“…A TVI,
aparentemente, não respeitou a lei (ao emitir a entrevista a Sócrates), mas
respeitou os seus espectadores e o interesse público...”
Nuno Santos,
ex-Director de Informação da RTP em artigo no DN de 4 de Janeiro, A TVI e a
entrevista a Sócrates
A frase
transcrita traduz de forma explícita o poder que a comunicação social se arroga
de definir o interesse público, acima e para além da lei. Num Estado
democrático respeitar o interesse público é respeitar a lei, já que é esta que
vela pelo interesse geral e este é definido pelo poder soberano, que deriva da
vontade popular expressa em votos nas eleições.
Repare-se
que Nuno Santos não é um jornalista qualquer, foi Director de Informação da
RTP, serviço público de televisão. Que assim advoga a desobediência à lei, com
fins que é o seu próprio critério jornalístico a definir. Aliás, doutrina seguida
pela generalidade das chefias jornalísticas, em que a lei são eles que a
definem, o interesse público são eles que o delimitam e interpretam.
Uma
verdadeira usurpação de poderes, numa situação de absoluta ilegitimidade. Com
a complacência dos poderes soberanos, por temor de represálias ou por tráfico de favores e imagem.
Poderes soberanos ou soberana cobardia?
Muito bem, Pinho Cardão.
ResponderEliminarA Magna Carta não chegou aos media...
Muito bom, caro Pinho Cardão. Muito bom.
ResponderEliminarHá muitos anos que a comunicação social precisa ser posta na ordem. Não é apenas em Portugal, de resto. Pelos vistos hoje em dia os jornalistas sabem-se tão impunes que nem têm o pudor de ficar calados quando apanhados em falta, assumindo mesmo a ilegalidade, com todo o descaramento do mundo.
É mau sinal. Muito mau até para o próprio regime democrático.
Subscrevo totalmente, e apenas reforço que bom seria que esta ideia de que o cumprimento da lei não é a materialização (imperfeita, com certeza) do bem comum fosse só um problema do jornalismo.
ResponderEliminarInfelizmente esta é uma ideia central na sociedade.
henrique pereira dos santos
Atendendo que hoje é que foram fazer as buscas à PT por causa do empréstimo que se conhece desde Setembro, imagino que se esteja a pensar lançar uma investigação sobre o sucedido lá mais para o Verão, sendo que lá para Março de 2018 se arquivará por falta de provas...Afinal, não existe formação específica sobre coisas que dão na televisão e vai ter que se organizar uns cursos...
ResponderEliminarExcelente análise.
ResponderEliminarNuno Santos segue pela cartilha em uso. A mesma que Vera Jardim utiliza. Até quando? Espero que seja para breve.
ResponderEliminarSubscrevo a tua indignação, Caríssimo António, mas não me parece que ela deva ser dirigida ao comentário do sr. Nuno Santos ou aqueles que entram nesse coro.
Algum jornal, algum jornalista, foi alguma vez penalizado em Portugal por publicar informações que eles sabem encontrarem-se em segredo de justiça?
A TVi desrespeitou a lei?
Pois que se penalize a TVi nos termos previstos na lei.
Porque, salvo melhor informação, o delito de opinião não é punível em Portugal. Ainda que se discorde totalmente, como neste caso, com as
opiniões emitidas.
Disse opiniões, não disse insultos públicos e publicados, que em Portugal, para alguns juízes pelo menos, são considerados meras opiniões, se pronunciados por jornalistas.
Reparei que o discurso de Cavaco Silva não foi transmitido pelas TVs. Pois, estão à espera do Salvador e batendo o pé dá resultado.
ResponderEliminarUma coisa é certa, Cavaco Silva venceu as eleições com 2.750.000 de votos, contra 700.000 de Soares e 1.000.000 de Alegre.
Aparecem uns fedelhos com meia dúzia de votos a falar em nome do povo.
O mundo ao contrário.
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarO direito à liberdade de expressão é sagrado para qualquer democrata. Seja na prisão, no céu ou no inferno. Faz parte dos direitos humanos universais, está para além das fronteiras de qualquer país. Não há nenhuma legalidade local, de um qualquer país, que se sobreponha ao direito sagrado da liberdade de expressão. Se um governo qualquer limita tal liberdade ele está a atentar contra um direito universalmente reconhecido e não é seguramente um governo democrata. A nossa Constituição não coloca limites ao direito à liberdade de expressão pelo que qualquer governo que o tenha limitado age inconstitucionalmente.
A grande maioria dos "jornalistas" em Portugal, não passam de moços de recados, muitos deles a recibos verdes ou contractos a prazo. Limitam-se a fazer o que o patrão manda ou o comité do sindicato, no fundo também têm contas a pagar e acabam a fazer figuras confrangedoras, com em Evora. Os patrões e sindicatos, lá fazem os favores ao amigo ou ao partido, apresentando a factura depois. A vergonha disto tudo, é que se estivesse preso, por exemplo o pp, todos falavam e o preso nem piava, nem tinha o tempo de antena,que o monsieur pinto de suza tem, porque é de esquerda, o que quer que isso seja. Existem povos que têm o que merecem, povos labregos.
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
ResponderEliminarNão chega, nem chegará, enquanto o poder soberano, legitimado em eleições, se mostrar cobarde perante a comunicação social e traficar com ela.
Caro Zuricher:
O descaramento chegou a tal ponto que se arrogam ser eles os juízes da legalidade!
Caro HPSANTOS:
Concordo, o problema atinge, de facto, muitas outras entidades. Mas tem especial importância na comunicação social pelo efeito que a divulgação naturalmente arrasta.
Caro Lamas:
Pois é, a mesma cartilha. A lei só ê boa se protege os nossos...
Caro Rui:
Lamentavelmente, é verdade, e tens quase toda a razão.
Mas a liberdade de expressão também tem os seus limites na lei e os órgãos da comunicação social são obrigados a cumprir a lei. Ou deviam. E ser punidos quando não cumprem. Caso contrário, eles tornam-se os donos da lei, colocando-a ao serviço dos seus interesses. Ao arrepio frontal do viver em democracia.
Caro Carlos Sério:
Não me venha com espantalhos de censura, isso é desconversar.
Caro José Domingos:
ResponderEliminarQuando falo de jornalistas, não me refiro a esses pobres coitados a recibo verde e mal remunerados das reportagens ao sol, ao vento e ao frio,que têm que cumprir o que os editores, subdirectores, directores-adjuntos e directores lhes mandam fazer e não têm voz activa no teor da notícia, nem concedido ainda lhes foi ter critério jornalístico.
Falo destas hierarquias, que tem acesso às fontes, trafica influências e usa o tal critério a seu bel-prazer. E aí normalmente a esquerda lava sempre mais branco.