António Ramalho, o presidente da Estradas de Portugal e da REFER reconheceu publicamente que foi errada a opção pela colocação de pórticos nas autoestradas que nasceram com a promessa de não terem custos para os utilizadores. Uma solução que, além do caos que está a provocar porque não tem associado um sistema racional alternativo de cobrança, significa, do ponto de vista funcional, um inegável retrocesso tecnológico em contraste com o caráter pioneiro do sistema de via verde (que, como se sabe, criámos e exportámos)
Fica muito bem o reconhecimento do erro sem subterfúgios (ainda que ele se meta pelos olhos dentro desde o dia em que alguém teve a brilhante ideia de implantar o quase absurdo). Mas é sobretudo de louvar a sensatez da mensagem. Com efeito, a pressa é sempre inimiga da boa solução. Vai sendo raro nos gestores da coisa pública este registo de prudência e sensatez...
Porém, a opção errada mantem-se a funcionar da mesma forma errada que é a de não ser funcional. Diz por fim o Senhor presidente da EP, ser necessário pensar num outro sistema, mas sem pressas... será que o vagar se fica a dever ao facto de este sistema errado, rende multas? Se for esse o motivo, então o sistema pode não ser funcional mas é sem dúvida rentável e não devemos esperar que surja um outro em seu lugar; mais funcional e ainda por cima que atribua descontos... sem que o utente precise de efectuar uma chamada para um daqueles números de valor acrescentado e esperar que a sua passagem no portico seja sorteada.
ResponderEliminarJosé Mário
ResponderEliminarLi algures que as cobranças não são suficientes para pagar os custos do sistema de pórticos. Excelente negócio!
Parece-me que a confissão do erro pelo Ramalho não tem grande valor - o erro não foi cometido por ele e, apesar de detectado há anos, ainda não foi corrigido, como aquele senhor anunciou/prometeu, há muito mais de um ano, que o iria fazer emendar em breve.
ResponderEliminarPor outro lado, e sabendo-se que grande parte do valor da cobrança das portagens nas ex-scut é “queimado” no sistema de cobrança (e que nalguns troços nem chegará para isso), com vantagem apenas para os vários intermediários, dizem por aí que não é fácil acabar com tal sistema, que estará bloqueada por contractos leoninos com os tais intermediários, tal como algumas PPP.
Tudo isto com os imensos inconvenientes para os utentes das nossas estradas, tanto para os que usam essas auto-estradas, como para os que usam as estradas alternativas, agora com mais trânsito e mais perigosas, ninguém notando que a conservação destas últimas vias está a cargo de todos nós, quer as utilizemos, quer não.
E, ao que se vê, assim vai continuar por muito tempo.
Meu caro Bartolomeu, sou mais bondoso que o meu Amigo pois não quero ver essa intenção no propósito de estudar com parcimônia e rigor uma solução.
ResponderEliminarMargarida, no comentário de Tiro ao Alvo põe-se o dedo em varias feridas. Ainda assim, insisto, não é vulgar aparecer que publicamente admita as fraquezas da gestão pública. Muito menos os atos falhados.
Estes pórticos foram uma aberração e, realmente, o comentador Tiro ao Alvo acerta na mouche quando fala em contratos blindados. É que a instalação destes trambolhos senão em todos, pelo menos nalguns, foi parte das renegociações dos contratos originais.
ResponderEliminarResta ver agora o que se cria para os substituir. Há que não esquecer um problema de base. Muitas das AE onde há estes porticos foram implantados foram construídas numa filosofia de serem sem portagem. Ora, isto levou a que tenham muitos acessos e esses acessos foram construídos sem pensar em construir-se neles uma portagem. Em muitos nem sequer há espaço para isso. As duas coisas juntas leva a que construir praças de portagem tradicionais, mesmo que apenas com uma faixa para Via Verde e outra manual, seja caro, tanto pela quantidade como pela dificuldade em muitos dos casos.
Ou seja, um erro tentado corrigir com outro erro gerou uma situação demente que agora é dificil resolver.
Dando o meu caso pessoal, o meu carro tem matricula Espanhola daí ser uma complicação passar nestes pórticos. Há muito optei por não passar neles simplesmente. Felizmente ainda não me vi na situação de ir a algum sítio onde teria que passar ou sim ou sim.
Ontem, na SIC, o Lourenço Medeiros mostrou-nos de Los Angeles, a feira das mais modernas tecnologias. Entre elas, destacavam-se as electrónicas. Vários modelos de automóveis das marcas audi, mercedes e bmw conseguiam dirigir-se nas rodovias sem necessidade de condução humana. Uma das marcas, se não estou em erro, a bmw, utilizava tecnologia produzida no nosso país. Ora o Sr. Presidente da EP, encontra certamente solução alternativa aos porticos na capacidade criadora e inventiva dos técnicos portugueses. Deve ser somente uma questão de "meter a coisa" a concurso.
ResponderEliminarO Zuricher tem razão quando diz que muitos acessos foram construídos sem pensar em construir-se neles uma portagem, mas esse problema não seria muito difícil de ultrapassar, se se usassem pórticos de entrada do tipo da "via verde", mesmo que fosse necessário obrigar a reduzir a velocidade das viaturas, quer à entrada, quer à saída. As viaturas de não aderentes, essas teriam forçosamente de reduzir a velocidade para terem acesso ao cartão e para efectuarem o pagamento. Mas o seu número poderia ser muito reduzido, desde que fossem concedidos, como devia ser, descontos a quem aderisse à "via verde", já que os custos de cobrança são muitíssimo mais baixos, com tendência para diminuírem mais.
ResponderEliminarEnfim, muito se pode fazer para acabar com esta maluqueira.