domingo, 12 de abril de 2015

O que ele malha é em todos nós!...

O ex-Ministro socialista Augusto Santos Silva revelou, em entrevista de ontem ao DN, que era especialista em sociologia da cultura, situação que me deixou assaz surpreendido. Com efeito, eu julgava que o ilustre professor era especialista, sim, mas na sociologia da malha, pelo menos desde os tempos em que afirmava que o seu maior prazer era malhar na direita
Mas, claro, compreendo que o professor tenha evoluído, e da sociologia especializada da malha tenha passado para a sociologia especializada da cultura. E anunciou-nos que, no exercício da sua nova essência de especialista em sociologia da cultura, iria brevemente publicar um estudo, certamente de de laboriosa investigação, sobre o movimento punk, nas suas sociológicas palavras, um movimento cultural, como aliás não poderia deixar de ser para concitar tão especializada atenção. 
Digamos que, entre as duas especializações sociológico-culturais do Professor Santos Silva, eu preferia obviamente a primeira. Pela simples razão de que ele podia bater à vontade, não sairia daí nenhum efeito significativo, e isso não me custava dinheiro; enquanto as investigações sociológico- culturais do punkismo por certo são pagas também por mim e não dava um cêntimo por elas. Ao fim e ao cabo, ele habituou-se é a malhar em todos nós.
Mas para especialismos em sociologias da cultura o dinheiro dos outros nunca pode faltar. Seria lesa--cultura. 

10 comentários:

  1. O que me ri com o seu post, meu caro Pinho Cardão!
    Mas a brincar, a brincar, vamos expressando sentimentos a sério. E a sério, creio eu que a política nacional não perderia se o apostolado do malhador passasse a ser o estudo intensivo das tribos urbanas.

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  2. Anónimo02:35

    AAAHHHHH!!!! Fez-se luz! Nunca me tinha apercebido que esse tonto é sociólogo. Está explicado o porquê de sempre me ter parecido um rematado cretino dado o calibre das baboseiras que diz e não dizer mais que baboseiras de grande calibre.

    Mas será que não se aproveita um?!

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  3. Também digo, caro Ferreira de Almeida. Já que lhe pagamos as culturais investigações, e com vista ao aprofundamento das mesmas, o local de trabalho devia ser no meio das tribos e jamais no ar condicionado do gabinete. Com a enorme vantagem de termos, na mesma cultural personalidade, para além de um malhador profissional, também um sociólogo cultural regularmente malhado...

    Caro Zuricher:
    Sejamos precisos: não um sociólogo qualquer, mas um sociólogo especializado em cultura...Nada de confusões!...

    Caro Rui:

    Pois é, mas a vida está para estes investigadores do punkismo e similares. Investigam à custa do orçamento, em projectos à vontade do freguês, que é o próprio, e têm sempre os media abertos para lhes divulgarem as obras. Claro que irão aparecer cem sociólogos a comentar o elevado préstimo da investigação...
    Isto tornou-se um país de tolos.

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  4. Não concordo que se memorize a importância da descoberta dos Renegados de Boliqueime enquanto peça incontornável da cultura portuguesa. Isto só mostra que a Faculdade de Economia da Universidade do Porto é um espaço de liberdade onde há pessoas que trabalham. E, outras, não.

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  5. O malhador foi meu professor, e obrigou-me a ler boaventura sousa santos.

    Em termos sociológicos a disciplina foi uma vacuidade. Metodologia das ciências sociais! Aquilo não dá para acreditar, por isso tb não dá para aprender.

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  6. Curioso como Boaventura Sousa Santos é um nome para lá do homem. Já a simples menção do nome dá para se entender todo um cenário,

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  7. Anónimo14:36

    Caro Pinho Cardão, os meus perdões penhorados pelo indesculpavel lapso. Sociólogo da cultura, naturalmente, nada de reles sociólogos sem mais nada.

    Mas, hmm, erm... uma perguntinha, por favor. A diferença entre sociólogo e sociólogo da cultura é apenas uma de grau do disparate ou há alguma mais que me tenha escapado?

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  8. Caro Zuricher,

    Sugiro a consulta do link:

    http://www.ces.uc.pt/investigacao/?sector=investigacao&id=11323&id_lingua=1

    que dá conta do enorme sucesso que este tipo de investigação tem entre os financiadores europeus. Por exemplo, financiado a mais de 1.9 milhões de euros :

    "«MEMOIRS – Os Filhos dos Impérios e Pós-Memórias Europeias», que procurará oferecer uma visão radical, alternativa e inovadora da história europeia contemporânea, baseando-se nas heranças coloniais, que caraterizam as sociedades europeias. Este projeto considera que a experiência colonial é uma característica definidora de várias identidades nacionais europeias e procura questionar a sua incorporação em diferentes narrativas nacionais através de processos de memórias herdadas."

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  9. Caro JPC:
    Ora aí está, um espaço de liberdade, a FEP. Com uma dupla tão notável de Santos como mestres, mestre Teixeira e mestre Silva, a darem orações de sapiência, seria mesmo uma violência obrigar qualquer mortal a trabalhar para aprender...

    Caro Vasco Ja foste:

    Então aquela cadeira deixou de ser uma cadeira de tortura para ser uma cadeira eléctrica!...E o meu amigo conseguiu resistir ao choque dado pelo sociólogo da cultura e pelo sociólogo das prisões e sobreviver? Está de parabéns!...Um abraço, meu amigo!

    Caro Zuricher:

    Com a adição "da cultura", o vício fica exponenciado!...
    Bom, aqui, nesta matéria sociológica, temos que exceptuar o nosso ilustre amigo e preclaro fundador e autor do 4R, Prof. David Justino. É que, sendo economista verdadeiro, por vezes, quando em delírio, também diz que é sociólogo...
    Enfim, há sempre excepções!...

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