sábado, 8 de novembro de 2014

Como a política é essencial...

A Revista Expresso deste Sábado publica uma entrevista a Mario Vargas Llosa na qual o Prémio Nobel da Literatura fala das ameaças do mundo, designadamente dos extremismos religiosos, e da perda de valores que nos está a conduzir à confusão entre o bem e o mal. 
À pergunta: A falta de educação política da sociedade contribui para degradar a democracia e a liberdade? Mario Vargas Llosa responde: As pessoas começaram a desprezar a política. É compreensível, mas extremamente perigoso: se virarmos as costas à política, ela ficará nas mãos das pessoas piores. É preciso convencer as pessoas brilhantes, inteligentes, decentes, generosas e idealistas a envolverem-se na política. A política só se torna digna se as pessoas dignas participarem nela. Se a deixarmos aos ignorantes porque a achamos detestável, então a própria política está destinada a tornar-se detestável
Não posso estar mais de acordo, mas pergunto-me como se resolve um círculo vicioso desta natureza. A qualidade da democracia e da liberdade ressente-se com a qualidade da política e das instituições. Ambas se têm vindo a deteriorar. Como é que podemos evitar e inverter este plano inclinado? É um dos grandes desafios do nosso tempo e dele depende a prosperidade da humanidade.

7 comentários:

  1. Não acredito nada que alguma vez os políticos possam ser os melhores. Serão sempre os que mais querem o poder. Só uma sociedade civil forte e informada pode tornar melhor a política. Felizmente os políticos serão sempre a emanação da sociedade em que foram educados.

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  2. As pessoas estão a ficar fartas desta política suja e de roubos constantes.
    Muitos deixaram de acreditar e consequentemente de votar .
    Sobram agora os gangues organizados que disputam entre si as sobras que ficaram de um povo e um país quase à beira de desaparecer.

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  3. Concordo em absoluto com o que escreve o comentador Luis Moreira.
    Em primeiro lugar faz falta a cada cidadão um conhecimento e uma consciência plenos de cidadania. Nós estamos agora a olhar e avaliar de uma forma generalizada a personalidade e o comportamento dos políticos mas, se voltarmos o nosso olhar para a comunicação social, para as empresas, para as associações, para os nossos círculos fmiliares, vamos identificar em "doses" diferentes, a mesma falta de conhecimento. Não temos devúdida alguma que a solução para oproblema que já está identificado, se encontra na aprendisagem e na prática dos direitos e deveres de cidadão. Até que essa "revolução" de princípios seja efectiva, andaremos sempre a reboque de opiniões, de promessas e contra-promessas, de informações e contra-informações, de acusações e contra-acusações e... não evoluiremos do ponto em que nos encontramos. Tlavez até, regredamos ao tempo do feudalismo e da inquisição...

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  4. Não sei se será um fenómeno assim tão exclusivo de hoje, se olharmos a História veremos como está carregada de protagonistas tenebrosos ao pé dos quais muitos dos nossos de hoje são umas pérolas. Acontece que a democracia espera poder escolher os melhores evos que sobem ao poder em nome da defesa do interesse de todos, impedindo injustiças, violência e desigualdades, tornámos-nos exigentes e, claro, atentos, daí a desilusão. Também é um facto que há muita gente competente e séria na política, mas não são esses que originam os escândalos e os desastres que provocam o descrédito generalizado.

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  5. Caro LUis Moreira
    Uma sociedade civil forte e bem informada pressupõe uma transformação cultural. É necessário mais e melhor investimento na educação, no sentido da sua formação cívica, e, por outro lado, é necessário um nível de transparência política que possibilite o seu escrutínio público activo. Questões que envolvem opções políticas que dependem do próprio sistema político. O caminho a fazer tem muitos obstáculos.
    Caro luís rodrigues coelho
    É verdade, os cidadãos já não acreditam no sistema e a prova disso são os níveis de abstenção e o voto de protesto nos monopartidos, para já não falar da violência que mais não é que uma prova de protesto, absurda, é certo, porque a violência só promove a violência e o sofrimento.
    Caro Bartolomeu
    Tem toda a razão. A consciência pelos cidadãos dos problemas e de que sua resolução implica uma intervenção e vigilância activas é fundamental para evoluirmos para um sistema em que são os melhores que governam. Parece coisa simples, mas não é. Mudar atitudes e comportamentos é das coisas mais complicadas.

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  6. Cara Margarida, a resposta está precisamente neste Media (a Internet) onde você coloca esta interrogação.

    Se fizer um estudo sobre a concentração dos Media tradicionais - televisões, rádios, jornais, revistas, etc. há-de verificar que estão sob o controlo de três ou quatro grandes corporações, elas próprias sob controlo do Grande Dinheiro.

    Mas o grande Dinheiro não controla apenas os Media tradicionais, mas controla também a política e a legislação de todos os países.

    Donde, os nossos «representantes eleitos» não representarem, de facto, ninguém a não ser os seus donos. É por isso que a abstenção cresce de eleição para eleição. Graças à Internet, as pessoas começam crescentemente a perceber o tipo de «representação política» que preenche os «nossos governos, os nossos parlamentos e os nossos presidentes».

    Vão ser os computadores, as telecomunicações e a Internet que vão fazer implodir este sistema totalmente podre em que vivemos.

    O futuro será a Democracia Direta: dentro de determinadas regras, as pessoas votarão diretamente nas medidas e nos projetos que lhes interessam a nível de bairro, a nível de freguesia, a nível de concelho, a nível de região, a nível de país a nível europeu - sem «representantes» a soldo sabe-se lá de quê.

    Alvin Toffler, no seu livro «A Terceira Vaga» já falava nisso nos anos oitenta, quando a Internet praticamente ainda não existia. Hoje, todos temos opinião e podemos expressá-la. Não precisamos de Cavacos, de Sócrates, de Coelhos e quejandos para nada. Muito pelo contrário!

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  7. Caro Diogo
    A Internet é apenas um meio, as redes sociais promovem a geração e a partilha do conhecimento e transformam a distância em proximidade mas não resolvem a questão colocada.

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