quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Contas externas até Julho: boas notícias, mas vamos a ver...

1. Foi divulgada na última 2ª Feira a posição das contas externas, (agora até Julho), tema que habitualmente nos ocupa, revelando uma expressiva melhoria em relação ao mesmo período de 2014, traduzida num saldo positivo das Balanças Corrente e de Capital, de € 1.405,6 milhões, mais 28,9% do que o saldo apurado no ano anterior (€ 1.090,8 milhões).
 
2. A Balança Corrente apresenta um saldo positivo de € 103,3 milhões, que contrasta com o saldo negativo de € 410,2 milhões do mesmo período de 2014, em consequência de uma melhoria em todas as rubricas (comparação homóloga):
- O défice dos Bens reduziu-se de € 5.014,3 milhões para € 4.822,4 milhões, beneficiando da melhoria dos termos de troca que a queda do preço do petróleo tem propiciado;
- O excedente dos Serviços aumentou de € 6.070,6 milhões para € 6.303,5 milhões, com destaque para o excedente do Turismo, que aumentou de € 3.436,5 milhões para € 3.920,5 milhões (+ 14%);
- O défice dos Rendimentos (Primário + Secundário) diminuiu, de € 1.466,4 milhões para €1.387,8 milhões, merecendo registo o facto de as remessas dos Emigrantes manterem um crescimento interessante, passando de € 1.471 milhões para € 1.563,8 milhões (+6,1%).
 
3. Quanto à Balança de Capital, o superavit em 2015, de € 1.302,5 milhões, é ainda inferior ao registado em 2014, de € 1.474, mas tem vindo a aproximar-se gradualmente.
 
4. Boas notícias, certamente, mas vamos a ver...vamos a ver qual seria o tempo necessário para se inverter esta posição, caso os Crescimentistas possam - será que vão poder? - por em prática todas as (crescentes) benesses do seu frenético caderno promissório...suspeito que escassos meses... 

10 comentários:

  1. Desde ontem, a partir do momento em que li este post do caro Dr. Tavares Moreira, comecei a tomar "Vomidrine", ao fim do dia reforcei a toma, quando ouvi os comentadores economicos referir-se aos valores do déficit deste ano, hoje pela manhã, adicionei "Betaserc".Os vómitos e os desiquilíbrios permanecem e agravaram-se a partir do momento em que ouvi António Costa em campanha garantir que no programa do PS existe espaço de sobra para resolver o problema do Novo Banco e o Primeiro Ministro garantir que a suspensão da venda do mesmo banco está a gerar um lucro fabuloso (em jurors) para o estado.
    Sinto uma compulsão quase incontrolável para fazer uso de um corropio quase inesgotável de palavrões e, se depois alguém me chamasse a atenção por o ter feito, desculpar-me com este estado de nausea que me impede até de raciocinar mínimamente em condições. Comoça a formar-se uma forte dúvida na minha mente: será que já morri e julgo que sou português e que ando para aqui aos trambolhões numa mega-hiper montanha russa?!

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  2. Gostei particularmente daquela do Costa em que o plano económico do PS não ser afectado pela "tragédia" do Novo Banco, que confessava simultaneamente que a tragédia não existe, mas o plano também não. O que é pena, porque o plano iria duplicar as exportações, eliminar o défice, o desemprego e o aquecimento global.

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  3. Caro Bartolomeu,

    Permite-me um conselho de amigo, relativamente à campanha eleitoral? Faça como eu, "acompanhe-a" em modo "off". Verá que resulta, pelo menos essas angústias desparecem, num ápice...

    Caro Pires da Cruz,

    A garantia de que a "tragédia" do Novo Banco (como se o Antigo não tivesse existido ou fosse um doce) não afectará, nem num percentil, um plano económico tão proficientemente elaborado e no qual o País tem as suas esperanças depositadas, constituirá um dos momentos mais gloriosos desta pouco inspirada campanha eleitoral - quiçá o mais glorioso, mesmo.
    Cumpre-nos, pois, rejubilarmo-nos com essa garantia!

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  4. O conselho não podia ser mais razoavel, caro Dr. Tavares Moreira.
    Mas difícil de seguir. Não pela dependência (disso estou livre) mas pela envolvência. É que, para qualquer ponto cardeal que a gente se volte, é imediatamente atingido pelos ventos maléficos eleitoralistas.
    O ar está conspurcado e a letalidade dos poluentes que transporta, se não nos matarem... vão deixar-nos malucos.

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  5. Se lhe disser onde me encontro, caro Bartolomeu, perceberá que não é assim tão difícil "acompanhar" em off a dita campanha: Vidago, um paraíso tão próximo de nós...

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  6. Alojado no belíssimo Palace Hotel, presumo.
    Assim, entre passeios paradisíacos preparativos do apetite para degustar os sabores da gastronomia nortenha e dos bons vinhos, não esquecendo também as águas, facilmente percebo que o meu estimado amigo, não sinta a menor dificuldade para sintonizar em off.
    Desejo-lhe continuação de excelente estadia, se possível, prolongável até dia 5 do próximo mês. E que nenhum campanhista se lembre de passar por aí, arazoando prometimentos imprometíveis.
    ;)

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  7. Acertou, caro Bartolomeu!
    E aproveito para lhe deixar 3 sugestões gastronómicas para quando decidir demandar estas belas paragens: Quinta dos Carvalhos aqui em Vidago; Albergaria/restaurante Borges, na estrada nacional Vidago-Chaves, a 3 km de Chaves; O Carvalho, em Chaves, junto ao Hotel Aquis Flavis (mas em Chaves há muito por onde escolher).
    Todos com nota 100, na relação preço/qualidade.
    Como não há bem que nunca acabe, vou mesmo ter de deixar este belo recanto transmontano no fim-de-semana, com regresso à balburdia lisboeta programado para a próxima 2ª Feira...
    O que quer dizer que ainda irei apanhar alguns dias da dulcíssima campanha eleitoral, mas, com o treino de "acompanhamento em off" que daqui levo, espero aguentar sem dificuldades de maior!

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  8. Registo e agradeço as preciosas sugestões que me deixa, caro Amigo.
    Quem sabe no próximo mês, que tenciono visitar Zamora, farei um pequeno desvio por terras flavienses e me sentarei à mesa de um desses templos gastronómico...

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  9. Costa foi comparar Passos com a avozinha da fábula que era o lobo.
    Muito mais apropriado é o conto da Cigarra e da Formiga.
    Toda a Cigarra acha que há sempre uma Formiga que trata de lhe garantir as reservas necessárias para que possam andar sempre em festa...

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  10. Caro Gonçalo,

    Receio que estejamos perante um vício bem mais radical do que o apontado à cigarra na fábula de La Fontaine: uma reincidência teimosa e dolosa, depois de experiências de insucesso, com custos elevadíssimos.
    Mas não aprendem, não há solução.

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