quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Moody's aplaude a aprovação do OE/2016: "the mind boggles" !


  1. Segundo notícia hoje divulgada, a agência de notação financeira Moody’s  exprimiu,  abertamente, a sua satisfação pela aprovação do OE/2016, designadamente pela capacidade demonstrada pelo Governo e partidos seus aliados para recuarem em relação à versão original (o famoso PPO) aceitando as objecções levantadas pela Comissão Europeia.
  2. Com efeito, citando o comunicado da agência, “ a aprovação (da proposta de OE) pelos 3 partidos de esquerda demonstrou a capacidade e vontade do Governo de inverter o rumo e definir um caminho orçamental mais realista do que o que foi apresentado no primeiro  esboço, no início de Fevereiro”.
  3. Acrescentando esse mesmo comunicado que a dita aprovação “também deixa de lado o risco de eleições antecipadas, que seriam desencadeadas caso houvesse um voto negativo dos partidos de esquerda”.
  4. Cumpre celebrar: finalmente, segundo este eloquente e insuspeito testemunho da Moody’s, temos a esquerda portuguesa, mesmo a mais radical, convertida às virtudes da disciplina financeira!
  5. Depois de tanta acrimónia em relação aos neoliberais, aos mercados e especuladores de casino, às agências de rating - que, cumpre recordar, chegaram a ser alvo de denúncia/queixa na PGR, por malfeitorias cometidas contra a República Portuguesa, no tempo dos juros altíssimos - eis que parece chegado um tempo de paz! 
  6. Mas que beleza! A disciplina financeira deixar de ser apanágio e privilégio dos abomináveis seguidores dos princípios neo-liberais, e ser abraçada, de forma muito convicta – ao ponto de impor custos indisfarçáveis á generalidade dos cidadãos (com a óbvia excepção dos que têm vínculo à função pública) - pelos partidos de esquerda!
  7. Será motivo para dizer, como os ingleses, “the mind boggles”!

5 comentários:

  1. Com tanta ansiedade e nervosismo, com tanta patetice, com o seu comportamento “conspirativo”, a que vimos assistindo, a Direita neoliberal até baralha os “mercados” e as agências de rating.
    Não é a esquerda que se converteu à austeridade é a agência de rating que se desligou dos PuFs e dos PàFs.

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  2. O que pensará o grande Arthur Baptista da Silva deste tema? Deve estar mergulhado numa revolta profunda sentindo-se traído por estes anti-austeristas agora convertidos às doutrinas da dura ortodoxia financeira!
    Ah, grande Arthur, que lamentável olvido a que fosteis votado! E agora traído desta forma ignóbil! Que infâmia!

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  3. É a tragédia!!! Depois dos tempos em que todos os políticos deviam ser como Artur Batista da Silva, chegamos aos tempos em que nenhum é como ele. A redação do Expresso deve estar pintada de negro a esta hora. O Prof José Reis e os demais membros do CES devem andar em pranto depois da rendição do país às cosmovisões eurocêntricas reféns da ditadura espistemologica da ciência ao serviço do capitalismo, colonialismo e patriarcado! Tanto esforço foi colocado na queixa contra as agência de rating ao serviço dos especuladores da economia de casino e hoje temos um país rendido aos economistas ortodoxos "mainstream".

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  4. Caro Pires da Cruz,

    Eu nem quero imaginar o choro e o ranger de dentes que atingem por esta hora as entidades que mencionou!
    Tantos sacrifícios, tanto peito dado às balas, tudo em nome da justa e patriótica luta contra a austeridade promovida nos últimos anos pelos lacaios do neo-liberalismo, contra as agressões dos especuladores ocultos nas veredas dos mercados, das agências de rating que nos quiseram asfixiar...e agora esta desgraça de PC's e Blocos acabarem suportando a continuação de tais políticas!
    Artur Baptista da Silva, caso já se encontre recuperado deste rudíssimo golpe, merece, inquestionavelmente, ser galardoado com a grã-cruz da ordem do Infante, classe Crescimentismo (se ainda não existe, que seja criada pelo Conselho das Ordens Honoríficas).
    Espero que o novo PR não demore a fazer tal justiça!

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  5. Colaboro na ideia do “abaixo-assinado de desagravo a Arthur Baptista da Silva” injustamente condenado pelo que me foi dado saber:
    O Tribunal de Pequena Instância de Lisboa confirmou a condenação imposta pelo Banco de Portugal ao suposto ex-presidente do Central Banco de Investimento e suposto antigo governador do Banco de Portugal, Arthur Baptista da Silva, que fica inibido durante sete anos de exercer funções de gestão no sector financeiro e terá de pagar uma coima única de 180 mil euros.

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