Muitos comentários, nos mais diversos tons, têm
sido feitos a propósito da declaração – bem pouco feliz, por sinal – do SG/PS
sobre a existência de surpresas desagradáveis que poderiam vir a ocorrer
em relação à gestão dos negócios públicos.
Quando ontem foi noticiado que tinha ficado
deserta – não havendo, por conseguinte, qualquer interessado na compra - a hasta pública
para venda dos terrenos da antiga Feira Popular, pelo preço-base de €
135,6 milhões, talvez se comece a perceber que pode estar aí a tal
surpresa desagradável…
Efectivamente, tendo em conta os encargos que a CML suportou com
a aquisição daqueles terrenos bem com outros encargos subsequentes
relacionados com esse processo (indemnizações, por exemplo), mais o custo
financeiro imputável a essas imobilizações de capital, pode bem vir a
acontecer que a CML não consiga vir a ser ressarcida integralmente desse “investimento”…
Será uma surpresa bem desagradável,
certamente, e, sendo assim, o SG/PS acabará por ter alguma razão na profecia que
deixou no ar…
Talvez o negócio não seja imediatamente rentável mas a médio prazo, entre licenças, aprovações (e contrapartidas) dos projetos de construção, mais os impostos e taxas que o empreendimento irá gerar... talvez a diferença venha a ser amortizada.
ResponderEliminarMauzinho!
ResponderEliminarCaro Bartolomeu,
ResponderEliminarO que diz até faz sentido: então a emissão de licenças de construção, um negócio parasitário das câmaras municipais, mais os IMIs, mais as taxas disto e daquilo...poderão vir a produzir, a longo prazo, receitas chorudas para o município.
Sem embargo, a curto prazo o que fica é a sensação amarga de uma surpresa desagradável...exactamente a que foi profetizada por S. Exa.
Caro António Cristóvão,
Se me permite, direi que nem bonzinho nem mauzinho...tão simplesmente um observador da realidade...
Caro Tavares Moreira, o que é que responderia a isto:
ResponderEliminarPaulo Morais, professor universitário - Correio da Manhã – 19/6/2012
[...] "Estas situações de favorecimento ao sector financeiro só são possíveis porque os banqueiros dominam a vida política em Portugal. É da banca privada que saem muitos dos destacados políticos, ministros e deputados. E é também nos bancos que se asilam muitos ex-políticos." [...].
[...] "Com estas artimanhas, os banqueiros dominam a vida política, garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters."
Por acaso, aquilo que mais se tem visto na Europa é uma neutralização da regulação. O Sr. Paulo Morais é, sem dúvida, uma pessoa atenta ao fenómeno e não um repetidor de frases feitas à procura de protagonismo.
ResponderEliminarCaro Pires da Cruz,
ResponderEliminarO Dr. Paulo Morais, pessoa respeitável, acumula outra importante característica: é candidato á Presidência da República, portanto irá a votos em Janeiro.
Nessa altura se verá qual a sua capacidade para convencer os portugueses das suas teses.
Quanto á questão da regulação, parece-me óbvio que os ponteiros do relógio do Dr. Paulo Morais terão parado já há algum tempo.
Se estivéssemos focados na realidade 2005-2011, o Dr. Paulo Morais teria carradas de razão...mas já passaram mais de 4 anos e o Mundo não parou. E mudou, muito.
Respeitável será de certeza, caro Tavares Moreira, embora me esteja a escapar porque é o facto de ele ser candidato lhe proporciona uma desculpa para chamar gangster a quem quer. Ser candidato a PR não é exactamente estar a morrer afogado, situação em que poderia compreender algum desespero. E se é candidato para repetir aquilo que a doutora Mariza Matias diz, deixe-me que lhe diga que ele vai partir em óbvia desvantagem em muitos aspectos.
ResponderEliminarCaro Pires da Cruz,
ResponderEliminarQuanto à sua conclusão final, plenamente de acordo. Mas parece-me que a desvantagem do Dr. Paulo Morais não será apenas nesse plano (óbvia), mas também noutros, nomeadamente no método de levantar suspeições a eito e a esmo, acabando por tornar impossível perceber quem é realmente suspeito ou apenas vítima de fantasmas que ensombram o espírito deste candidato.
E isso, obviamente, acaba por vulgarizar e tornar maçador, capaz até de fazer adormecer os ouvintes, um discurso de tipo tremendista- quase um contra senso.
Assim, o (repito) respeitável P.M. não vai lá.
Penso que esta é apenas uma preparação do Governo da Frente de Esquerda. Lançam estes pressupostos para quando lá chegarem inventarem os problemas que alegarão para manter a austeridade.
ResponderEliminarTodos se lembram do défice de 6,83 de Constâncio que permitiu criar a Sócrates um ponto de partida para a sua primeira legislatura.
Constâncio fez esse cálculo sem contar com 9 meses de gestão orçamental que, feita com rigor, limitaria o valor (simplesmente) inscrito na despesa.
Ora Sócrates ganhou esse referencial alto e gastou nesse ano tudo o que pode até esse limite (valor que ficou "colado" a quem lá esteve dois meses nesse ano (e em gestão).
Desta vez será o mesmo. Vão preparar "casos" e "surpresas" que esbaterão as impossibilidades que vão prometendo...
Caro Gonçalo,
ResponderEliminarEvoca alguns episódios muito curiosos que ficaram a marcar a gloriosa marcha para o abismo do período 2005-2011 e que começou, auspiciosamente, com esse confortável exemplo de ficção em sede de contabilidade orçamental.
Veremos como será desta vez essa marcha (necessariamente mais curta)e, especialmente, quem serão os seus brilhantes protagonistas.
O espectáculo promete, desta vez, ser do tipo Hitchcook.