Pensei que a temeridade das primeiras medidas do governo, impulsionadas pelo entusiasmo de uma chegada inopinada ao poder e acompanhada das proclamações habituais na esquerda que vive delas, cedo daria lugar ao realismo, obrigando o PM a golpes de rins sucessivos à direita e à esquerda para conseguir aguentar o governo na fina corda bamba em que se colocou.
Parece que me enganei, e a insustentável leveza das medidas nalguns setores continua e agudiza-se.
Parece brincadeira. Mas no Governo, como se sabe, não se brinca.
Quanto à responsabilidade do Estado pela reversão dos efeitos do concurso, dir-se-á que não é preciso senão uma pequena dose de bom senso para perceber que os contribuintes, uma vez mais, vão ser chamados a pagar esta fatura, mais as outras que já se percebeu que se seguirão, a somar às que a gestão ruinosa do setor público dos transportes vem apresentando ano após ano.
Mas mais impressionante do que mais este esforço pedido às pessoas sem qualquer contrapartida - bem ao invés! - é a afirmação de que as empresas despachadas por este Governo são bem vindas "a Portugal". Trata-se de manifestação do mais apurado cinismo, ou, então, de um profundo desconhecimento sobre o modo como funcionam as empresas, em especial em negócios onde a confiança é fator primordial. Seja como for, uma coisa é certa: desiludam-se aqueles que pensavam que a geringonça andaria pouco mas daria para governá-la e ainda por cima pouco consumiria aos cem...
AS “BRINCADEIRAS” DA OUTRA GERINGONÇA
ResponderEliminarNão se mudou nada. Nem a estrutura nem o número de trabalhadores nem as instalações. Não mudou nada a não ser o nome. Passou de Instituto para Autoridade
E, com tal decisão da anterior geringonça Coelho/Portas os gestores, os mesmos gestores passaram de um dia para o outro a receber um aumento de 150% no vencimento.
A isto chama-se Corrupção Institucional.
Bom, o Carlos Sério, perdido no seu labirinto, perdeu de vez a faculdade de argumentar seriamente.
ResponderEliminarCaro Ferreira de Almeida:
Por mero acaso, ouvi essas afirmações. Não fiquei estupefacto, nem impressionado. Face às circunstâncias, ficaria, sim, admirado, e bem admirado, se este governo começasse a ser governo e não um mero grupo de demagogos à solta, meros contentinhos do poder.
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarOra, ora.
Escreve o JFMA: “cedo daria lugar ao realismo, obrigando o PM a golpes de rins sucessivos à direita e à esquerda”, eu gostaria que o JFMA não se ficasse por uma mera insinuação e objectivasse e concretizasse os casos ou situações sobre as quais diz “haver golpes de rins”.
ResponderEliminarPorque, na verdade, o último golpe de rins, deveras caricato diga-se, que tomei conhecimento foi o do companheiro Passos Coelho quando anunciou a sua viragem à social-democracia.
Quanto às privatizações, já todos sabemos como pensa a direita. Acreditam piamente no bem supremo das privatizações, dão como exemplo a Portugal Telecom, a Cimpor, a ANA, os Correios, etc enquanto a esquerda não acredita em tais benefícios.
O ódio ao público, à natureza social das coisas, está tão exacerbado e entranhado nos novos apóstolos do neoliberalismo que torna as discussões pouco racionais e difíceis. Pode ser que com o tempo as coisas acalmem.
Camarada Carlos Sério, que atração nutre o meu amigo pelos bugalhos!
ResponderEliminarTrata-se de um governo incompetente, tal como é o actual pm. Querem sair do buraco em que nos meteram ao estilo da Grécia, afundando-nos mais.
ResponderEliminarCaro JMFA,
ResponderEliminarCompanheiro não camarada.
Talvez seja oportuno recordar as palavras de Sá Carneiro para evitar dissabores desagradáveis.
A evolução da socialdemocracia a partir dos fins dos anos 50 foi nitidamente esta: a conciliação dos valores liberais fundamentais com um regime económico que rejeita o capitalismo liberal. Para que as liberdades sejam desenvolvidas e se dê satisfação à justiça social a social-democracia rejeitou, e bem, o capitalismo liberal e enveredou por outras formas económicas em que é mais importante uma política de preços de rendimentos, de salários, de justa distribuição de rendimentos, de participação dos trabalhadores nas empresas e nas próprias decisões conjunturais do que propriamente da propriedade dos meios de produção.
Numa social-democracia, o que é característico é o apoio dos trabalhadores industrializados: e esse apoio é tanto mais significativo quanto mais o país estiver industrializado. As sociais-democracias do norte da europa, por exemplo, nasceram com o apoio dos operários da indústria, mas também de agricultores, de pescadores e de pequenos comerciantes, tal como no nosso país a nossa base social de apoio é tipicamente social-democrata. O nosso programa é um programa social democrático avançado, em relação, por exemplo, ao programa do s.p.d. alemão - e, portanto, isto afasta qualquer deturpação que se queira fazer no sentido de nos apresentar como partido liberal ou democrata-cristão, o que são puras especulações tendenciosas que não têm qualquer base.
É que a social-democracia, que defendemos, tem tradições antigas em Portugal. Desde Oliveira Martins a António Sérgio. É a via das reformas pacíficas, eficazes, a caminho duma sociedade livre igualitária e justa. Social-democracia que assegura sempre o respeito pleno das liberdades.
Francisco Sá Carneiro
Caro Companheiro Carlos Sério, muito obrigado por me apresentar o pensamento de Sá Carneiro.
ResponderEliminarComo não consegui obter resultados com a minha referência anterior aos bugalhos, rendo-me à lógica dos seus comentários. E cá vai, então, o meu ao seu:
Segundo a imprensa "O Sporting confirmou, na passada terça-feira, a transferência de Carrillo para o Benfica, num contrato válido por cinco temporadas. De acordo com o jornal A Bola, o peruano foi aliciado pelos milhões do Benfica, uma vez que irá auferir dois milhões de euros líquidos por época (quatro milhões brutos.De acordo com o jornal A Bola desta quarta-feira, André Carrillo irá receber ainda um prémio de assinatura de 2,5 milhões de euros. A publicação refere ainda que FC Porto, Sevilha, Valência e Atlético Madrid estavam igualmente na corrida por Carrillo".
Sem dúvida, a "galhardia" do comentário-sofisma do Caro Dr. José Mário, acaba de fazer soprar uma lufada de ar (não o chamaria de limpo, mas...)diferente do que vem sendo habitual, neste blog.
ResponderEliminarContudo e concordando com o semi-desenquadramento face ao tema, do comentário posto pelo caro (companheiro/camarada, whatever)Carlos Sério, o mesmo não perde a oportunidade em troca da "bugalhada".
Citando um "velhote" da aldeia, para que nos possamos entender, "há que falar claro e mijar direito". Pelo menos, não confundir os alhos e os bugalhos embora, porém, alguns sejam bastante semelhantes...
Acerca dos 150%
ResponderEliminar"Mas a principal ferramenta para desviar atenções hoje foi uma noticia que o PS colocou hoje num jornal sobre um aumento que governo anterior teria feito a gestores da ANAC nos últimos dias do mandato. Mas falham redondamente neste spin de passa culpas, pois a notícia não conta a história toda e ainda esconde aspectos que a tornariam irrelevante. Seja porque estes não são gestores públicos e quem decide o vencimento destes reguladores não é o governo, mas sim uma comissão independente de vencimentos, mas também porque esses valores estão ao abrigo da Lei Quadro dos Reguladores. Além disso, estes não são valores pagos pelo Orçamento de Estado, mas sim pelas entidades que são reguladas. Entendidos? Se o jornal tivesse tentado informar-se do que estava em causa em vez de escrever tudo aquilo que lhe "sopram" era diferente não é?
"
claro que o jornal tinha de ser um dos subordinados ao poder. (neste caso o jn)
*31daarmada
Ó Senhor Doutor JFMA, não acha que para palhaçadas já chegam as que vamos assistindo nas televisões?
ResponderEliminarAcho, caro Carlos Sério. Finalmente começa a entender.
ResponderEliminarNa verdade eu confesso, tenho alguma dificuldade em entender piruetas e palhaçadas.
ResponderEliminarO que acho ainda mais curioso é a atracção da esquerda pelo "esquema". Eu não percebi exactamente em que fase da nossa história recente passou a ser socialmente valorizado o recurso ao "esquema", mas tudo parece ter uma justificação aceitável com base num "esquema". Formamos governo porque arranjámos um "esquema" em que temos que ser governo, ferramos o calote nas obrigações do Novo Banco porque são regidas pela lei portuguesa e podemos montar um "esquema", ainda não arranjámos um bom "esquema" para justificar o Banif, mas lá chegaremos, anunciamos hoje que a comissão aprovou o orçamento para o mandarmos para o parlamento, é o "esquema" para ultrapassar as dúvidas e tentar que a comissão não tenha saída.... Na minha visão, isto é um problema de carácter. Mas, aparentemente, boa parte do eleitorado até valoriza bastante este recurso ao "esquema" para sacar vantagens que não teríamos em condições normais de mérito ou mesmo sorte. Talvez seja um erro meu, achar que os outros estavam enganados quando nos vêem como um povo de vigaristas....
ResponderEliminarBem visto, meu caro João Cruz. Creio que estamos em vias de constitucionalizar o "esquema" que começa a ser base não só de comportamentos políticos mas também de condutas sociais relevantes.
ResponderEliminarCaro João Pires da Cruz,
ResponderEliminar"anunciamos hoje que a comissão aprovou o orçamento para o mandarmos para o parlamento"
Afinal parece que CE, contrariamente ao que afirmou o pm, ainda não tinha aprovado o orçamento.
Caro Sampaio,
ResponderEliminarum sujeito que conheci em tempos chamado Tim Smit (Sir Tim Smit, que o homem é KBE) montou um projecto chamado Eden na Cornualha. Relata o próprio que o financiamento foi recusado pelas autoridades britânicas e foi-lhe comunicado via telefónica antes do anúncio oficial da recusa, que sairia daí a alguns dias. O homem, em desespero de causa, convocou a imprensa e os colaboradores para uma conferência, em que anunciou o enorme sucesso do projecto e a vitória obtida no concurso de financiamento. A imprensa deu tal relevo ao "sucesso" do projecto que as entidades oficiais viraram a decisão inicial e deram-lhe o financiamento.
Este esquema do Sr. Costa já eu conheço desde essa altura. Infelizmente para ele, os orgãos colegiais europeus estão-se nas tintas para as pressões da imprensa portuguesa. Da alemã, talvez não, agora da portuguesa??
Caro Pires da Cruz; hà meia-dúzia de dias, o aeroporto de faro foi encerrado e os voos suspensos, devido a ameaça de bomba.
ResponderEliminarAfinal, fora um comunicado falso. Contudo, o chouriço que fez o telefonema estrilhou-se e deitaram-lhe a luva.
Da estória que aquirelata, só se sabe de fonte segura que o Sir, convocou a imprensa para comunicar a "aprovação" do financiamento... o prelúdio é que só ele conhece. Será que o homem sonhou ou bebeu mais uns copos ao jantar e teve uma epifania ao serão?
O homem foi feito KBE, o projecto calcula-se ter gerado mais de 1b£ para a economia da Cornualha. Por isso é que o camelo pode hoje cantar de galo. Mas isso não vai acontecer com o presidente da junta governativa
ResponderEliminarCaro João Pires da Cruz,
ResponderEliminaro pm nunca desilude. Já o conheço. O homem é incompetente em quase tudo excepto na arte da conspiração, onde, reconheça-se, é mestre. Usa muitas cortinas e espelhos.