O Presidente da República encarregou o presidente do partido vencedor das eleições, Passos Coelho, de encontrar uma solução governativa. Simultaneamente, o Secretário-Geral de um dos partidos derrotados, o PS, iniciou, ele próprio, e em auto-gestão, diligências com a mesma finalidade.
Para além de ser uma afronta ao PR, órgão de soberania eleito por maioria dos portugueses, a quem compete dirigir o processo, é uma verdadeira afronta à democracia, por procedimento incompatível com regras básicas de funcionamento do sistema.
Vencido, Costa serve-se do PS para aparecer como vencedor. Sê-lo-à por uns dias. Até ser apeado pelos camaradas, sem honra nem glória.
Até agora, caro Pinho Cardão, a única coisa que se viu foi o PR a fazer asneira. Não me parece que devamos meter as culpas no Costa até porque, como ele referiu com razão, só fez aquilo que foi o pedido do PR, que ninguém lhe encomendou. A quem é que o PR viu fazer aquilo? Onde é que foi buscar a ideia absurda de que ele é que diz ao Passos Coelho o que este deve fazer para formar governo?
ResponderEliminarA acabar o mandato em grande...
O Amigo Cruz tem toda a razão, só não se deve esquecer que o PR "exigiu" um governo maioritário, antes do ato eleitoral, talvez convicto de que a coligação não obteria votos suficientes, agora, apesar de contrário aos princípios democráticos, como diz o ditado "tarde piaste"... vai ter de se aguentqar à bronca.
ResponderEliminar“Cavaco ficou tão baralhado que em vez de chamar Passos para formar um governo chamou-o para formar uma presidência da república, desta vez em vez de ser Cavaco a ouvir os partidos e saber qual a solução saída das eleições tal tarefa presidencial foi entregue a Passos Coelho”.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarEu nunca disse que o PR fez uma asneira. Difícil seria perceber o que é que fez que não foi asneira. De longe o pior da história da república.
Estimado António,
ResponderEliminarO facto do PR ter indigitado o líder da coligação para tentar formar governo sem ter ouvido o líder do PS motivou críticas de vários quadrantes incluindo de apoiantes da coligação. Não penso que tenham razão e já foi lembrado que o PR teve o mesmo procedimento após a obtenção da maioria relativa do Sr. José Sócrates.
Mas parece-me que a tua indignação também não é pertinente. Por que razão não pode o Sr. António Costa falar com o Sr. Jerónimo de Sousa e a Srª. Catarina Martins com o objectivo de perceber até que ponto pode a esquerda entender-se? Não vejo onde que é aquela iniciativa fere a prática democrática e ofende o PR.
Não pode o Sr. António Costa apresentar ao PR uma proposta de governo suportado por uma maioria de esquerda na AR? Pode. É improvável, eventualmente provelmente perigoso para o futuro do país, mas pode. O que é improvável é que o Sr. Passos Coelho entre em negociações com o PCP e o BE para formar um governo com apoio parlamentar suficiente à esquerda se o PS não aceitar dar o suporte necessário para a coligação governar.
Já todos percebemos que o Sr. António Costa anda em shopping around à esquerda e à direita para tentar sobreviver com os trocos que tem. Ninguém, nem provavelmente ele, acredita que a Sra. Catarina Martins e o Sr. Jerónimo de Sousa se atravessem em compromissos inequívocos e escritos que frontalmente ofendam as reclamações que lhe grangearam as transferências de votos com que aumentaram a sua representatividade na AR e retiraram ao PS, pelo menos, a maioria relativa.
Se o Sr. António Costa vai para fora de pé sem bóias seguras, afunda-se, e provoca um rombo grave no país. A menos que o PCP e o BE já não sejam, nem de longe nem de perto, o que diziam ser há menos de um mês atrás.
Quero acreditar que, no fim do dia, o PS acabará por deixar governar quem ganhou as eleições a troco de algumas cedências claramente aceitáveis.
O PR não indigitou ninguém
ResponderEliminarCarissimos:
ResponderEliminarHoje a Catarina Marins já empossou Costa como Primeiro-Ministro. E, face ao que vejo por aqui escrito, porventura com toda a autoridade constitucional que o Presidente da República, pelos vistos, não tem, nem para encarregar alguém de fazer diligências de modo a poder ser indigitado, com sucesso, para formar governo.
Caro Rui:
Estás num grande equívoco. Ê que não hã esquerda, mas esquerdas que nada têm a ver umas com as outras. Os simpatizantes do PS gostam tanto ou menos do Bloco e do PC como os do CDS ou PSD.
Eu disse isso?
ResponderEliminarSim, falaste na esquerda. Ora essa unidade não há, pelo menos em Portugal. Ou é igual ao litro estar ou não estar na UE, estar ou não estar no euro, estar ou nao estar na NATO, querer ou não querer uma econonomia de mercado, etc, etc?
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarClaro que o PR tem autoridade constitucional para fazer as asneiras que quiser. Não é a autoridade que está em causa, é a asneira. Os accionistas dos bancos portugueses bem podem hoje agradecer-lhe o favor de os ter feito 10% mas pobres.
Caríssimo António,
ResponderEliminar"Falar na esquerda" significa "Falar que há unidade à esquerda"?
Concluo, meu caro, que não mereço a honra da tua leitura do que escrevi em várias notas no meu caderno de apontamentos sobre o assunto.
Tivesses lido o que escrevi e constatarias que quem está equivocado não sou eu.
Mas agradeço e respeito sempre os teus pontos de vista.
O facto de este agente político ter sentido já necessidade de enviar uma mensagem para os mercados, dizendo que "os compromissos internacionais são para cumprir", não me parece de bom augúrio...
ResponderEliminarOs compromissos internacionais? Que compromissos? E os compromissos nacionais não são também para cumprir?
Se os compromissos nacionais não estão incluídos nesta declaração, por alguma razão será...
Há aqui qq coisa que não bate certo. Veremos, ainda a procissão vai no adro.
Uma posta muito fraquinha do Pinho Cardão, até parece serviço partidário. Aqui ficam dois pontos para análise futura:
ResponderEliminar1. Se o Syriza implementa na Grécia um programa mais austero do que o do PaF, é plausível que o BE e o PCP ajudem a implementar o do PS.
2. É de certo modo um retorno de Costa à juventude, reciclando conceptualmente os governos Mauroy do início dos anos 80...
O PCP e O BE nunca irão ajudar a implementar nada que seja parecido com austeridade, a não ser que queiram desaparecer nas próximas eleições.
ResponderEliminarO PR só tem que pedir ao PS um documento escrito com a garantia do cumprimento do pacto orçamental da UE com a assinatura do PCP e do BE.
Assim um igual ao que o Costa assinou com o Seguro?
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