A nova política económica do Programa do PS baseada no consumo é mais deletéria que a política socrática centrada nos bens não transaccionáveis e, consequentemente, na despesa e na dívida pública.
Da política de Sócrates, que teve como consequência uma bancarrota que só o apoio dos países europeus evitou, ainda fica o investimento em algumas infraestruturas que, no longo prazo, se poderão revelar úteis e até atractivas do investimento.
Mas da anunciada política económica do PS nada resultará de positivo. Uma significativa parte dos ganhos obtidos pela descida da TSU dos trabalhadores irá em benefício imediato de economias externas, nomeadamente alemã ou espanhola, que agradecerão. Ao mesmo tempo que prejudicará o processo de reestruturação de muitas empresas, com vista à competitividade externa, com a ilusão de um mercado nacional mais favorável. Com a anulação da medida, que é temporária, corre-se o enorme risco de voltar tudo ao princípio.
O PS ainda não compreendeu que a competitividade é a mola real da economia. Porque é a competitividade que sustenta e dinamiza a colocação dos produtos, que gera capacidade de produção, que induz investimento, que promove os emprego e o aumento dos salários.
Pensar que a aposta em fogachos, por natureza transitórios, resolve o problema da economia é pura ilusão. Criada pela cúpula socialista e por verdadeiros ilusionistas manipuladores de power-points que nos pretendem convencer que para fazer crescer a economia bastam uns truques de magia...
PS: E nem mencionei as terríveis consequências da medida na diminuição da receita da Segurança Social, pese um financiamento adicional previsto, também ele só possível obter por prestidigitadores encartados.
PS: E nem mencionei as terríveis consequências da medida na diminuição da receita da Segurança Social, pese um financiamento adicional previsto, também ele só possível obter por prestidigitadores encartados.
Concordo em termos gerais, simplesmente, a passagem à pratica tem sido mal feita. Crescimento económico é absolutamente inverosível. Não vai acontecer. Há muita gente no mundo globalizado que está bem abaixo de nós e sempre disposto a trabalhar por menos que nós. Para lá vai a produção. E esses vão crescer. Nós compramos mas só enquanto tivermos dinheiro.
ResponderEliminarA produtividade não aumenta se cada indivíduo tiver que trabalhar mais horas, dias, menos feriados. É um erro. Se só houver um WC público para limpar, de nada adianta que o funcionário fique lá 8 horas em vez de 7. Os bens e serviços têm de ser transacionaveis pelo que concorreñciais. Produzir mais, se tal produção não é vendavel é inútil.
E se produzimos bens e serviços onerados com custos sociais absurdos nunca os vamos vender...
E se tivermos 4 tipos a trabalhar 6 horas em vez de 3 a trabalhar 8? Claro que os segundos ganharão menos 25% mas o primeiro deixa de estar desempregado e de ser suportado (subsídios) pelo trabalho dos segundos.
Aqui só teríamos a ganhar.
Qualidade de vida (menos horas de trabalho), menos custos sociais, produziamos bens e serviços mais concorenciais (pelo que vendáveis) pois ver-se-iam livres do custo social com os desempregados.
E uma sociedade mais estável, sem a juventude a emigrar. Mais bébés, mais futuro.
Finalmente, os impostos: só IVA, fim ao IRS, IRC, etc...
Aí os produtos portugueses seriam mais concorrênciais no mundo e os produtos importados "colaborariam" mais nos nossos custos sociais.
Não há outra solução...
A receita da SS está bem assegurada pelas portagens que o dão sebastião Costa já prometeu a outras audiencias que ia acabar.
ResponderEliminar“A nova política económica do Programa do PS baseada no consumo…”
ResponderEliminarNão será totalmente assim, caro Pinho Cardão, contudo o Programa do PS sem dúvida que aposta mais na Demanda que o “não programa”, o “programa zero” da coligação mas que se estima continue as políticas anteriores, isto é, continue a apostar tudo e mais alguma coisa na Oferta. É por esta razão que se dá tudo às empresas (redução de IRC, diminuição do preço do trabalho, aumento do horário de trabalho, facilidade de despedimentos,…) na vã esperança que toda a produção que saia das fábricas ou que se encontre nas prateleiras das lojas tem saída assegurada sabe-se lá por que razão.
É o seguidismo neoliberal da velha e anquilosada Lei de Say “A Oferta gera a sua própria Demanda”de há três séculos atrás. Se as pessoas têm ou não dinheiro para comprar pouco importa, os neoliberais acreditam que tudo o que se fabrique e encontre nas lojas tem venda assegurada. É uma questão de fé.
O desenvolvimento económico das economias europeias pós 1980 tem provado precisamente o contrário. O crescimento económico dos países europeus tem vindo a diminuir de década para década desde que adoptaram tais políticas e sem que se vislumbre qualquer saída, qualquer futuro diferente.
É a “mais austeridade para sair da austeridade”, “custe o que custar” a que se deverá obedecer para “não sermos piegas”que o povo “aguenta, ai aguenta, aguenta”.