Ouvi há pouco uma senhora sindicalista dizer que a requisição civil só comprovava a importância da TAP.
Mas, Madame, não se esqueça que a TAP é importante se tiver os aviões a voar. Se não tiver, não tem qualquer importância para ninguém, a começar pela Madame. Porque quem voa na TAP rapidamente escolhe outra companhia. E a Madame fica sem emprego.
Os sindicatos ainda não perceberam que operam num mercado concorrencial. Ao contrário dos seus camaradas do Metro...
ResponderEliminarPois... parece que o raciocínio da "Senhora" não atingiu tão elevado grau de profundidade.
ResponderEliminarA ligeireza do mesmo leva-me a pensar que aquilo que a preocupa é o facto de o governo estar a vender aquilo que não lhe pertence, que é público, que pertence ao Estado. E estar a fazê-lo sem consultar os verdadeiros donos da "coisa".
Estou certo que este final de governo vai ficar na História com o cognome de "Os Donos D'isto Tudo".
Oh Bartolomeu! Que coisa má lhe passou hoje pela cabeça?
ResponderEliminarMal posso acreditar ter sido o meu amigo a escrever o que escreveu. Cautela, que pode haver alguém a abusar do seu nome. Muita cautela!
A TAP já não faz tanta falta como fazia.
ResponderEliminarPortugal já poucas embaixadas tem em Lisboa, foi a maioria para Madrid
E uma das razões deve-se a este abuso e bandalheira de administrações e sindicatos do transporte aéreo, mas não só.
Criou-se uma cultura abrilista que deu cabo daquela imagem de portuguesinhos que tinham juizinho senão levavam tau-tau no rabinho, o que levava que o mundo inteiro não nos deixava orgulhosamente sós, Lisboa era um grande ponto de encontro.
Portanto aquele país de Minho a Timor e muitas embaixadas em Lisboa já nos existe, e reduzimo-nos muito.
Ou seja, a TAP já é um luxo que pode ser substituido facilmente.
Penso que o comentário que o Dr. Pinho cardão me dirige, tem fundamento no parágrafo « E estar a fazê-lo sem consultar os verdadeiros donos da "coisa"».
ResponderEliminarTalvez ao lê-lo pense que me refiro aos sindicatos e aos funcionários da TAP quando escrevo «...donos da "coisa"».
Se assim for esclareço-o que considero donos da "coisa", o povo português e considero um abuso, este ou qualquer outro governo, privatizar, sobretudo vendendo a estrangeiros, a "coisa" pública; a coisa de que o Estado é o verdadeiro dono e não, nem nunca, este, ou qualquer outro governo que Portugal tenha.
Comparativamente, seria como o presidente da câmara municipal a que o meu estimado amigo pertence, decidir colocar à venda a sua propriedade, sem sequer o consultar, evocando como motivo para o fazer, a baixa produtividade... do terreno.
Meu caro amigo Bartolomeu:
ResponderEliminarCreio que essa coisa má que hoje lhe passou pela cabeça ainda persiste.
Quando se vende, troca-se um bem por dinheiro ou por qualquer outro bem. O património fica exctamente na mesma.
Se se vende uma empresa, fica-se sem a empresa, mas com o dinheiro que ela vale. E o dinheiro que vale é o valor actualizado dos fluxos de caixa que ela geraria ao longo dos anos, na perpetuidade. O Estado, quando vende, fica sem o que vende, mas obtém outro bem de valor equivalente, no caso o dinheiro da venda.
Mas o meu amigo sabe muito bem isso, quer é conversa...
A lógica que o caro Dr. Pinho Cardão apresenta, é irrefutável, concordo. Vende-se, encaixa-se capital e depois? Que é feito a esse dinheiro? É para pagar a dívida pública? É para apoiar a criação de novas empresas? Esse dinheiro vai servir para gerar riqueza para o país? E de quanto será o valor da venda? 1 €, 2€ ? Uma vez que, como diz: o dinheiro que vale é o valor actualizado dos fluxos de caixa que ela geraria ao longo dos anos, na perpetuidade...
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarOs donos da coisa aprovaram a venda da TAP. Por cerca de 90% dos votos a favor, atendendo que PS, PSD e CDS defendiam o acordo com a troika onde tal compromisso foi tomado. Mais, mesmo que tal não fosse colocado a votos, QUE FOI, há uma forma dos donos da coisa se pronunciarem que é por via dos seus representantes, leia-se parlamento. Respondendo à pergunta que fez do "e depois recebermos dinheiro?" tem duas respostas. Uma aquela que serve para os cépticos como eu que não acreditam que aqueles aviões valham mais com tripulação que sem ela: Fico com a EasyJet, que nunca me falhou. A outra para os crentes como o meu caro: compro acções da companhia que aqueles palermas não quiseram e ainda é mais minha do que era antes.
Claro que ser sua com o meu dinheiro era o meu caro estar a fazer o mesmo que o DDT, e essa era vai terminar muito em breve.
Pois é meu caro Cruz, só que, o DDT não precisou de dinheiro seu para comprar, aliás, como saberá, apadrinhado por Mário Soares e financiado por mon'ami Mitterrand, só não comprou aquilo que não quis.
ResponderEliminarAgora, convinha "acertar agulhas" e precisarmos se os donos disto tudo são aqueles do centralão, ou se são os borra-botas que acreditam pagar aos deputados da assembleia para que os representem e "miem" em seu nome. Mas olhe que voar na Easyjet sem a manutenção técnica das oficinas da TAP, é um riscalhaço do escafandro. A não ser que, como o processo dos submarinos já está arquivado, estejam a pensar em mandar as aeronaves fazer as revisões, mudança de óleo e alinhamento da direção, nas oficinas da FA... Ás tantas o nogócio da privatização acaba por ser mesmo bom para o Estado...
Caríssimo António,
ResponderEliminarDo meu ponto de vista a TAP deve ser privatizada, e privatizada a cem por cento. Numa sociedade entre o Estado e os privados, são sempre os contribuintes que acabam por pagar o preço do sleeping do partner. Mesmo se o caderno de encargos, que desconhecemos, fosse perfeito, como exige hoje M Ferreira Leite no seu comentário no Expresso.
Dito isto, digo que me parece desinteressante a proposta do sr. António Costa de privatizar parte da empresa. E, além de desinteressante, inviável a sua proposta de aumento de capital por OPV em bolsa. Onde é que estão os tontos disponíveis para arriscar fundos numa empresa com as características da TAP? Não vejo.
Mas o que eu não vejo talvez seja muito visível para o sr. António Costa.
Daqui a nove meses haverá eleições.
Muito provavelmente, nenhum governo será aceitável sem a presença do PS.
Faz algum sentido que este governo esteja a todo o gás a avançar para uma privatização que é tudo menos consensual na sociedade portuguesa?
Já foram feitos vários erros. A privatização parcial da REN foi um deles.
Não seria altura do sr. Passos Coelho dar passos no sentido da redução do clima de tensão partidária que pode servir os interesses dos partidos mas não interessa ao país?
Caro Bartolomeu, o DDT só usou dinheiro do meu. Há dezenas de companhias aéreas no mundo que não usam a manutenção da TAP e têm um registo mais limpo que a TAP, como por exemplo a Easyjet, que nunca deitou um avião ao chão.
ResponderEliminarOutra coisa, os borra-botas que acreditam que os deputados os representam, chamam-se "democratas". E eu sou um borra-botas desses, acho que o meu voto não vale mais que o dos outros e fico furioso quando me aparecem fascistas que acham que só porque a decisão da maioria não é a deles lhes dá direto de abastardarem o processo. Quer uma companhia aérea? Que tal pagar por ela em vez de esperar que seja o dinheiro dos pobres a financia-la?
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarDiz que a lógica que apresentei é irrefutável. E é. Fica então tudo dito.
Caro João Pires da Cruz:
Tem muita razão: a empresa foi tomada pelos sindicatos, é deles, abrem-na e fecham-na quando querem e nós é que a pagamos. Depois há alguns a dizer que a coisa é estratégica. É, para as greves sindicais.
Caríssimo Rui:
Salvo dificuldade de entendimento, há uma evidente contradição entre o que dizes até aos últimos três parágrafos e o que concluis nestes.
Adiar, adiar continuamente tem sido o grande problema português.
E entre um poder que sai de eleições, legítimo e com mandato para governar, e um poder sindical, para mais actuando num campo que excede a esfera laboral, tenho que optar pelo poder eleito. Ao contrário, é subverter as regras de um estado democrático. E isso é que não interessa nada ao país.
Caro Cruz e Pinho Cardão, perdoem que vos diga; os meus estimados amigos trocam o sentido a tudo o que eu escrevo, porque lhes convem defender um ponto de vista, tudo bem, eu compreendo, mas se fizerem um esforço para interpretar corretamente a minha opinião - que não é a de defender a greve e também a privatização, até porque se uma é consequência da outra, nenhuma das duas é a solução que o Estado necessita - chegarão a um ponto que não estão a querer admitir. O problema financeiro da Transportadora Aérea Portuguesa, é consequência de uma gestão incapaz de reestruturar a empresa e de a tornar rentável. E não é subtraindo uma azeitona em cada refeição servida a bordo - assunto que foi noticiado como sendo um estrondoso sucesso, que tinha produzido um ganho de milhares de euros - é sim, a meu ver, agilizando, acabando com os vícios instalados e falando com os sindicatos , sem ser por meias palavras e subentendidos. Aliás, se em todo o universo das empresas públicas a gestão fosse clara, direta e objectiva, não existiriam os problemas que a toda a hora são conhecidos e que nos fazem crer que é melhor vender, que continuar a alimentar monstros. Como já disse, tive já a oportunidade de estar na placa de diversos aeroportos internacionais e de me aperceber quão diferente é o seu funcionamento, do aeroporto da Portela. Basta essa diferença para que compreenda que o problema de cá, assenta na gestão dos recursos humanos e materiais. E olhem que em termos de sindicatos, os europeus que defendem os interesses dos trabalhadores desses aeroportos, não são menos interventivos e reivindicativos que os de cá.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu, olhe que os sindicatos, principalmente os dos pilotos, já atiraram várias companhias aéreas ao chão. A situação da TAP está a parecer-se muito com a da Alitalia até. Os pilotos da Alitalia não perceberam que os tempos mudaram e que as profissões aéreas perderam tanto o glamour doutros tempos como os rendimentos doutros tempos.
ResponderEliminarQuanto à reestruturação da empresa, Bartolomeu, o actual CEO, Fernando Pinto, tem sido notavel na volta que tem dado à TAP mas sem dinheiro para investir não pode fazer milagres. Esse dinheiro, sem privatização, não virá de lado nenhum porque o Estado não o pode pôr lá simplesmente.
ResponderEliminarEstimado António,
Não há contradição naquilo que disse, e que resumo: a TAP deve ser privatizada, e deve ser totalmente privatizada, a greve dos sindicatos é prepotente, mas, considerando a actual posição do PS(embora possa ser eleitoralista) e ainda a divisão que o assunto suscita na sociedade portuguesa,penso que o Governo deveria obter um entendimento com o PS sobre o assunto antes de avançar a trouxe-mouxe e de forma obscura, segundo M F Leite que percebe muito mais do assunto que eu.
Votos de Boas Festas e um excelente 2015!
Com um abç amigo do Rui Fonseca
Sim, caro Zuricher, conheço o pedantismo que o pessoal de bordo, de cabine e das zonas VIP, envergam. Aliás, os critérios de seleção e depois de formação exigem que essa imágem corresponda à da própria "marca". Mas não é essa atitude que condiciona o diálogo e a concertação entre as partes, julgo eu.
ResponderEliminarO atual CO da TAP, tem efectivamente, como diz dado mostras de uma boa gestão técnica agora, não estou tão de acordo quando refere a necessidade de mais investimento para poder obter melhores resultados. Do meu ponto de vista a "grande gestão" não se pode ficar pela tomada de decisões estratégicas/financeiras, tem de ir mais a baixo, tem inclusivamente de descer aos porões do aeroporto, tem de analisar e de avaliar os métudos de trabalho as ausências, as negligências, os vícios e depois então ir subindo, degrau a degrau até aos gabinetes de gestão e de decisão. Um edifício não se constroi começando pela cobertura e mesmo aqueles que já se acham edificados mas aprecisar de recuperação, não basta pintar-lhes a fachada e redecora-los interiormente, é absolutamente necessário avaliar-lhe a estrura, os alicerces, os sistemas de esgotos, as canalizações e os sistemas elétricos. Se assim não for feito, nunca deixaremos de gastar dinheiro nesse edifício e ele manter-se-ha sempre a precisar de obras.
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarA TAP é algo mais do que os seus sindicatos e os seus trabalhadores, que se comportam como aristrocatas falidos, sentindo-se no direito de porem e disporem no que não é seu, mas que utilizam como seu. Fazem uma greve, não por condiçoes de trabalho, mas por razões políticas, não querem a privatização. Mas privatizar ou não é decisão poder político, não dos sindicatos ou dos trabalhadores. Uma grve ilegítima, portanto.E que, além do mais, prejudica os verdadeiros donos da empresa, retirando-lhe valor e impedindo-os de utilizar os serviços que pagam em duplicado.
Caro Zuricher:
Tem toda a razão no que refere.
Caro Rui:
Não sei como é que comprovas que a privatização da TAP divide a sociedade portuguesa. Mas, se divide hoje, dividirá amanhã e depois de amanhã. É um argumento que leva a que nada se faça e se deixe acabar a empresa. Também é uma estratégia. Aliás, parece que é mesmo o que os Sindicatos querem. Agradaria até aos adeptos do quanto pior melhor.
Concordo, caro Dr. Pinho Cardão; a TAP é algo mais do que os seus sindicatos e os seus trabalhadores. A TAP é muito mais que isso: é a bandeira do país, é um dos simbolos da nossa nacionalidade, com todos os seus passados e presentes. Se a TAP deixar de ser a companhia aérea portuguesa, Portugal, perde um importante embaixador. Mas se, como muito bem diz, a TAP não é pertença dos seus trabalhadores e dos sindicatos a que pertencem, também não é, seguramente, pertença dos poderosos políticos que a desejam vender.
ResponderEliminarBartolomeu, a TAP sem investimento não consegue expandir-se simplesmente e a alternativa é definhar.
ResponderEliminarQuando referi a perda de glamour e rendimentos do pessoal aéreo referia-me às duas coisas. Os rendimentos e regalias também. É isto que as tripulações não têm conseguido perceber em companhias pela Europa fora e por isso atiraram com muitas empresas ao chão.
Por fim, isso duma companhia aérea ser a bandeira dum país, um simbolo da nacionalidade, etc, etc, são meros conceitos emotivos que nos dias de hoje já não têm lugar. Esse conceito perdeu-se. Mas, de qualquer forma, mesmo que continuasse a existir nada impedia que a companhia fosse privada. Durante anos a TWA foi considerada a companhia dos EUA e era privada. A British Airways ainda hoje tem algo de símbolo britânico e é privada. A TAP, mesmo privada, continuará a ser a companhia aérea Portuguesa.
ResponderEliminarA minha opinião vale tanto como a do mordomo da anedota. Mas já que tanto insistes, Amigo António, para além das preclaras opiniões de M F Leite sobre o assunto, que já citei, junto agora outro testemunho de peso de um liberal que deixou esta semana de o ser. Transcrevo de pgs 14 do Público de hoje:
" Carlos Amorim Abreu Lima - Sou contrário a todas essas práticas (off-shores, private equities). Nós temos de saber quem são os beneficiários"
Público - Mas olhe que o Governo quer vender a TAP a um fundo de private equity ..
CAAL - (risos) Pois. Isso é outra questão. É fundamental sabermos quem são as pessoas ..."
Sabemos? Eu não sei.
Parece que M F Leite desconhece se existe um caderno de encargos.
Caro Rui:
ResponderEliminarEntão seria a TAP a primeira empresa a ser vendida sem um caderno de encargos. Acreditas nisso?
Caro Bartlomeu:
A British é privada, a Lufthansa, também, a Air Francês, idem aspas, a Ibéria está na British, a Alitalia na Ethiad, a KLM na Air France.e podia continuar.
Pelos vistos, a gente desses países ficou sem transporte aéreo e sem símbolo de nacionalidade com as privatizações ou fusões?
Oh Bartolomeu!
Caro Rui Fonseca:
ResponderEliminarEntão agora querem alguns saber quem vai comprar antes do concurso lançado e de haver vencedor?
Nos tempos que correm o impensável continua a surpreender-nos, Estimado António.
ResponderEliminarÉ verdade, caro Rui!...
ResponderEliminarCaro Bartolomeu, a questão da TAP tesume-se à resposta a uma singela pergunta: aqueles aviões valem mais com ou sem tripulação lá dentro? E sinceramente nesta fase a resposta é "sem". Ou seja, a defesa do interesse público passa pela liquidação da empresa.
ResponderEliminarDe facto, com estes "trabalhadores" os aviões ficam em terra; com outros, têm capacidade de voar.
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