Em democracia, todos os partidos têm direitos iguais. E, já agora, os mesmos deveres.
Acontece que, em democracia, há eleições, e as eleições limitam um desses direitos, o de governar, que é atribuído a quem ganha as eleições. Sòzinho ou em coligação.
Em democracia, quem perde eleições, perde um direito, o direito de governar, e ganha um dever, o dever de fiscalizar os actos do governo.
Em democracia, não são toleráveis jogos de poder por debaixo da vontade dos eleitores, que levam a quem perde travestir-se de vencedor. Uma forma miserável de ludibriar o povo soberano.
Claro que numa república das bananas tudo isso é natural. O voto dos cidadãos vale zero.
Dentro de dias, acontecerá isso em Portugal.
Quer dizer, então, que o PS voltará ao poder em Portugal? Talvez seja o caso de reabilitar José Sócrates, o amigo de Lula da Silva, Dono do Brasil!!! Estamos bien!!!!
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarNa constituição, eu fui pesquisar, não existe a palavra ganhar ou qualquer sinónimo, uma única vez.
Pela nossa constituição, governa quem não tem uma maioria contra no parlamento.
É a regra básica da "NOSSA" democracia.
Podia ser outra? Podia.
Mas não era a mesma coisa...
Caro Pinho Cordão,
ResponderEliminarConcordando a 100% com este seu post, recordava-lhe o que se passou entre o Primeiro Ministro anterior e o Sr. Presidente da República quanto ao estabelecimento de acordos internacionais de natureza constitucional à revelia do eleitor.
Isto vai acontecer em Portugal, não porque somos agora uma república das bananas, mas porque ainda não o deixamos de ser.
Cavaco deve exigir a participação dos três partidos de esquerda no Governo alternativo. Só assim deixaria de haver partidos de segunda...
ResponderEliminarSó assim viabilizaria um governo com real maioria e responsabilidade.
O resto virá com "essa" governação.
Mas, claro, vamos voltar a perder 4 anos para voltar ao ponto atual. Um ano de desbunda de esquerda e 3 de austeridade para recuperar...
Caro Paulo Helmich:
ResponderEliminarPelo que se vai ouvindo da porta-voz da coligação das esquerdas, Catarina Martins, o acordo está feito. E é suposto que os porta-vozes reflictam a posição do dono...
Caro SC:
Creio que já é tempo de nos deixarmos de jogos ou de interpretações ou de argumentação florentina. Navegar nessa onda só aprofunda a decadência. A regra básica subjacente às eleições, e bem positiva, é que quem as ganha tem o direito e assume o dever de governar. O resto é espúrio e só desgraça a democracia.
Caro João Pires da Cruz:
Independentemente de ser bastante discordante do conteúdo sugerido no seu primeiro parágrafo, concordo que muita da classe política portuguesa se sente bem numa república das bananas, eivada que está de profundos sentimentos de oportunismo e vigarice. Para esses tudo vale. Até inverter resultados eleitorais. Como agora se tenta, por cá.
Caro Gonçalo:
ResponderEliminarAí, sou mais optimista. O antagonismo entre os 3 partidos é de tal monta que a aliança não dura muito. Nem a imensa sede de poder dos partidos que a compõem resiste às fracturas que inevitavelmente advirão.
E os triunviratos acabam sempre no assassinato.
Podemos não gostar da troyca canhota. Mas que pode governar pode. Mas para isso há que chumbar antes o governo do vencedor no parlamento...
ResponderEliminar"numa república das bananas tudo isso é natural. O voto dos cidadãos vale zero".
ResponderEliminar"Entre os 28 Estados membros da União Europeia há pelo menos quatro países em que o vencedor das eleições não foi quem a seguir formou governo: Luxemburgo, Dinamarca, Bélgica e Letónia".
Que eu saiba, caro Pinho Cardão não se cultivam bananas nem no Luxemburgo, nem na Dinamarca, nem na Bélgica nem mesmo na Letónia.
Caro Pinho,
ResponderEliminarpermita-me discordar apenas de uma parte da sua posição.
Concordo plenamente quando afirma que : "A regra básica subjacente às eleições, e bem positiva, é que quem as ganha tem o direito e assume o dever de governar."
Mas mim não é concebivel afirmar que "O resto é espúrio (...)".
Para mim "O resto é " o parlamento a funcionar...e se porventura, o programa do Governo, for rejeitado no Parlamento...isso não é "espurio" isso é a Democracia, a nossa, a funcionar plenamente!
Mais saliento que o Parlamento é a representação mais directa dos votos das pessoas...e as decisões ai tomadas.
Ora, se o Parlamento rejeitar o Governo formado pelo partido mais votado...isso não é "espurio"...antes pelo contrário é uma das varias possibilidades que a nossa Democracia establece e legitima.
;)
(quando á validade do que dai advem, isso já será outro assunto, e passivel de maior ou menor afinidade pessoal e tambem de debate! Mas o funcionamento do Parlamento e da nossa Democracia não pode ser apelidado de "espurio" só porque vai contra as nossas convicções pessoais quando ao desempenho futuro de qualquer decisão maioritária da Assembleia).
Caro Sr. Pinho Cardão, quanto à questão da "República das Bananas", devo alertá-lo que esse título já tem dono: é do Brasil, zil, zil... e ninguém tasca, visto que há mais de uma década, com os bolivarianos/socialistas do PT no poder, o conquistamos e nos esforçamos arduamente em mantê-lo!!!
ResponderEliminarMeu caríssimo Pedro:
ResponderEliminarInfelizmente na nossa democracia os deputados dos partidos das esquerdas não foram ouvidos em nada. No caso, as decisões são dos directórios partidários e os deputados obedecem, não têm voz activa. Aliás, prescindem desse direito ao assinar um documento em que se comprometem a votar de acordo com as instruções recebidas. Portanto, em concreto, não se verificam os pressupostos que aventou.
Caro Carlos Sério:
Mais ou menos liberais, mais ou menos conservadores, mais ou menos socialistas ou socialdemocratas, não há incompatibilidade essencial entre os programas, há sim políticas diferenciadas no grau, no estilo, na dinâmica, nas características do líder.
Por cá, eu li o que dizem os programas do PS, do PC e do Bloco. Não há compatibilidade nenhuma entre o primeiro e os outros.
E, se for feita, é uma fraude aos eleitores. Porque alguém desdiz por completo daquilo a que se obrigou. Não há qualquer princípio de ética nisso, nem mesmo republicana. O meu amigo sabe isso.
Está equivocado meu caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarO que está a acontecer em Portugal como no resto da Europa é uma nova dinâmica social e politica. As suas observações seriam correctas se não existisse uma mudança estrutural no capitalismo actual. Até “agora” prevaleceu o chamado capitalismo produtivo, que desde a última guerra estabeleceu um “pacto social” entre o capital e o trabalho. Estávamos na altura em que se entendia a escola pública e a saúde pública como condição indispensável ao seu próprio desenvolvimento (assim nasceram os chamados estados sociais) e uma política de salários que acompanhava os ganhos de produtividade e também como políticas de base uma regulação laboral e uma regulação financeira.
As sociais-democracias e as democracias cristãs nasceram assim e defendiam tais ideais, os ideais de uma, digamos “direita clássica”.
Com o domínio do capitalismo financeiro, com a desregulação financeira (as trocas financeiras mundiais por dia são sessenta vezes superiores em valor às trocas mundiais de produtos) nasceu uma nova filosofia e ideologia social – o chamado neoliberalismo. Aqui os interesses do capital financeiro são totalmente diferentes do capital produtivo que nos regia até aqui. Acabou o “pacto social” entre o capital e o trabalho e assim pretende-se aniquilar tudo o que é público, retirar o estado de tudo o que é público. Na escola, na saúde, na protecção social e ao mesmo tempo tornar as relações laborais totalmente desreguladas e ao serviço do mercado. Aliás tudo fica ao serviço do mercado. Retorna-se ao século XIX, ao salve-se quem puder, à selvajaria de um capitalismo sem “consciência social”. Regride-se a uma “economia que mata”, em que se ampliam as desigualdades sociais, como diz o Papa Francisco.
Muitos partidos socialistas e democratas cristãos adoptaram como suas, estas políticas neoliberais. Que geram desigualdades sociais, desemprego e menos crescimento económico. Só que as tensões sociais que tais políticas agudizadas pela crise financeira de 2008 geram, obrigam os partidos da área social-democrata a rever o seu alinhamento. Creio que é o que estamos a assistir por essa Europa. Creio que é também o que se passa neste momento com o PS.
António Costa pretende cortar com as políticas neoliberais da coligação PÁF e voltar aos seus verdadeiros ideais social-democratas. Com a ajuda dos outros partidos da esquerda que como ele, se manifestam contra as políticas neoliberais de uma direita que se tornou radical. Pretende-se, como por ele foi afirmado inúmeras vezes em campanha eleitoral, criar uma alternativa à austeridade que é a face mais visível das políticas neoliberais. Romper com o ciclo da “MAIS AUSTERIDADE PARA SAIR DA AUSTERIDADE”.