segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Estranha forma de estimular o investimento e por a economia a crescer...


  1. "Discurso de Tsipras atira bolsas para o vermelho e faz disparar juros (yield) da dívida grega a 3 anos para cima de 20%"...pode ler-se hoje na imprensa on-line, dando conta das reacções dos mercados ao discurso do PM grego, na abertura do debate sobre o programa do novo governo da Grécia.
  2. Ainda segundo os media, “insistência do governo grego em recusar a extensão do programa internacional e na reposição de benefícios que colidem com o plano de resgate penalizam o sector financeiro e fazem disparar juros”…
  3. Mas o mais curioso é verificar que no mesmo discurso do PM do novo governo grego é conferida grande ênfase à necessidade de estimular o investimento para repor a economia a crescer…
  4. Eu interrogo-me como é que alguém, no seu perfeito juízo, estará disposto a investir numa economia onde a fantasia – e, porque não dize-lo, a irresponsabilidade - assumem papel primordial na definição dos objectivos e das prioridades de política…estranha forma esta, de "estimular" o investimento e o crescimento…

9 comentários:

  1. Anónimo12:48

    Espero e espero sinceramente que esta semana esse assunto fique resolvido. Penso que o que Tsipras quer é realmente tirar a Grécia do Euro e que apenas não o diz por saber que nao é essa a vontade do eleitorado Grego. Pois disponham-se as coisas no Europgrupo de forma a poderem faze-lo, vão-se embora, adeusinho, boa viagem. O que me parece é que esta instabilidade na Europa, esta situação de nem o pai morre, nem a gente almoça, não pode continuar muito mais tempo.

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  2. Resposta ao ponto 4.
    Os irresponsáveis da comunicação social a começas pela portuguesa (alguma)que tem alimentado este fogo.
    O senhor Nicolau do Expresso esta semana é um bom (mau)exemplo.

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  3. A Nave dos Loucos é o qualificativo mais brando para os senhores Tsipras, Varoufakis e governo grego. Só naquele estado mental se torna possível tomar medidas que trarão para o povo grego novos e acrescidos sacrifícios. Uma tragédia para os gregos, penso sinceramente.

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  4. Anónimo14:30

    Caro Pinho Cardão, se calhar não são loucos. São apenas comunistas, doença vastissimamente pior, mais grave e com efeitos muito mais disseminados do que a loucura. O que estão a fazer é cópia a papel químico (ainda alguém se lembra dele?) do que foi feito e das reacções havidas nos países que se tornaram comunistas após a II Guerra. Por fim, quando não funcionar, irão culpar o povo por não entender os seus governantes. Brecht respondeu-lhes dizendo que então é melhor dissolver o povo e eleger outro...

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  5. Anónimo15:06

    Já agora um pequeno apontamento lateral mas ainda assim relacionado com o assunto do post.

    Ainda alguém se recorda do divertido ministro da informação de Saddam Hussein, Mohammed al-Sahaf? Ficaram famosas as suas arengas sobre a vitória do Iraque com os tanques norte-americanos a passar-lhe por trás das costas e no fundo da imagem televisiva. Tsipras e Varoufakis estão a tornar-se sérios candidatos a cómicos na mesma linha do ministro iraquiano.

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  6. Caro Zuricher,

    Bem pode ser esse o finale, pouco recomendável, de toda esta encenação quase wagneriana...
    Mas creio que vai ser necessário mais tempo até se perceber melhor qual o sendeiro luminoso que o novo governo tem para oferecer aos gregos...pelo menos até final do corrente mês.

    Caro Lamas,

    O caso que cita é certamente ilustrativo da falta de senso que por aí alastra...mas em qq caso creio que não será de grande utilidade se, nesse mesmo texto (que não tive o privilégio de ler) não se encontrar citada a opinião de Arthur Baptista da Silva, o grade mentor desse ilustre articulista...

    Caro Pinho Cardão,

    Essa hipótese de uma loucura colectiva, provavelmente indutora de péssimos resultados para os gregos - certo que eles é que escolheram - ganha acrescida sustentabilidade se atentarmos na seguinte notícia, que encontrei há pouco: "O novo Executivo grego não está disposto a ceder nas promessas de acabar com a austeridade...mas necessita de um novo empréstimo para se manter em funções (leia-se para financiar as acrescidas despesas orçamentais) até chegar a um acordo com os seus credores".
    Quer dizer: querem, à força, que os credores lhes concedam novo empréstimo - creio tratar-se do famoso empréstimo ponte (só espero que não seja Zeferino) de que andam para aí a falar - ao mesmo tempo que vão pondo em prática medidas que sabem ter a oposição dos mesmos credores!
    Se isto não é loucura é de uma burrice sem fronteiras...é melhor que seja loucura, mesmo.

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  7. Anónimo15:16

    Caro Tavares Moreira, sinceramente não estou minimamente preocupado com os Gregos. É uma das coisas que a democracia tem: as sociedades escolhem os seus governantes e, em retorno, obtêm as consequencias, positivas ou negativas, das suas escolhas. Neste caso posição esta reforçada pela verdade da campanha do Syriza. Eles ganharam as eleições dizendo exactamente ao que iam. Daqui que se correr mal para os cidadãos Gregos, pois problema deles. Não é assunto meu. Já esta instabilidade é assunto nosso de todos os Europeus e há que resolve-la o quanto antes.

    Uma última nota. Pese embora não me importar particularmente com o que aconteça aos Gregos não sou insensivel às penurias que lhes irão chegar. Porém essas penúrias dada toda a envolvente são algo do domínio da caridade levada a cabo por ONG e instituições humanitárias diversas. Não das relações normais entre estados e instituições supra-nacionais.

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  8. Acho que uma medida de poupança efectiva que o executivo grego podia levar a cabo era não marcar a viagem para a reunião do eurogrupo. É que assim não vale a pena vir e deixa de haver necessidade de vir às próximas...

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  9. Ora aí está uma sugestão bastante prática e sensata, caro Pires da Cruz, mas que me parece votada ao insucesso uma vez que já se percebeu que estes azougados políticos helénicos apreciam, particularmente, as viagens ao estrangeiro. Entre outras razões, muito provavelmente porque assim têm melhor oportunidade de mostrar ao Mundo o seu projecto de regeneração da Europa (via inadimplência).

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