Foram hoje divulgados os habituais dados mensais
do comércio de automóveis novos, para os dois primeiros meses de 2015, verificando-se
a continuação da tendência de forte incremento que se havia registado
em 2014: um aumento homólogo de 31,3% em Fevereiro, um aumento homólogo acumulado
até Fevereiro de 30,7%.
Enquanto nos ligeiros o aumento é de 31% em
Fevereiro e de 30,8% nos dois meses, nos pesados assiste-se a uma forte
aceleração em Fevereiro, com um aumento de 45,4%.
A procura interna continua, assim, a dar claros
sinais de retoma, tanto no consumo de duradouros como nas aquisições que são
classificadas como investimento (pesados).
Ora aqui temos um bom motivo de celebração para
os nossos muito caros Crescimentistas, não fosse o caso de andarem tão
absorvidos com as notícias desanimadoras que vão chegando de Atenas, onde
parece a instalar-se grande confusão, mesmo no seio mais íntimo das hostes
governamentais…
É pena, pois tinham aqui um bom pretexto para
manifestarem o seu apreço pelo novo rumo da actividade económica no País…
As notícias desanimadoras que vão chegando de Atenas??????
ResponderEliminarComo o tempo em que o maná caía do céu há muito acabou, e se continuasse a cair de pouco serviria, porque foi prometido muito mais.
Só havia a hipótese de cair dinheiro, como isso não vai acontecer a "confusão" não vai durar seis meses.
“As notícias desanimadoras que vão chegando de Atenas”
ResponderEliminarO governo grego entregou esta segunda-feira a proposta de lei para dar resposta imediata à crise humanitária no país. Para apoiar as famílias pobres, está prevista a gratuitidade do consumo até 300 KhW mensais em 2015 e a reposição gratuita da corrente eléctrica que tenha sido cortada, caso se trate da habitação principal. Segundo o jornal Avgi, o objectivo é permitir que todas as famílias que vivem hoje sem acesso à corrente eléctrica passem de novo a tê-la, mas também ajuda os consumidores das tarifas sociais da empresa pública PPC. A empresa de electricidade estava ameaçada de privatização, mas o ministro Yanis Varoufakis afirmou esta segunda-feira que se opõe a essa privatização.
Outra das medidas anunciadas vai ajudar 30 mil famílias com o custo da renda de casa em 2015, estando aberta a possibilidade de vigorar também em 2016
Para combater as dificuldades no acesso a alimentos por parte de 300 mil pessoas, o governo quer implementar um programa que junte distribuidores, autarquias e sirva também para dinamizar o comércio local.
Seguramente, medidas muito desanimadoras para os austeristas cá da casa para quem os apoios sociais do estado são considerados nefastos para o bom funcionamento dos mercados.
Caro Luís Franco,
ResponderEliminarEu não coloco um cenário tão negro quanto à durabilidade da exaltante e onírica experiência de governo por que a Helénia resolveu enveredar, pois não quero desanimar excessivamente os rijos Crescimentistas cá do burgo que, como pode verificar pelo modelo anexo, continuam a depositar uma fé inquebrantável, quase comovente, no sucesso daquela experiência...
Mas também não me parece nada bem que os mesmos Crescimentistas não apreciem devidamente estes magníficos desenvolvimentos da procura interna em Portugal.
Uma lástima!
Este indicador é ótimo. Agora apenas falta o imobiliário recuperar para voltarmos ao mesmo...
ResponderEliminarSeu comentário só peca por tardio, caro Alves Ferreira. Segundo notícias entretanto divulgadas, o preço das casas voltou a subir em 2014, cerca de 1,4%, depois de 7 anos consecutivos a descer...
ResponderEliminarMais um motivo para animação das hostes Crescimentistas, que, todavia, estão remetidas a um triste silêncio.
“Mais um motivo para animação das hostes Crescimentistas, que, todavia, estão remetidas a um triste silêncio”.
ResponderEliminarAinda bem que no IV Republica existe um postador que nos anima tentando transportar-nos ao mundo de ficção em que vive.
Só que a realidade é o que é, infelizmente, e ela expressa-se bem aqui:
O índice de produção industrial apresentou uma variação homóloga de -2,0%, em Novembro.
O Índice de Volume de Negócios na Indústria apresentou, em termos nominais, uma diminuição homóloga de 5,2% em Novembro.
O Índice de Volume de Negócios no Comércio a Retalho registou em Novembro uma variação homóloga de 0,2%.
O Índice de Volume de Negócios nos Serviços apresentou para o conjunto do ano 2014 uma diminuição de 2,2%.
No conjunto do ano 2014, as Vendas na Indústria diminuíram 1,2% (variação média de -0,5% no ano de 2013).
A taxa de variação média da produção na construção em 2014 fixou-se em -9,0%.
De acordo com as intenções manifestadas pelas empresas no Inquérito de Conjuntura ao Investimento de Outubro de 2014 (com período de inquirição entre 1 de Outubro de 2014 e 19 de Janeiro de 2015), o investimento empresarial deverá apresentar uma taxa de variação nominal de -2,2% em 2015. O principal factor limitativo do investimento empresarial identificado pelas empresas nos dois anos analisados foi a deterioração das perspectivas de venda.
(INE)
Um dos grandes problemas da esquerda é a política de terra queimada, a visão de crítica destrutiva e, como tal, a incapacidade de reconhecer acertos do Governo. Não se trata obviamente de não exercer a crítica em relação ao Governo, mas sim de se ser capaz também de reconhecer acertos. Apesar de todos os erros do Governo e da troika, há hoje um sentimento de que o país, em que pesem os sacrifícios exigidos, está melhor do que aquando do pedido de ajuda externa. Conseguiu-se evitar um segundo resgate, evitou-se um programa cautelar, etc. As taxas de juro estão em níveis de mínimos históricos. As pessoas apercebem-se disso e apercebem-se da ausência de propostas substanciais e verdadeiramente alternativas , por exemplo, do maior partido da oposição. Não estranha, assim, que nas recentes sondagens de intenção de voto a margem seja muito estreita entre o PS e a atual coligação governamental. Precisamente esse caminho escolhido pela esquerda e pelo centro-esquerda pode dar uma segunda vitória à atual coligação PSD-CDS-PP, cenário impensável em 2012 e 2013. Pela minha parte, torço para que a esquerda e o centro-esquerda continuem assim...
ResponderEliminar“A visão de crítica destrutiva e, como tal, a incapacidade de reconhecer acertos do Governo”.
ResponderEliminarVejamos então os “acertos do Governo”, comparando a situação económica e social do país em 2011 e 2014.
1. Em 2010 tínhamos uma dívida pública da ordem dos 94% do PIB, em 2014 essa dívida subiu para 129,4% do PIB, qualquer coisa como um endividamento nestes quatro anos de cerca de 80.000 milhões de euros, uma média de mais ou menos 20.000 milhões de euros ao ano.
2. Em 2010 a riqueza nacional, o Produto Interno Bruto (PIB) ascendia a 179.166 milhões de euros, em 2013 ficava-se pelos 168.017 milhões de euros. A economia nacional regrediu assim 11.000 milhões de euros.
3. E como não podia deixar de ser, se a economia regride o desemprego aumenta. A taxa de desemprego passou de 10,8% em 2010 para 13,1% em 2014 (taxa oficial que não conta com os efeitos da emigração, empregos em programas ocupacionais de emprego e desempregados desencorajados, em realidade contando com estes factores o desemprego actual deverá rondar os 20%).
4. De 2010 para 2014 destruíram-se cerca de 300.000 empregos, passou-se de 4.898 empregos para 4.600).
5. Regrediu igualmente o Investimento (FBCF), passou de 36.938 milhões de euros em 2010 para 25.900 milhões de euros em 2013.
6. A dívida externa líquida aumentou de 57,6% do PIB em 2010 para 194% do PIB em 2013.
7. O VABpm em 2010 era de 88.245 mil milhões de euros e em 2012 era apenas de 75.969 mil milhões de euros. Uma quebra de 12.000 milhões de euros em apenas três anos.
8. Venda ao desbarato das empresas rentáveis, CTT, Galp, Ren, PT., do património nacional, do património de todos.
Para já não falar das mortes nas urgências, nunca antes em Portugal tinham morrido doentes nas urgências sem atendimento, do aumento da pobreza ou da sangria de jovens qualificados para o estrangeiro.
Entretanto cerca de 1.000 super-ricos (com fortunas superiores a 30 milhões de dólares) em apenas um ano, de 2012 para 2013 não só aumentaram em número como no valor das suas fortunas em cerca de 11,1%
O único dado positivo que é apresentado pelo governo e pelos seus apoiantes refere-se à descida das taxas de juro da dívida pública. Mas como todos sabemos tal descida, que acontece com todas as dívidas dos diversos países do euro devem-se às medidas tomadas pelo BCE e não por qualquer acção do governo. Pelo contrário, se olharmos aos dados económicos de 2011 e agora, não haveria razão alguma para as taxas estarem a descer.
O seu 5º ponto pode ter 2 interpretações. Será um conforto ou uma bicada?
ResponderEliminarcumps.
Caro Pedro Almeida,
ResponderEliminarA sua apreciação comportamental, de raiz sócio-política, tem uma boa aderência á realidade certamente.
Eu tenho a noção de que o desvio de tipo maniqueísta que identifica no comportamento destes agentes políticos, impregnados de uma ideologia que se encontra em fase de arquivo histórico, pela manifesta incapacidade para encontrar soluções susceptíveis de conviver com a realidade, tem mesmo características de bloqueio mental estrutural, como tal insanável, nem que a BAYER entre em campo para tentar erradicar.
Repare que buscam sempre argumentos e factos tipo "fato à medida" para justificar seus preconceitos, chegando ao ponto de inventar situações inexistentes para defesa desses preconceitos - como foi, há dias, o facto aqui categoricamente invocado por um destes ilustres protagonistas, da existência de dívida perpétua da República Portuguesa, no momento actual, quando essa dívida havia sido sido extinta há mais de 20 anos...tendo sido emitida nos anos 40, sob a denominação Centenários, para financiar algumas obras de infraestruturas...
Os factos, quando não vão de encontro aos seus preconceitos, são omitidos ou, como no caso citado, completamente subvertidos.
Mas, como lhe disse, creio não haver "volta a dar-lhe". Resta-nos ter paciência, santa paciência.
Caro opjj,
Uma bicada não, de todo. Apenas uma sincera estranheza pois este tipo de desenvolvimentos sinalizam uma procura interna robusta, algo que os nossos amigos Crescimentistas muito costumam prezar - mas não desta vez, que se tenha notado, é claro.
“ Em 2010 tínhamos uma dívida pública da ordem dos 94% do PIB, em 2014 essa dívida subiu para 129,4% do PIB, qualquer coisa como um endividamento nestes quatro anos de cerca de 80.000 milhões de euros, uma média de mais ou menos 20.000 milhões de euros ao ano”.
ResponderEliminarQuem assim escreve não quer ser levado a sério.
De facto, sabe-se que em 2010 Portugal registou um défice público superior a 20.100 milhões de euros, ou seja, para mais de 93.200 milhões de despesas, o Estado só arrecadou pouco mais de 73.100 milhões de euros, ou seja e em consequência, em 2010 registou-se, em Portugal, um défice orçamental superior a 20%!!! Défice que nos comprometemos a reduzir para o limite de 3% em 3 anos, 3.
Ora, sabendo-se disso e sabendo-se que para se corrigir semelhante anomalia, forçoso era reduzir as despesas ou aumentar as receitas e que, de uma forma ou de outra, o produto interno bruto iria sofrer, ninguém se pode espantar que os indicadores, relativamente ao PIB, se apresentem menos favoráveis.
Ou, dito de outra forma, quem escreve que desde 2010 a dívida pública só tem aumentado, também sabe que nunca podia ser de outra forma, enquanto não for resolvido o problema dos elevados défices públicos. E também sabe que, no ano passado, Portugal ainda excedeu o défice de 3%, com que se tinha comprometido perante a tróica.
Em conclusão, dizer que o aumento da dívida pública é pecado a assacar ao governo actual, é como atirar areia aos olhos das pessoas. E isso, para mim, não se faz.
“Em 2010 um défice orçamental superior a 20%!!!”
ResponderEliminarERRO, foi menos de metade: 9,1% (SEC95)
(www.publico.pt/economia/noticia/defice-de-2010-revisto-em-alta-para-91-por-cento-do-pib-1491057)
BASTA PUM BASTA!
O DANTAS NASCEU PARA PROVAR QUE, NEM TODOS OS QUE ESCREVEM SABEM ESCREVER!
O DANTAS NASCEU PARA PROVAR QUE, NEM TODOS OS QUE PENSAM SABEM PENSAR!
BASTA PUM BASTA!
Amigo, em 2010 o défice orçamental, em Portugal, foi superior a 20% - é só fazer as contas.
ResponderEliminarO valor do défice que referiu é a relação entre o valor do défice e o valor do PIB, o que é diferente do que escrevi – défice orçamental.
Achou muito 20% da despesa do Estado, em 2010, sem cobertura em receitas públicas?
Então, vou dizer a mesma coisa, desta forma: o Estado Português, em 2010, gastou (efectuou despesas) 27,5% acima das receitas que recolheu no mesmo período. Uma enormidade, um desconchavo, o que quiser.
BASTA PUM BASTA!
ResponderEliminarERRO – o défice orçamental de 2010 foi de 16.176 milhões de euros (9,4% do PIB)
É só ver em CGE, http://www.dgo.pt/politicaorcamental/Paginas/Conta-Geral-do-Estado.aspx?Ano=2010
BASTA PUM BASTA!
Caro Tiro ao Alvo,
ResponderEliminarNa apreciação da dívida e do défice público, sobretudo quando se pretende efectuar uma comparação intertemporal do desempenho destas grandezas, é absolutamente imprescindível levar em consideração as alterações ao chamado perímetro orçamental e da dívida pública.
Com efeito, ao longo dos últimos anos, sobretudo entre 2010 e 2014, esse perímetro foi consideravelmente alargado, passando o défice e (sobretudo) a dívida pública a incorporar os valores relativos a dezenas ou mesmo centenas de entidades que até 2010 não eram tidas em conta.
Por isso (e não é pouco) estas comparações efectuadas sem correcção prévia da base de cálculo das referidas grandezas são coisas com muito pouco nexo, que só terão mesmo utilidade para encher os corações despedaçados de Crescimentistas sem esperança.
Obrigado pela explicação, caro Tavares Moreira. Eu sei que houve alterações do perímetro, mas também sei que o anterior governo tentou esconder o mais possível o défice público, nomeadamente mandando os gestores das empresas públicas contratar Swaps. Mas o meu ponto não é esse, o meu ponto é o seguinte: em havendo défice e não querendo complicar muito, a dívida aumenta sempre.
ResponderEliminarOra, sabendo-se em que ponto o governo anterior nos deixou, em termos de equilíbrio de despesas públicas, como se pode dizer que a dívida pública aumentou por culpa do governo actua?
Aceito que apareça quem defenda que poderia ter aumentado menos, mas dizer, como disse o Sério, que esse aumento de ficou a dever aos (des)“acertos do Governo” actual, é demais. Não lhe vou dar mais troco. E, além disso, o Sério resolveu levantar a voz, falar grosso, como tivesse razão. Não tem. E também não tem maneiras de falar. Por mim, fica a falar sozinho.
Obrigado pela explicação, caro Tavares Moreira. Eu sei que houve alterações do perímetro, mas também sei que o anterior governo tentou esconder o mais possível o défice público, nomeadamente mandando os gestores das empresas públicas contratar Swaps. Mas o meu ponto não é esse, o meu ponto é o seguinte: em havendo défice e não querendo complicar muito, a dívida aumenta sempre.
ResponderEliminarOra, sabendo-se em que ponto o governo anterior nos deixou, em termos de equilíbrio de despesas públicas, como se pode dizer que a dívida pública aumentou por culpa do governo actua?
Aceito que apareça quem defenda que poderia ter aumentado menos, mas dizer, como disse o Sério, que esse aumento de ficou a dever aos (des)“acertos do Governo” actual, é demais. Não lhe vou dar mais troco. E, além disso, o Sério resolveu levantar a voz, falar grosso, como tivesse razão. Não tem. E também não tem maneiras de falar. Por mim, fica a falar sozinho.
"como se pode dizer que a dívida pública aumentou por culpa do governo actual?"
ResponderEliminarNão, a culpa deve ter sido do governo de Cavaco Silva ou do Durão Barroso ou do Mário Soares, quem sabe?
Quanto "as alterações ao chamado perímetro orçamental e da dívida pública", já na governação anterior algumas empresas foram reclassificadas o que aumentou a dívida pública (reclassificação de PPPs e empresas de transportes). Sabemos também que a adopção das novas regras de contabilização europeia (SEC2010) conduzirá em 2015, à inclusão na dívida pública da Parpública e das suas próximas – com destaque para a célebre Parvalorem – bem como das EPE e alguns dos preciosos reguladores. O aumento daí resultante colocará a dívida muito perto dos 140% do PIB. Estarei certo?
Para uma análise justa desta questão seria bom esclarecer que valor foi acrescentado à dívida pública nestes anos de governação de Passos Coelho devido às reclassificações das empresas e PPPs. Só conhecido este valor poderemos estabelecer comparações credíveis e isentas de demagogia. Uma coisa é certa, se o governo de Passos Coelho reclassificou algumas empresas o governo de Sócrates também o fez.
Caro Tiro ao Alvo,
ResponderEliminarA sua conclusão final é bastante sábia, importa agora dar-lhe a devida aplicação.
Quanto á questão da comparação intertemporal de défices e de dívidas públicas, não se preocupe com as considerações primaveris que aqui nos chegam, temos de compreender que estas excelentes criaturas precisam de construir esquemas argumentativos que lhes permitam recuperar o ânimo abalado pela realidade.