warfalla da Tripolitânia que se tentou pôr acima desse assunto embora com não tanto sucesso como Mobutu até porque, na realidade, nunca conseguiu sobrepor-se mentalmente às suas origens. No Iraque a questão religiosa sobrepôs-se e há o ódio ancestral entre xiitas e sunitas mas que também se divide parcialmente por linhas tribais, com umas tribos ligadas a uma corrente e outras a outra.
Mesmo democracias consolidadas têm alguns problemas deste cariz com grupos tribais que estão mais atrasados socialmente em relação ao resto do país e continuam a fazer prevalecer o elemento tribal à consciencia nacional. É o caso do Quénia onde na sequencia dos problemas com as eleições de 2007 a violencia foi dirigida não contra os apoiantes do candidato alegadamente vencedor mas sim contra toda a etnia Kikuyu, a etnia do presidente vencedor das eleições. Um caso de democracia consolidada mas com tensões tribais numa parte do país, o Gana, onde há problemas recorrentes entre os Konkombas e as restantes tribos dominantes no norte do país. Outro caso, o Mali. Toda esta questão a que estamos a assistir é velha de séculos. É a velhissima guerra entre os Tuaregs do deserto e os negros da savana de que agora a Al-Qaeda no Magreb Islâmico se aproveitou. E pôde aproveitar-se, aliás, por causa da queda do Khadafi e os seus resultados, primeiro para a vastidão do território líbio que se tornou terra de ninguém e é santuário para facínoras de toda a espécie e feitio e em segundo lugar pelos arsenais bélicos que foram saqueados por meio mundo (AQMI e Tuaregs incluídos que se sentiram fortes) havendo aqui, claro, as relações de proximidade entre as etnias do Sul da Líbia e os Tuaregs.
É muito dificil para um ocidental entender a organização tribal. Mas não é por isso que ela deixa de ser real em muitos pontos do globo.
Caro Zuricher, não ignoro a existência dessas divergências tribais nos paises africanos, não ignoro também que muitas são apoiadas e fomentadas por poderes externos, como forma de manter uma instabilidade que lhes permite exercer domínio sobre os poderes que governam, o que faz com que os nomes dos "líderes" que citou como exemplo de governantes exemplares, os coloque em posição mais favorável que a de marionetes. Só que, marionetes de luxo, executoras de uma política oligárquica mas sobretudo instável. Daí o estarem sujeitos a diversas vicissitudes que só são debeladas pela lei da anarquia bélica e das execuções em massa.
ResponderEliminarLei da anarquia bélica? Das execuções em massa? Quer mesmo comparar o número de mortos causados pelo Grande Leopardo em 32 anos com o número de mortos a seguir? É fácil. Bastaram 4 meses, 4 singelos meses!, para ultrapassar o número de mortes das piores estimativas para os 32 anos em que Mobutu esteve no poder! E isto sem contar que mesmo no meio duma série de disparates, o Zaire era um país razoavelmente próspero para os padrões da região. E que dizer da Líbia? Que era o país mais próspero do norte de África e voltou décadas atrás em qualidade de vida? E o Iraque? Onde não apenas a população disfrutava duma certa qualidade de vida como as disputas religiosas estavam calmas? O único país na região onde havia um arremedo de liberdade religiosa e cujo governo até um ministro cristão tinha?
ResponderEliminarCaro Bartolomeu, a sua defesa da democracia é uma questão de principios. A mim, sinceramente, os principios dizem-me pouco. Os resultados, sim, dizem-me muito. E os resultados são o maior bem estar possivel para o maior número possivel. Nalguns destes casos houve danos colaterais? Sim, sem qualquer dúvida. Mas em troca muitos mais puderam experienciar não só o bem estar como também a vida. Se for necessário matar 1000 para proteger a vida de 100000 não tenha quaisquer dúvidas de que não hesito na escolha. É a solução ideal? Não é. É a possivel.
Para terminar deixe-me contar-lhe um caso real de eficiencia de sistemas que é aplicavel a isto também. Os caminhos de ferro nos Estados Unidos, o sistema ferroviário americano, é o mais eficiente do mundo. Há, porém, um item em que é dos mais ineficientes do mundo, o consumo de combustivel. Porém, melhorar este item requer uma série de mudanças que levam à diminuição da eficiencia global do sistema. É o ideal? Não. O ideal seria conseguir melhorar o item "consumo de combustivel" sem prejudicar a eficiencia global. Mas isso não se consegue portanto fiquemo-nos pelo possivel, sendo esse possivel melhor do que as alternativas. Com as sociedades passa-se o mesmo. Muitas vezes temos que contentar-nos com o possivel sob pena de ficarmos sem coisa nenhuma ao tentarmos perseguir o ideal.
Tanto a moeda mais bela e brilhante, como a mais gasta e suja, têm ambas duas faces, caro Zuricher. Se o caminho para ser encontrada a solução ideal para um determinado problema, passa obrigatóriamente por um trecho de aprendizagem, de experimentação e de dificuldades várias, não teremos forçosamente que optar pela outra face, a da semi-solução, por se achar mais à mão e portanto, imediata.
ResponderEliminarMas é claro, estamos a pisar o terreno dos pontos de vista. Respeito o seu, que é também o que reune maior número de adeptos. Do meu ponto de vista, pesem embora as imensas dificuldades e contra-forças, a busca do equilibrio social universal, será sempre o ideal do ser humano. Provávelmente, esse equilíbrio nunca irá ser plenamente alcançado, mas o homem nunca deixará de o sonhar.