O ex-Ministro socialista Augusto Santos Silva revelou, em entrevista de ontem ao DN, que era especialista em sociologia da cultura, situação que me deixou assaz surpreendido. Com efeito, eu julgava que o ilustre professor era especialista, sim, mas na sociologia da malha, pelo menos desde os tempos em que afirmava que o seu maior prazer era malhar na direita.
Mas, claro, compreendo que o professor tenha evoluído, e da sociologia especializada da malha tenha passado para a sociologia especializada da cultura. E anunciou-nos que, no exercício da sua nova essência de especialista em sociologia da cultura, iria brevemente publicar um estudo, certamente de de laboriosa investigação, sobre o movimento punk, nas suas sociológicas palavras, um movimento cultural, como aliás não poderia deixar de ser para concitar tão especializada atenção.
Digamos que, entre as duas especializações sociológico-culturais do Professor Santos Silva, eu preferia obviamente a primeira. Pela simples razão de que ele podia bater à vontade, não sairia daí nenhum efeito significativo, e isso não me custava dinheiro; enquanto as investigações sociológico- culturais do punkismo por certo são pagas também por mim e não dava um cêntimo por elas. Ao fim e ao cabo, ele habituou-se é a malhar em todos nós.
Mas para especialismos em sociologias da cultura o dinheiro dos outros nunca pode faltar. Seria lesa--cultura.
O que me ri com o seu post, meu caro Pinho Cardão!
ResponderEliminarMas a brincar, a brincar, vamos expressando sentimentos a sério. E a sério, creio eu que a política nacional não perderia se o apostolado do malhador passasse a ser o estudo intensivo das tribos urbanas.
AAAHHHHH!!!! Fez-se luz! Nunca me tinha apercebido que esse tonto é sociólogo. Está explicado o porquê de sempre me ter parecido um rematado cretino dado o calibre das baboseiras que diz e não dizer mais que baboseiras de grande calibre.
ResponderEliminarMas será que não se aproveita um?!
ResponderEliminarBoa malha!
Também digo, caro Ferreira de Almeida. Já que lhe pagamos as culturais investigações, e com vista ao aprofundamento das mesmas, o local de trabalho devia ser no meio das tribos e jamais no ar condicionado do gabinete. Com a enorme vantagem de termos, na mesma cultural personalidade, para além de um malhador profissional, também um sociólogo cultural regularmente malhado...
ResponderEliminarCaro Zuricher:
Sejamos precisos: não um sociólogo qualquer, mas um sociólogo especializado em cultura...Nada de confusões!...
Caro Rui:
Pois é, mas a vida está para estes investigadores do punkismo e similares. Investigam à custa do orçamento, em projectos à vontade do freguês, que é o próprio, e têm sempre os media abertos para lhes divulgarem as obras. Claro que irão aparecer cem sociólogos a comentar o elevado préstimo da investigação...
Isto tornou-se um país de tolos.
Não concordo que se memorize a importância da descoberta dos Renegados de Boliqueime enquanto peça incontornável da cultura portuguesa. Isto só mostra que a Faculdade de Economia da Universidade do Porto é um espaço de liberdade onde há pessoas que trabalham. E, outras, não.
ResponderEliminarO malhador foi meu professor, e obrigou-me a ler boaventura sousa santos.
ResponderEliminarEm termos sociológicos a disciplina foi uma vacuidade. Metodologia das ciências sociais! Aquilo não dá para acreditar, por isso tb não dá para aprender.
Curioso como Boaventura Sousa Santos é um nome para lá do homem. Já a simples menção do nome dá para se entender todo um cenário,
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão, os meus perdões penhorados pelo indesculpavel lapso. Sociólogo da cultura, naturalmente, nada de reles sociólogos sem mais nada.
ResponderEliminarMas, hmm, erm... uma perguntinha, por favor. A diferença entre sociólogo e sociólogo da cultura é apenas uma de grau do disparate ou há alguma mais que me tenha escapado?
Caro Zuricher,
ResponderEliminarSugiro a consulta do link:
http://www.ces.uc.pt/investigacao/?sector=investigacao&id=11323&id_lingua=1
que dá conta do enorme sucesso que este tipo de investigação tem entre os financiadores europeus. Por exemplo, financiado a mais de 1.9 milhões de euros :
"«MEMOIRS – Os Filhos dos Impérios e Pós-Memórias Europeias», que procurará oferecer uma visão radical, alternativa e inovadora da história europeia contemporânea, baseando-se nas heranças coloniais, que caraterizam as sociedades europeias. Este projeto considera que a experiência colonial é uma característica definidora de várias identidades nacionais europeias e procura questionar a sua incorporação em diferentes narrativas nacionais através de processos de memórias herdadas."
Caro JPC:
ResponderEliminarOra aí está, um espaço de liberdade, a FEP. Com uma dupla tão notável de Santos como mestres, mestre Teixeira e mestre Silva, a darem orações de sapiência, seria mesmo uma violência obrigar qualquer mortal a trabalhar para aprender...
Caro Vasco Ja foste:
Então aquela cadeira deixou de ser uma cadeira de tortura para ser uma cadeira eléctrica!...E o meu amigo conseguiu resistir ao choque dado pelo sociólogo da cultura e pelo sociólogo das prisões e sobreviver? Está de parabéns!...Um abraço, meu amigo!
Caro Zuricher:
Com a adição "da cultura", o vício fica exponenciado!...
Bom, aqui, nesta matéria sociológica, temos que exceptuar o nosso ilustre amigo e preclaro fundador e autor do 4R, Prof. David Justino. É que, sendo economista verdadeiro, por vezes, quando em delírio, também diz que é sociólogo...
Enfim, há sempre excepções!...