quarta-feira, 1 de junho de 2016

Meter a cabeça na areia, para não ouvir, nem ver

Depois dos continuados avisos do Conselho das Finanças Públicas, depois das repetidas chamadas de atenção da UTAO, Unidade Técnica de Apoio Orçamental, depois dos sucessivos alertas do Banco de Portugal, depois das contínuas prevenções da União Europeia e do Banco Central Europeu, é agora, e mais uma vez, a OCDE a dizer que as opções políticas e económicas do governo só podem trazer mais défice, mais dívida, menos investimento, menor crescimento e, assim, mais desemprego.
Perante a situação, o 1º Ministro não arrepia caminho.  O que não admira, pois há muito que enterrou a cabeça na areia. Não ouve, nem vê que marcha a destempo e com passo errado.
 

18 comentários:

  1. Para o PPD/PP e para o Pinho Cardão o rumo certo deveria ser a continuação das políticas de cortes cegos do anterior governo que conduziram os portugueses à pobreza e à desgraça.

    Mesmo quando até o FMI já critica a austeridade.

    “Os benefícios da agenda neoliberal foram muito exagerados pelos seus defensores. Duas das suas principais receitas – a liberalização dos movimentos de capitais e a consolidação orçamental – em vez de promoverem crescimento, aumentaram a probabilidade de crises financeiras, fizeram disparar a desigualdade e prejudicaram significativamente o nível e a duração do crescimento económico.

    Quem o diz são três altos quadros do Departamento de Investigação do Fundo Monetário Internacional (FMI) num artigo publicado na edição de junho da “Finance & Development” (volume 53, nº2), uma revista do FMI. Jonathan D. Ostry, diretor-adjunto daquele departamento do Fundo, Davide Furceri e Prakash Loungani intitularam sugestivamente o artigo divulgado na sexta-feira: “Neoliberalism: Oversold?” e basearam as suas conclusões num estudo empírico abrangendo 53 economias emergentes quanto ao aumento da probabilidade de crises financeiras e em 149 países quanto ao aumento da desigualdade (coeficiente de Gini). A expressão "agenda neoliberal" é usada pelos três autores”.

    ResponderEliminar
  2. MENTIRA:

    CARLOS SÉRIO

    o que levou à miséria foi o socialismo SOCRÁTICO.

    ResponderEliminar
  3. Caro Pinho Cardão,

    O primeiro ministro???? Ontem, por mero acaso, passeava com a minha filha pela feira do livro e eis que deparo com um programa ao vivo da TSF onde se debatia a situação do país (que, como as claras, só fica em castelo depois de muito debatida). E a sensação que tive foi "será que existe uma ditadura da plausibilidade média?".
    É óbvio, sob qualquer perspectiva, do ponto de vista aritmético, do ponto de vista matemático, do ponto de vista físico e, até, do ponto de vista económico, que as contas do estado português vão ser um nojo. Vão subir o desemprego, a emigração, o défice do estado e o défice comercial. E esta afirmação não se baseia em como as coisas estão a correr, mas nas medidas que foram tomadas.
    Mas o curioso é que o pessoal do debate da TSF referia "a importância do investimento público", as "grilhetas de Bruxelas"(como se o dinheiro não fosse nosso), a "confiança dos investidores", a "consolidação das contas",.... Este estado está defunto. Só sobreviverá por alargado favor dos nossos vizinhos. As coisas que se vão passando, passam-se APESAR da república portuguesa. Não tenho a menor dúvida que Portugal está hoje melhor sem estado que com estado. Mas as justificações são coisas redondas, altamente subjectivas, frases feitas e lugares comuns....
    Há metade do país que ainda nem percebeu que a outra metade de Portugal já largou o estado português. Já não vota, já se foi embora, já estuda para se ir embora, já não conta com as escolas públicas, não passa sem seguro de saúde, ... O primeiro ministro é apenas parte dessa metade que acha que este país ainda é o mesmo de 2007.

    ResponderEliminar
  4. Caro João Pires da Cruz:
    Pois a análise do meu amigo é precisa. No governo e na comunicação social recria-se uma situação inexistente, fictícia, virtual. O país não é nada do que o governo diz que é e a comunicação social replica a todo o tempo. De facto, para eles, não estamos em 2007, como o meu amigo diz, com uma dose exagerada de optimismo: regredimos é largas dezenas de anos, por muitos pensarem que são os amanhãs que cantam que resolvem os nossos assuntos.

    Caro Vasco Já Foste:
    Pois é, mas eles ignoram as causas e persistem no mesmo veneno.

    ResponderEliminar
  5. A AUSTERIDADE MATA

    Depois destes quatro últimos anos de governação PPD/PP podemos chegar desde já a uma conclusão – a austeridade imposta pela troika e acarinhada pela governação Coelho/Portas não funcionou.
    O PIB vem diminuindo desde 2011 e recuou para níveis de 2004. E se um dos problemas do país era o endividamento, bem aqui a receita da austeridade também não funcionou, pelo contrário, agravou a dívida pública em mais de 30 pp, passou de 93% para 130% em 2015.

    Bem, mas desta “experiência da austeridade” imposta ao país nestes últimos quatro anos, uma conclusão mais poderemos retirar – na mesma medida em que se retiraram rendimentos às famílias, à economia, assistiu-se a um recuo do crescimento económico, do PIB. Recorde-se que em 2012 foram retirados aos rendimentos das famílias cerca de 12.300 milhões de euros, agravando-se tais cortes de rendimentos nos anos seguintes, obtendo-se em média em cada um dos últimos quatro anos um corte de cerca de 18.000 milhões de euros nos rendimentos das famílias.
    Quer dizer, o dinheiro retirado às famílias nestes últimos anos provocou um recuo do crescimento económico, um recuo da riqueza produzida no país. É a prova de que o “ajustamento”, o empobrecimento ou o raio que lhe queiram chamar provocou um brutal recuo económico e um brutal aumento da dívida pública. Precisamente o contrário do que afirma a propaganda da direita neoliberal reaccionária que constantemente, e agora ainda, nos quer convencer das “virtudes da austeridade”.

    Se, como dizem os partidos da direita radical PPD/PP e os seus apoiantes, o PS de Sócrates levou o país à bancarrota (e, nessa mesma lógica mistificadora, seguramente também terá levado à bancarrota a Irlanda, a Islândia, a Grécia, a Espanha, a Itália, etc) o certo é que a coligação de direita radical PPD/PP levou à bancarrota as famílias portuguesas.


    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Fazer uma fogueira no meio do mato em pleno pico do Verão e culpar a seca pelo incêndio é ser muita coisa menos Sério.
      Mas isso já tu sabes...

      Eliminar
  6. Se os organismos referidos possuem somente competência para aconselhar ou alertar, se as suas competências não abrangem a obrigatoriedade do cumprimento, então estamos obviamente perante um cenário de faz-de-conta. Ou seja, o governo discorda e governa de acordo com o seu programa, o BdP, discorda daquilo com que outros concordam, uns dizem, outros desdizem. O PR vai à Mer...Kle e vem de lá cheio de apertos-de-mão calorosos, o MF vai a Bruxelas e vem de lá com os ombros doridos de tantos abraços, os MF de uns países dizem sim, outros, dizem nim. Depois vem o palhaço que leva o ursinho no comboio ao circo e pronto, batem muitas palmas, tiram muitas fotos de família, mamam uns banquetes à pala do Zé (mas um Zé já diferente do que o Bordalo criou)riem-se todos uns para os outros, dão conferências de imprensa cheias de otimismo, os outros, cheias de pessimismo e o sacana do país lá vai continuando aos tombos enquanto esta cambada vai "dando conselhos" para justificar os principescos ordenadinhos. Sempre assim foi e provavelmente nunca poderá vir a ser de outra forma...

    ResponderEliminar
  7. Este Sr.Carlos Sério é um tratado. Diz ele: o dinheiro retirado às famílias nestes últimos anos provocou um recuo do crescimento económico.
    Claro que podia dizer: um recuo do crescimento económico provocou dinheiro retirado às famílias nestes últimos.

    ResponderEliminar
  8. Primeira Lei Fundamental da Estupidez Humana:
    Sempre e inevitavelmente todos subestimam o número de indivíduos estúpidos em circulação.

    ResponderEliminar
  9. Materialmente constitucional, essa lei. Digo eu...

    ResponderEliminar
  10. Segunda Lei Fundamental:
    A probabilidade de que certa pessoa seja estúpida é independente de qualquer outra característica dessa pessoa.

    ResponderEliminar
  11. Anónimo20:11

    Outra característica, incluindo, naturalmente, o apelido.

    ResponderEliminar
  12. «depois das repetidas chamadas de atenção da UTAO, Unidade Técnica de Apoio Orçamental, depois dos sucessivos alertas do Banco de Portugal, depois das contínuas prevenções da União Europeia e do Banco Central Europeu, é agora, e mais uma vez, a OCDE»

    Que instituições tão «credíveis»... Já se procurou tentar saber quem são os senhores que as controlam?

    ResponderEliminar
  13. Tenho estado ausente do blog, mas apercebo-me de que o Dr. Tavares Moreira não tem participado. Saiu do blog? Passa-se alguma coisa?

    Bom, quanto à matéria de fundo, infelizmente quem vai pagar de novo a conta são os cidadãos. Um novo resgate será inevitável e novas políticas de austeridade também. Dizem que os partidos da geringonça estão muito unidos, o que de um certo ponto de vista é bom. Repare-se que o PCP e o BE votaram contra o PEC IV, no Governo de Sócrates, o que conduziu ao seu fim. Desta vez, parece ser diferente. Permanecendo unidos, a economia e as contas públicas descambando e vindo a ser reais as sanções da UE, o PS poderá sofrer, nas próximas legislativas, uma hecatombe nunca antes vista em toda a sua história. Digo bem, o PS, não o PCP e o BE, porque esses são estruturalmente contra a UE e a permanência do país nela e na zona euro. Nada têm a perder. Situação diferente se pode passar com o PS, podendo haver necessidade da sua refundação.

    ResponderEliminar
  14. Nicolau Santos a dizer isto?! Que as campainhas estão todas a soar?!


    http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_keynesiano_gracas_a_deus/2016-06-03-As-campainhas-de-alarme-estao-todas-a-soar

    ResponderEliminar
  15. Aleluia! Uma voz crítica no PS (A coisa está a ficar feia):

    http://rr.sapo.pt/video/104035/o_maior_falhanco_de_um_governo_desde_o_25_de_abril_segundo_ex_deputado_revoltado_do_ps

    ResponderEliminar
  16. Caro Diogo,

    "Que instituições tão «credíveis»... Já se procurou tentar saber quem são os senhores que as controlam?"

    Uma coisa é certa, acosta e o seu mf não são credíveis. Quanto às instituições, pelo menos algumas até há pouco eram-no. Agora que criticam a esquerda parece que não são.

    ResponderEliminar
  17. Caro Pedro Almeida, o nosso Amigo Dr. Tavares Moreira, encontra-se bem, está de sabática e regressará ás lides bloguistas por volta do mês de Agosto... mais bronzeado, presumo.
    Cumprimentos.
    ;)

    ResponderEliminar