1.Assistiu-se, nos últimos dias, a uma apreciável descida das taxas de juro implícitas na cotação da dívida pública portuguesa (yields), que, no prazo de 10 anos se situavam, na última 6ª Feira, em 5,68%, depois de, durante semanas a fio, se terem mantido acima de 6%.
2. Na edição do F. Times deste fim de semana, em notícia intitulada "Periphery debt rallies on eurozone optimism", são feitos comentários à descida das yields da dívida espanhola, italiana e portuguesa, sendo a descida, no caso português, associada à decisão do PR, da última 5ª Feira, de promulgar o OE/2014 sem o submeter à apreciação prévia do TC...
3. Trata-se de uma fonte independente, não sendo o FT suspeito de nutrir especial simpatia pelo PR nem de procurar promover a sua imagem pública...
4. A crer nesta análise do FT, compreendem-se agora bem melhor as críticas ferozes que diversos sectores anti-neo-liberais dirigiram à decisão do PR de não solicitar a fiscalização preventiva da dita Lei, críticas que nalguns caos se aproximaram, delicadamente, do insulto pessoal (SG da CGTP, por exemplo)...
5. Com efeito, uma descida apreciável das taxas de juro da dívida é, nesta altura, tudo o que menos convém aos que apostam no quanto pior melhor, que jogam tudo na instabilidade política e social...para depois se erguerem em violento protesto contra as consequências dessa agitação que que tão carinhosamente promovem..
6. Temos, pois, crédito do PR na descida das taxas de juro? Admito que para alguns dos nossos mais estimados Comentadores se trate de uma realidade cuja absorção se afigure algo perturbadora, mas recordo que é o insuspeitíssimo F. Times quem sustenta a tese...
Todos os juros da dívida pública dos países em dificuldades caíram esta semana, em Espanha (4,85%), Portugal (4,79%), Itália, Grécia e mesmo em França. Atribuir a esta maré conjunta de descidas das dívidas públicas, no caso português à decisão do PR, é na verdade a demonstração do grande provincianismo que domina os nossos sábios analistas.
ResponderEliminarAinda que, as ditas análises saiam de Lisboa e sejam publicadas no “insuspeitíssimo” F. Times. Sabe-se lá a que custos.
Seja ou não consequência da acção do PR, ou melhor da não acção ao não pedir fiscalização do OE2014, é uma boa notícia. Mas apesar da desconfiança de Carlos Sério e possivelmente de outras pessoas tão sérias como ele, não descarto que a decisão do PR possa ter tido alguma influência.
ResponderEliminarO sujeito faz tanta asneira que quando faz alguma coisa de jeito torna-se notícia na imprensa internacional. Eu preferia um presidente da república que respeitasse a democracia. Com um desses, as taxas não eram tema depois de um guerra de quase quatro anos com o país, como são hoje. Aliás, são o único país em que são tema.
ResponderEliminarNão tenho dúvidas que foi decisiva, a decisão de promulgação do orçamento.
ResponderEliminarDa mesma forma que não tenho dúvidas da contrariedade que para as oposições, representa a descida das taxas de juro.
Afinal, está em causa a concretização do 2º passo em frente rumo à ansiada revolução.
Apoio o 2º Resgate.
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Não desejo, mas tem de ser.
Juros mais baixos que aqueles que possamos conseguir em Maio. E eliminaria cretinices políticas e partidárias em rumo de eleições. Eliminaria a ação política desta gente que não presta (incompetência) e que nos governa ou que faz oposição.
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O Constitucional pronunciar-se-à em Abril/Maio.
Tenho sérias dúvidas que passem os cortes de salários: a transitoriedade é a palavra chave (argumento a formular no Ratton: uma vez que o período de ajustamento terminou a 17-5 deixou de haver razão para continuar os cortes salariais e daí decidir proteger a eficácia do acordão para trás e declará-los inconstitucionais a partir de junho14).
Em suma, reposição salarial a partir do verão.
Logo a correr arranjar 380 milhões...
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Mas o Governo poderia deixar de fazer política pelo Constitucional, bastando que ao longo do ano governasse. E a AR legislasse com tino.
Fizesse coisas duradouras...a 5, a 15..a 20 anos.
Pôr os Montenegros ou os Almeidas a legislar sobre extinção de câmaras, extinção de postos de trabalho "autárquico", p. exemplo, não é inconstitucional ...
Caro Freire de Andrade,
ResponderEliminarA julgar pela violência das reacções que se lhe seguiram, bem como pela resposta dos mercados (segundo o FT)...da decisão do PR de não submeter a fiscalização prévia a Lei do OE/2014 bem pode dizer-se que essa "não acção" terá sido mais eficaz do que muitas acções juntas...
Caro Tonibler,
Considero um acontecimento do maior impacto, quase internacional, o facto de o ilustre Comentador admitir que, por uma vez, o PR fez algo de (muito) positivo!
Sensacional!
Caro António Barreto,
Será que as ditas oposições estariam a pensar investir em dívida pública portuguesa e esta descida das taxas afectou as suas perspectiva de retorno do investimento?
Caro Conservador,
Nada como formular uma agenda de trabalho para outrém executar...
Até posso estar de acordo nalgumas rúbricas, mas está mesmo convencido de que são estes os executores mais recomendáveis de tal agenda?
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarnão deixa de ser interessante que desde que este governo foi eleito foi a única coisa de jeito que o PR fez em prol do seu país. O que só prova que tenho sido injusto, porque daqui até ao fim do mandato - se este ocorrer - podem ainda haver vários dias em que o PR parece estar a defender o interesse nacional. E quem sabe também nesses dias os mercados reajam positivamente à novidade.
Caro Tonibler,
ResponderEliminarA descida das yields da dívida, nomeadamente nos 10 anos, que hoje continua a verificar-se, não terá alguma coisa a ver com o súbito e inédito apoio do estimadíssimo Comentador a esta acção presidencial? Quem sabe? É sabido que os mercados são por vezes influenciados pelos mais inóspitos factores...
E, convenhamos, apesar da dura hostilidade soarista, por exemplo, Tonibler é sempre Tonibler!
Não, deve-se mais à possibilidade de um verdadeiro cisne negro que seria o PR fazer duas de jeito de seguida, o que traria lucros incalculáveis aos especuladores da economia de casino.
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