Nesta reta final da campanha eleitoral, ainda há alguns fatores em jogo: será o PaF capaz de recuperar a massa indecisa ao centro que lhe garantiu (e garante todas) a maioria absoluta em 2011? Seria um enorme feito, claramente de Passos Coelho se assim fosse.
E a verdade é que é bem possível. O PS, contando que à sua direita eram favas contadas, atacou à esquerda e fez um discurso à Syriza. Neste momento, arrisca-se a perder tudo, à esquerda e à direita restando-lhe apenas a sua base fixa que rondará os 25% a 30%.
1)À esquerda perderá tudo devido à inutilidade do voto útil. Porque para governo à esquerda, quem é próximo do BE ou da CDU vai lá votar para fazer crescer o peso da decisão destes (dos seus) partidos, naquele caso.
2)À direita, todos os que tenham um palmo de testa, que entenderam que as políticas seguidas nos últimos anos foram as necessárias depois da desbunda do governo do PS, ao desenvolver as (mesmas) políticas que agora Costa anuncia.
3)Os ainda indecisos dessa zona, talvez se decidam a re-votar na coligação face à perspetiva de uma maioria socialista que, a ser governo, será sempre Syriza levando-nos para o beco sem saída da Grécia. Maioria que será mais gravosa pois terá um PS fragilizado e um BE e/ou CDU reforçados a pedir políticas suas.
4)No próprio PS começa a ser confrangedor o gaguejar, a argumentação, as promessas ocas. Não há consistência. Não há confiança.
Mas, a verdade é que podemos cair no fosso da esquerda.
As democracias ocidentais estão claramente fragilizadas. À esquerda ou à direita. E isso por culpa própria. É urgente entender que não há mais crescimento económico e que por aí não se vai. Não podem existir défices públicos e só podemos contar com o que produzimos (e vendemos). Mas acima de tudo é absolutamente necessário repartir o trabalho disponível (e o respetivo rendimento). Porque, se assim não o fizermos teremos menos nescimentos e mais emigração de jovens - que farão toda a falta no nosso futuro - e ainda, mais subsidiados (a dar votos às margens políticas demagógicas que prometem mais subsídios) que decidem eleições.
No dia em que houver mais subsidiados do que trabalhadores a votar, é o fim.
Ha algo que não consigo entender: se o PS abandonou António Costa, não apresentou um substituto e não aceita coligar-se com partidos à esquerda, porque raio não se reestrutura e pede (na mesma onda dos refugiados Sirios) asilo político ao PSD?!
Lamentavelmente o PS não conseguiu desmontar a estratégia fundamental da coligação PaF que consistiu em fazer recair sobre o anterior governo todas as culpas da situação de crise que o país vive e viveu. Uma vez mais Coelho/Portas não tem pejo algum em mentir e faltar à verdade histórica. Ora não é verdade atribuir culpas ao governo de Sócrates pela chamada crise das dívidas públicas que a Europa viveu. Sócrates não foi o responsável pela falência do Lehman Brothers ou pelo ida da Troika para a Irlanda ou para a Grécia ou pela bancarrota da Islândia ou ainda pelo quase resgate da Espanha e a subida dos juros da dívida pública a valores quase insuportáveis na Itália e na Bélgica e de uma maneira geral pelos países do euro. Não se pode honestamente responsabilizar a governação de Sócrates pela subida vertiginosa dos juros da dívida pública no auge da crise do euro e que tornou impossível o financiamento do país através dos mercados financeiros e a consequente vinda da Troika. Ao não saber desmontar esta estratégia tornou-se muito difícil ao PS contradizer a PaF quando ela se apresenta como responsável por “corrigir” o rumo e “entrar no caminho certo” como se lê na “mensagem aos portugueses” distribuída pela coligação. Daí a impensável eventual vitória eleitoral da coligação Coelho/Portas. Depois de: O PIB com a coligação PaF regrediu para os níveis de 2003. O rendimento disponível dos portugueses é inferior ao do ano 2000. Entre 2010 e 2013, o PIB “per capita” português caiu 7%. O nível de vida dos portugueses recuou, em 2013, para valores de 1990. O número de pessoas com emprego não era tão baixo desde 1995. O investimento caiu para níveis que não se registavam desde finais dos anos oitenta. O número de pessoas que emigram todos os anos é maior do que na década de 1960 Existem mais de um milhão e duzentas mil pessoas continuam sem encontrar um emprego em condições. A pobreza e a desigualdade aumentaram, num dos países que era já dos mais desiguais de toda a Europa. A dívida pública aumentou de 94,0% do PIB em 2010 para 130,2% em 2014. Em 2010 tínhamos uma divida externa líquida de 82,7% do PIB que aumentou para 104,5% em 2014. O IRS aumentou mais de um terço entre 2010 e 2013. Portugal foi o país europeu que registou maior aumento na fiscalidade entre 2010 e 2013, com a carga fiscal a subir mais de 11%. É deveras espantoso!!!
É verdade que Costa não fez nada para ganhar o jogo quando tinha o jogo mais que ganho (graças às formidáveis políticas da Coligação).
Mas talvez a Federação tenha decidido que o melhor (para as receitas) era um empate entre os dois gigantes. E fez saber isso aos dois presidentes.
E assim, os eleitores que, graças à opinião sensata e massiva de um batalhão de comentadores televisivos, põem de parte votar no Bloco de Esquerda ou no PCP (porque são partidos radicais, extremistas e terroristas), ficam na dúvida:
a) Abster-se (o que para os partidos é igual ao litro).
b) Votar no Costa, que já provou ser um verbo de encher, ou,
c) Votar na coligação (PAX). O máximo que lhes pode acontecer é cortarem-lhes os ordenados, as pensões, tornarem-se precários, desempregados emigrarem ou ficarem mais pobres...
Eu já decidi o meu voto! O PAX parece ser a opção mais segura... Mais vale um pássaro na mão...
Caro Luís Franco: Em caso de derrota, claro que fica só, abandonado, contestado e até vilipendiado por muitos dos que mais perto dele se diziam.
Caro Gonçalo:
Concordo que a vitória por maioria absoluta do PàF tem muito a ver com os votos dos indecisos do centro (esquerda, centro e direita) do espectro político português e também que o apelo do PS ao voto útil da esquerda não funcionará. De facto, não vejo os cidadãos afectos à CDU a votar PS, como não vejo os afectos ao Bloco a votarem utilmente no PS. Donde, admito bem que a sedução que o PS pretendeu fazer ao povo da esquerda caia em saco roto.´
Caro Bartolomeu:
Creio que essa crise de entendimento se estende a muita boa gente deste país, socialista ou não.
Caro Carlos Sério:
Acontece que até o próprio PS já entendeu e assimilou que essas razões que o meu amigo aponta não contituíram de forma alguma a causa da crise portuguesa. Algumas delas nem tiveram qualquer efeito em Portugal e os países que as sofreram já há muito que recuperaram. Fossem essas as razões e nós já tínhamos recuperado também. E não digo mais porque o meu amigo sabe tão bem como eu qual foi a causa das coisas.
Caro Diogo Misterioso e enigmático...sem lhe faltar um toque de cinismo bem humorado, para acabar...
Caro Pinho Cardão Não mistifiquemos a História. Sócrates não foi responsável pelo resgate da Irlanda ou da Grécia nem pelo crescimento vertiginoso que então se verificou nos mercados da dívida pública. Isso não significa a debilidade acrescida da nossa economia com Sócrates, com Durão Barroso, com Guterres, com Cavaco Silva. Não martelemos a História.
O crescimento dos juros resulta das dívidas altas. Nem mais nem menos. Empresta-se sempre com juros baixos a quem garante pagamento, a quem não acumula dívida. Veja os juros Alemães quando pagávamos balúrdios... Os Países que se endividaram por opção dos seus Governos (gastos públicos acima das receitas), ao não apresentarem políticas que garantissem aos emprestadores o ressarcimento dos seus empréstimos, primeiro vêm os juros subir (como aviso), depois deixam de conseguir o dinheiro que precisam o que inviabiliza a renovaçºao da dívida e o financiamneto do défice. Logo: bancarrota. Logo, troica. O PS (antes e hoje) e Sócrates (antes) optaram por achar que o crescimento económico trata do assunto. Mas não entendem que criar crescimento económico com dinheiro emprestado (incentivar o consumo) é transferir esses custos (o pagamento dos empréstimos) para futuros próximos. É demasiado egoísta e penalizador para os tempos seguintes. Esse crescimento é breve, fictício e paga juros. Cria a ideia que podemos viver nesses níveis e não podemos. Nos dias de hoje com os mercados muito globalizados o consumo aumetado por esta via poderá nem fazer mexer um centímetro a nossa economia. Pois tudo acaba nas importações e no défice comercial que se paga sempre, no futuro. O nível de vida dos portugueses baixou porque tinha que ajustar. Sócrates colocou-nos a viver de empréstimos. Que tivemos de pagar nos anos deste Governo. Não ficamos mais pobres. Pensavamos é que eramos mais ricos... Claro que o PIB e o emprego caiu. Pois se tivemos que ajustar os nossos gastos... Claro que a dívida subiu. Pois se continuou a haver défice... mesmo que bem inferior ao que Sócrates nos deixou... Claro que os impostos subiram. Pois havia que pagar a desbunda anterior do PS... É facil de entender isto: se uma familia ganha 1.200 por mês e pede 1.200 emprestados para no ano seguinte gastar 1.300 por mês, o que tem de fazer no ano seguinte? Gastar 1.100 pois ganha 1.200 e tem que pagar a dívida. Empobreceu? Ou ajustou? Ganhava 1.200, para gastar 1.300 num ano teve que suportar o ano seguinte a gastar 1.100. Só os sábios do PS não entenderão isto. Felizmente, nas últimas semanas, cada vez mais portugueses estão a entender isto...
"Lamentavelmente o PS não conseguiu desmontar a estratégia fundamental da coligação PaF que consistiu em fazer recair sobre o anterior governo todas as culpas da situação de crise que o país vive e viveu." Para quem não tem memória (por respeito espero que seja apenas falta de memória) aqui vai o brilhante trabalho do blog "o insurgente": http://oinsurgente.org/2015/10/03/pedacos-de-historia-roubados-as-capas-do-publico/ Estas notícias é que são difíceis de desmontar e esquecer.
Caro Gonçalo está profundamente enganado. A dívida pública de Portugal era em 2010 de 93% do PIB muito mais baixa do que em 2014 que foi de 130%. Na sua lógica hoje devíamos ter uns juros astronómicos. A Espanha, por exemplo, tinha apenas em 2010, de dívida pública, cerca de 30% do PIB, tal como a Irlanda o que não obstou a que os seus juros subissem muitíssimo. Quanto à dívida externa líquida tínhamos em 2010 o valor de 82,7% do PIB enquanto em 2014 temos 104,5%. Como se verifica não houve com este governo ajustamento algum, pelo contrário, ajustamento só nos salários e pensões meu caro.
Já agora, caro Gonçalo, sabia que 60% das famílias portuguesas não deviam nem devem qualquer quantia aos bancos? E que das restantes, cerca 25% só devem os empréstimos das suas casas? É uma falácia essa história "de que as famílias viviam acima das suas possibilidades", meu caro.
A dívida cresce ao ritmo do défice. Contam ainda outros fatores tais como empresas marginais que antes não tinham a sua dívida no défice público e hoje têm. Contam também os valores nos “cofres” como diria a Ministra (antes vazios, hoje com alguma folga).
Isto para referir que o aumento da dívida é normal nas circunstâncias em que ocorreu e que seria bem maior se as políticas não tivessem sido restritivas (e tivessem sido as defendidas pelo PS).
O problema não é a dívida. Disse bem. O problema é a dívida galopante. Isso é que faz subir os juros. Pelo que o que é determinante mesmo é o défice. É isso que determina a confiança dos emprestadores em verem o seu dinheiro de volta. E, consequentemente os juros cobrados e, no fim, não emprestarem mesmo nada. Aí estávamos com Sócrates.
Sim. Com este governo baixou-se o défice (o que o Estado gasta a mais do que recebe e que tem de pedir emprestado todos os anos, para além do que tem de pagar por dívida vencida). E com isso, passou a ter quem lhe emprestasse dinheiro a juros aceitáveis (houve sim outros fatores que ajudaram).
Não referi em lado nenhum que as famílias têm dívidas. Utilizei um exemplo corriqueiro para demonstrar o que fez Sócrates (como a cigarra) no Governo. E as consequências que trouxe ao Governo de Passos (formiga) que esteve 3 anos a governar em consequência.
Quem viveu e distribuiu acima das suas possibilidades foi o Governo PS. Assim, criou uma ideia de que se podia viver com aquele nível de recursos. Não se podia. Dessa forma, gastando o que pedia emprestado, na prática condenou – depois - o País descer dois degraus: primeiro para os níveis de riqueza efetivamente produzida e depois, ainda mais para baixo, para pagar o que se gastou, antes, a mais.
Caro Gonçalo. Então o meu caro afirma que com este governo baixou o défice? Já fez as contas? A média anual do défice nos quatro anos já conhecidos do governo Coelho/Portas (2011,2012,2013,2 014)foi de -6,25 enquanto no período do governo Sócrates (2005,2006,2007,2008,2009,2010)foi de -6,30. Ganhou-se 0,05, é obra. Com tantas "poupanças" chegou-se a este miserável resultado. Este governo é um desastre. Depois de cortes nas pensões, nos salários, no aumento colossal de impostos, nos cortes na educação, e na saúde, nos subsídios de doença e desemprego, de inserção e idosos, etc., chega a este miserável resultado. Acordai, acordai oh povo adormecido.
Caro Carlos Essa nunca tinha visto... a da análise da média anual do défice. Como se fosse igual: Défice Sócrates 3-5-7-9 (média 6.5) sempre a subir até a bancarrota. Défice Passos: 9-7-5-3 (média idêntica) sempre a descer até ao (quase) equilíbrio. Se não fosse (tivesse sido) tão dramática, essa análise daria para uma boa risada...
Agradeço as décimas e os valores exatos. Assim fica confirmado que, a mesma média pode traduzir coisas opostas. Um sobe a caminho da bancarrota outros descem a caminho de uma estabilidade (que considero só poder existir com défice zero). Os 7,2 como sabemos, inclui o valor do BES, "porcaria" herdada e que, vendida, fará baixar o défice no ano em questão. Quanto aos 6,5 também nos lembramos bem desse valor...
Na próxima 2ª feira há-de estar ainda mais só!
ResponderEliminarNesta reta final da campanha eleitoral, ainda há alguns fatores em jogo: será o PaF capaz de recuperar a massa indecisa ao centro que lhe garantiu (e garante todas) a maioria absoluta em 2011?
ResponderEliminarSeria um enorme feito, claramente de Passos Coelho se assim fosse.
E a verdade é que é bem possível. O PS, contando que à sua direita eram favas contadas, atacou à esquerda e fez um discurso à Syriza. Neste momento, arrisca-se a perder tudo, à esquerda e à direita restando-lhe apenas a sua base fixa que rondará os 25% a 30%.
1)À esquerda perderá tudo devido à inutilidade do voto útil. Porque para governo à esquerda, quem é próximo do BE ou da CDU vai lá votar para fazer crescer o peso da decisão destes (dos seus) partidos, naquele caso.
2)À direita, todos os que tenham um palmo de testa, que entenderam que as políticas seguidas nos últimos anos foram as necessárias depois da desbunda do governo do PS, ao desenvolver as (mesmas) políticas que agora Costa anuncia.
3)Os ainda indecisos dessa zona, talvez se decidam a re-votar na coligação face à perspetiva de uma maioria socialista que, a ser governo, será sempre Syriza levando-nos para o beco sem saída da Grécia. Maioria que será mais gravosa pois terá um PS fragilizado e um BE e/ou CDU reforçados a pedir políticas suas.
4)No próprio PS começa a ser confrangedor o gaguejar, a argumentação, as promessas ocas. Não há consistência. Não há confiança.
Mas, a verdade é que podemos cair no fosso da esquerda.
As democracias ocidentais estão claramente fragilizadas. À esquerda ou à direita. E isso por culpa própria. É urgente entender que não há mais crescimento económico e que por aí não se vai. Não podem existir défices públicos e só podemos contar com o que produzimos (e vendemos). Mas acima de tudo é absolutamente necessário repartir o trabalho disponível (e o respetivo rendimento). Porque, se assim não o fizermos teremos menos nescimentos e mais emigração de jovens - que farão toda a falta no nosso futuro - e ainda, mais subsidiados (a dar votos às margens políticas demagógicas que prometem mais subsídios) que decidem eleições.
No dia em que houver mais subsidiados do que trabalhadores a votar, é o fim.
Ha algo que não consigo entender: se o PS abandonou António Costa, não apresentou um substituto e não aceita coligar-se com partidos à esquerda, porque raio não se reestrutura e pede (na mesma onda dos refugiados Sirios) asilo político ao PSD?!
ResponderEliminarLamentavelmente o PS não conseguiu desmontar a estratégia fundamental da coligação PaF que consistiu em fazer recair sobre o anterior governo todas as culpas da situação de crise que o país vive e viveu. Uma vez mais Coelho/Portas não tem pejo algum em mentir e faltar à verdade histórica.
ResponderEliminarOra não é verdade atribuir culpas ao governo de Sócrates pela chamada crise das dívidas públicas que a Europa viveu. Sócrates não foi o responsável pela falência do Lehman Brothers ou pelo ida da Troika para a Irlanda ou para a Grécia ou pela bancarrota da Islândia ou ainda pelo quase resgate da Espanha e a subida dos juros da dívida pública a valores quase insuportáveis na Itália e na Bélgica e de uma maneira geral pelos países do euro.
Não se pode honestamente responsabilizar a governação de Sócrates pela subida vertiginosa dos juros da dívida pública no auge da crise do euro e que tornou impossível o financiamento do país através dos mercados financeiros e a consequente vinda da Troika.
Ao não saber desmontar esta estratégia tornou-se muito difícil ao PS contradizer a PaF quando ela se apresenta como responsável por “corrigir” o rumo e “entrar no caminho certo” como se lê na “mensagem aos portugueses” distribuída pela coligação.
Daí a impensável eventual vitória eleitoral da coligação Coelho/Portas.
Depois de:
O PIB com a coligação PaF regrediu para os níveis de 2003.
O rendimento disponível dos portugueses é inferior ao do ano 2000.
Entre 2010 e 2013, o PIB “per capita” português caiu 7%.
O nível de vida dos portugueses recuou, em 2013, para valores de 1990.
O número de pessoas com emprego não era tão baixo desde 1995.
O investimento caiu para níveis que não se registavam desde finais dos anos oitenta.
O número de pessoas que emigram todos os anos é maior do que na década de 1960
Existem mais de um milhão e duzentas mil pessoas continuam sem encontrar um emprego em condições.
A pobreza e a desigualdade aumentaram, num dos países que era já dos mais desiguais de toda a Europa.
A dívida pública aumentou de 94,0% do PIB em 2010 para 130,2% em 2014.
Em 2010 tínhamos uma divida externa líquida de 82,7% do PIB que aumentou para 104,5% em 2014.
O IRS aumentou mais de um terço entre 2010 e 2013.
Portugal foi o país europeu que registou maior aumento na fiscalidade entre 2010 e 2013, com a carga fiscal a subir mais de 11%.
É deveras espantoso!!!
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarÉ verdade que Costa não fez nada para ganhar o jogo quando tinha o jogo mais que ganho (graças às formidáveis políticas da Coligação).
Mas talvez a Federação tenha decidido que o melhor (para as receitas) era um empate entre os dois gigantes. E fez saber isso aos dois presidentes.
E assim, os eleitores que, graças à opinião sensata e massiva de um batalhão de comentadores televisivos, põem de parte votar no Bloco de Esquerda ou no PCP (porque são partidos radicais, extremistas e terroristas), ficam na dúvida:
a) Abster-se (o que para os partidos é igual ao litro).
b) Votar no Costa, que já provou ser um verbo de encher, ou,
c) Votar na coligação (PAX). O máximo que lhes pode acontecer é cortarem-lhes os ordenados, as pensões, tornarem-se precários, desempregados emigrarem ou ficarem mais pobres...
Eu já decidi o meu voto! O PAX parece ser a opção mais segura... Mais vale um pássaro na mão...
Caro Luís Franco:
ResponderEliminarEm caso de derrota, claro que fica só, abandonado, contestado e até vilipendiado por muitos dos que mais perto dele se diziam.
Caro Gonçalo:
Concordo que a vitória por maioria absoluta do PàF tem muito a ver com os votos dos indecisos do centro (esquerda, centro e direita) do espectro político português e também que o apelo do PS ao voto útil da esquerda não funcionará. De facto, não vejo os cidadãos afectos à CDU a votar PS, como não vejo os afectos ao Bloco a votarem utilmente no PS. Donde, admito bem que a sedução que o PS pretendeu fazer ao povo da esquerda caia em saco roto.´
Caro Bartolomeu:
Creio que essa crise de entendimento se estende a muita boa gente deste país, socialista ou não.
Caro Carlos Sério:
Acontece que até o próprio PS já entendeu e assimilou que essas razões que o meu amigo aponta não contituíram de forma alguma a causa da crise portuguesa. Algumas delas nem tiveram qualquer efeito em Portugal e os países que as sofreram já há muito que recuperaram. Fossem essas as razões e nós já tínhamos recuperado também. E não digo mais porque o meu amigo sabe tão bem como eu qual foi a causa das coisas.
Caro Diogo
Misterioso e enigmático...sem lhe faltar um toque de cinismo bem humorado, para acabar...
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarNão mistifiquemos a História. Sócrates não foi responsável pelo resgate da Irlanda ou da Grécia nem pelo crescimento vertiginoso que então se verificou nos mercados da dívida pública.
Isso não significa a debilidade acrescida da nossa economia com Sócrates, com Durão Barroso, com Guterres, com Cavaco Silva.
Não martelemos a História.
Caro Carlos Sérgio
ResponderEliminarO crescimento dos juros resulta das dívidas altas. Nem mais nem menos. Empresta-se sempre com juros baixos a quem garante pagamento, a quem não acumula dívida. Veja os juros Alemães quando pagávamos balúrdios...
Os Países que se endividaram por opção dos seus Governos (gastos públicos acima das receitas), ao não apresentarem políticas que garantissem aos emprestadores o ressarcimento dos seus empréstimos, primeiro vêm os juros subir (como aviso), depois deixam de conseguir o dinheiro que precisam o que inviabiliza a renovaçºao da dívida e o financiamneto do défice. Logo: bancarrota. Logo, troica.
O PS (antes e hoje) e Sócrates (antes) optaram por achar que o crescimento económico trata do assunto. Mas não entendem que criar crescimento económico com dinheiro emprestado (incentivar o consumo) é transferir esses custos (o pagamento dos empréstimos) para futuros próximos. É demasiado egoísta e penalizador para os tempos seguintes.
Esse crescimento é breve, fictício e paga juros.
Cria a ideia que podemos viver nesses níveis e não podemos.
Nos dias de hoje com os mercados muito globalizados o consumo aumetado por esta via poderá nem fazer mexer um centímetro a nossa economia. Pois tudo acaba nas importações e no défice comercial que se paga sempre, no futuro.
O nível de vida dos portugueses baixou porque tinha que ajustar. Sócrates colocou-nos a viver de empréstimos. Que tivemos de pagar nos anos deste Governo. Não ficamos mais pobres. Pensavamos é que eramos mais ricos...
Claro que o PIB e o emprego caiu. Pois se tivemos que ajustar os nossos gastos...
Claro que a dívida subiu. Pois se continuou a haver défice... mesmo que bem inferior ao que Sócrates nos deixou...
Claro que os impostos subiram. Pois havia que pagar a desbunda anterior do PS...
É facil de entender isto: se uma familia ganha 1.200 por mês e pede 1.200 emprestados para no ano seguinte gastar 1.300 por mês, o que tem de fazer no ano seguinte?
Gastar 1.100 pois ganha 1.200 e tem que pagar a dívida.
Empobreceu?
Ou ajustou?
Ganhava 1.200, para gastar 1.300 num ano teve que suportar o ano seguinte a gastar 1.100.
Só os sábios do PS não entenderão isto.
Felizmente, nas últimas semanas, cada vez mais portugueses estão a entender isto...
"Lamentavelmente o PS não conseguiu desmontar a estratégia fundamental da coligação PaF que consistiu em fazer recair sobre o anterior governo todas as culpas da situação de crise que o país vive e viveu."
ResponderEliminarPara quem não tem memória (por respeito espero que seja apenas falta de memória) aqui vai o brilhante trabalho do blog "o insurgente":
http://oinsurgente.org/2015/10/03/pedacos-de-historia-roubados-as-capas-do-publico/
Estas notícias é que são difíceis de desmontar e esquecer.
Caro Gonçalo está profundamente enganado.
ResponderEliminarA dívida pública de Portugal era em 2010 de 93% do PIB muito mais baixa do que em 2014 que foi de 130%.
Na sua lógica hoje devíamos ter uns juros astronómicos.
A Espanha, por exemplo, tinha apenas em 2010, de dívida pública, cerca de 30% do PIB, tal como a Irlanda o que não obstou a que os seus juros subissem muitíssimo.
Quanto à dívida externa líquida tínhamos em 2010 o valor de 82,7% do PIB enquanto em 2014 temos 104,5%.
Como se verifica não houve com este governo ajustamento algum, pelo contrário, ajustamento só nos salários e pensões meu caro.
Já agora, caro Gonçalo, sabia que 60% das famílias portuguesas não deviam nem devem qualquer quantia aos bancos?
ResponderEliminarE que das restantes, cerca 25% só devem os empréstimos das suas casas?
É uma falácia essa história "de que as famílias viviam acima das suas possibilidades", meu caro.
Caro Carlos Sério
ResponderEliminarA dívida cresce ao ritmo do défice. Contam ainda outros fatores tais como empresas marginais que antes não tinham a sua dívida no défice público e hoje têm. Contam também os valores nos “cofres” como diria a Ministra (antes vazios, hoje com alguma folga).
Isto para referir que o aumento da dívida é normal nas circunstâncias em que ocorreu e que seria bem maior se as políticas não tivessem sido restritivas (e tivessem sido as defendidas pelo PS).
O problema não é a dívida. Disse bem. O problema é a dívida galopante. Isso é que faz subir os juros. Pelo que o que é determinante mesmo é o défice. É isso que determina a confiança dos emprestadores em verem o seu dinheiro de volta. E, consequentemente os juros cobrados e, no fim, não emprestarem mesmo nada. Aí estávamos com Sócrates.
Sim. Com este governo baixou-se o défice (o que o Estado gasta a mais do que recebe e que tem de pedir emprestado todos os anos, para além do que tem de pagar por dívida vencida). E com isso, passou a ter quem lhe emprestasse dinheiro a juros aceitáveis (houve sim outros fatores que ajudaram).
Não referi em lado nenhum que as famílias têm dívidas. Utilizei um exemplo corriqueiro para demonstrar o que fez Sócrates (como a cigarra) no Governo. E as consequências que trouxe ao Governo de Passos (formiga) que esteve 3 anos a governar em consequência.
Quem viveu e distribuiu acima das suas possibilidades foi o Governo PS. Assim, criou uma ideia de que se podia viver com aquele nível de recursos. Não se podia. Dessa forma, gastando o que pedia emprestado, na prática condenou – depois - o País descer dois degraus: primeiro para os níveis de riqueza efetivamente produzida e depois, ainda mais para baixo, para pagar o que se gastou, antes, a mais.
Caro Gonçalo. Então o meu caro afirma que com este governo baixou o défice? Já fez as contas?
ResponderEliminarA média anual do défice nos quatro anos já conhecidos do governo Coelho/Portas (2011,2012,2013,2 014)foi de -6,25 enquanto no período do governo Sócrates (2005,2006,2007,2008,2009,2010)foi de -6,30. Ganhou-se 0,05, é obra.
Com tantas "poupanças" chegou-se a este miserável resultado.
Este governo é um desastre. Depois de cortes nas pensões, nos salários, no aumento colossal de impostos, nos cortes na educação, e na saúde, nos subsídios de doença e desemprego, de inserção e idosos, etc., chega a este miserável resultado.
Acordai, acordai oh povo adormecido.
Caro Carlos
ResponderEliminarEssa nunca tinha visto... a da análise da média anual do défice.
Como se fosse igual:
Défice Sócrates 3-5-7-9 (média 6.5) sempre a subir até a bancarrota.
Défice Passos: 9-7-5-3 (média idêntica) sempre a descer até ao (quase) equilíbrio.
Se não fosse (tivesse sido) tão dramática, essa análise daria para uma boa risada...
2005 -6,5
ResponderEliminar2006 -4,6
2007 -3,1
2008 -3,6
2009 -10,2
2010 -9,8
2011 -7,4
2012 -5,6
2013 -4,8
2014 -7,2
Agradeço as décimas e os valores exatos. Assim fica confirmado que, a mesma média pode traduzir coisas opostas. Um sobe a caminho da bancarrota outros descem a caminho de uma estabilidade (que considero só poder existir com défice zero).
ResponderEliminarOs 7,2 como sabemos, inclui o valor do BES, "porcaria" herdada e que, vendida, fará baixar o défice no ano em questão.
Quanto aos 6,5 também nos lembramos bem desse valor...