Da Suécia chegou há uns dias a notícia de que a sua ministra da educação - Aida Hadzialic - se demitiu por ter sido apanhada ao volante com um grau de alcoolemia de 0,2 g/l sangue. Vale a pena ler a “confissão” da ministra perante a infracção cometida:
She is quoted by Swedish tabloid, Aftonbladet, as saying: "After the concert, I chose to take the car home to Malmö, of course, in the belief that I was not affected. There and then I committed my life's biggest mistake."
The Social-Democrat minister added: "I choose to do this [quit] because I believe what I have done is that serious."
Sweden's Prime Minister Stefan Lofven said in a statement he agreed with Hadzialic's "assessment of the seriousness of the situation", but added it that she was a good person who had done a bad thing. Lofven said he was sorry to lose his colleague and praised her "excellent" work, while in office.
Sweden's Prime Minister Stefan Lofven said in a statement he agreed with Hadzialic's "assessment of the seriousness of the situation", but added it that she was a good person who had done a bad thing. Lofven said he was sorry to lose his colleague and praised her "excellent" work, while in office.
O comentador Gaudêncio Figueira fez uma referência a este caso no último texto que escrevi a propósito dos incêndios e da omissão de auxílio. Despertou-me interesse.
Por cá, a notícia passou, com efeito, despercebida, sem desenvolvimento, como aliás já tem acontecido em outras situações semelhantes. O tema não nos interessa, pouco ou nada nos diz. Não nos identificamos com os valores éticos que regem a conduta de sociedades como a sueca.
Mas gostamos muito de nos comparar e ter por referência os países nórdicos quando falamos de desenvolvimento económico. Esquecemos que o desenvolvimento económico deve muito à educação e à formação. Naquelas sociedades, bem mais evoluídas na prática e respeito pela cidadania, os cidadãos assumem os actos que praticam, não se escondem atrás de desculpas esfarrapadas. Quando têm responsabilidades políticas o poder não pode ser, nem é, justificação para comportamentos que a sociedade não aceita. O sentido da responsabilidade e da vergonha não é coisa vaga sem consequências.
Os comportamentos individuais e os comportamentos das instituições são o espelho de um colectivo. Não há códigos de ética nem legislação que resistam a uma cultura de facilitismo.
Mas a "cultura" por cá, é efectivamente de facilitismo, precisamente porque as instituições não fazem uso de códigos de ética, não os honram, embora os enalteçam e exijam que outros os respeitem.
ResponderEliminarMas a quase nula "cultura" cívica, é a maior responsável pela fuga ou ao não cumprimento das responsabilidades que os cargos acarretam, levando á dissimulação e desvalorização dos actos quando eles exigem uma retratação ou uma explicação transparente dos motivos que lhes deram origem.
Muito bem Margarida, é isso mesmo, gostamos muito de "copiar" ou de nos compararmos mas só tomamos as coisas pela rama e depois não percebemos como é que os resultados são diferentes. Quanto aos comportamentos e códigos de ética todos os entendemos, só que às vezes convém fazer vista grossa, a ver se passa.
ResponderEliminarCara Margarida:
ResponderEliminarPor cá, a ética codifica-se. Até estar codificada, tudo é ético. Assim é que é bonito...
Caro Bartolomeu
ResponderEliminarAo lê-lo lembrei-me do ditado: faz o que te digo, não faças o que eu faço.
Suzana
Pois é, gostamos de nos comparar com os outros quando nos dá jeito.
Caro Pinho Cardão
Não há milagres!