Virar de Página estende-se, suavemente, aos juros da dívida pública...
- Lentamente, suavemente,
as taxas de juro da dívida pública voltam a subir, como ontem ficou
demonstrado na primeira colocação (sindicada) de dívida em 2016, com o lançamento
de um novo “benchmark” para os 10 anos (vencimento a 21.07.2016, cupão
2,875%), no montante de € 4 mil milhões, em que a taxa média ponderada da
colocação ("re-offer yield") foi de 2,973%.
- Trata-se, para este prazo,
da taxa mais elevada em emissões de dívida desde Novembro de 2014, altura
em que a instabilidade política na Grécia agitava os mercados, atingindo,
em especial, as dívidas dos países considerados mais vulneráveis.
- Também no mercado
secundário as taxas (yields) têm vindo a registar uma tendência de subida
ao longo das últimas semanas, situando-se agora em torno de 2,7%, já muito
longe do mínimo de 1,5% atingido em Abril de 2015…
- Curiosamente, na
colocação de dívida ontem efectuada, foi muito comentado o facto de se ter
registado uma procura de € 12 mil milhões, limitando-se a colocação a € 4
mil milhões…
- …sendo fácil perceber,
todavia, que, caso a colocação tivesse sido de montante superior, a taxa
média teria superado os 3%, o que não deixaria de constituir um sinal de
preocupação…mas quem sabe se não teria sido uma boa oportunidade pois pode vir a suceder que na próxima colocação a taxa seja ainda mais elevada…
- Tudo isto se passa
apesar da enorme pressão para a baixa das taxas das dívidas públicas do
Euro, que as sucessivas intervenções do BCE têm vindo a exercer e que vão
continuar a exercer.
- Em conclusão, temos
aqui mais um exemplo de aplicação do
inspirado plano “Virar de Página”: só esperamos que, neste particular, o
“Virar de Página” não vá muito longe, sob pena de acabarmos por ficar sem
Página...
E é assim, lenta e suavemente, que os eleitores portugueses, em poucos anos, terão de chamar os conservadores de volta ao governo, para desconstruir o arcabouço da legislação populista que a esquerda está a implantar, e que, obviamente, dará com os burros n'água!!!
ResponderEliminarCaro Paolo Hemmerich,
ResponderEliminarIndependentemente de quem vier a seguir, não lhes gabo a sorte...o Virar de Página promete deixar o País num estado de balbúrdia dificilmente sanável...corremos o risco de não ficar pedra sobre pedra, quem sabe se não chegaremos à triste situação de Abril de 2011...
Oxalá eu não tenha razão.
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarse a isto juntarmos o protelar do pagamento da dívida, o cenário começa a ser preocupante. Brincamos, brincamos, tal como eu, mas na verdade isto é muito sério.
Caro Alberto Sampaio,
ResponderEliminarCaro Alberto Sampaio,
Caso se tratasse de um simples protelamento do programa de antecipação de reembolsos ao FMI - que é o que está em causa - não vira daí grande mal.
O problema é o encarecimento da dívida, a prazo, uma vez que o programa de reembolsos antecipado visava substituir dívida de taxa mais elevada - a dívida ao FMI - por dívida colocada no mercado, a taxas mais baixas (no actual contexto).
Mas devo admitir que, por este andar, mais cedo ou mais tarde o recurso ao mercado acabe por ficar, novamente, mais oneroso do que a dívida ao FMI...enfim, uma lástima.
Caro Tavares Moreira,
ResponderEliminarCompreendo e já deve conhecer, mas na dúvida: http://corta-fitas.blogs.sapo.pt/como-o-igcp-desvendou-a-factura-6269954
Obrigado pela sugestão, caro Alberto Sampaio.
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