Não li a entrevista de Catarina Martins de que tanto se fala, dada ao Público recentemente. Para o meu cada vez mais reduzido nível de tolerância basta ouvir o absurdo sempre que ligo o rádio ou a TV (arredado que estou, por opção, do que se escreve fora das redes sociais).
Tenho, porém, de reconhecer que Catarina é um verdadeiro fenómeno da política portuguesa que pontifica somente à custa dos sound bites oportunos, daqueles que arrastam uma legião de iletrados basbaques de microfone ou bloco de notas em punho.
O caso de Catarina Martins é, porventura, o mais sério da política nacional nos últimos tempos. Construiu a sua imagem, e continua a consolida-la, à custa do discurso mais rematadamente demagógico, de afirmações risíveis ditas em tom grave e sério. Cavalga sempre a onda do politicamente conveniente, do socialmente simpático, por mais indemonstráveis, irrealistas e até absurdas que sejam as suas declarações, arrancando elogios de gente improvável, como aconteceu a propósito da posição que o BE assumiu em relação ao recente congresso do MPLA. Ninguém, nesse caso, lhe lembrou que pior do que a falta de democracia em Angola é a loucura do regime venezuelano que condena o povo à fome e à miséria e que não se vê condenado por Catarina...
Catarina não é, porém, um fenómeno de popularidade pelo que diz, facilmente rebatível por qualquer neófito da política. É pelo aplauso que merece, em Portugal, o mais absoluto nihilismo, a ignorância mais atrevida. E ou muito me engano (como, para bem dos meus filhos, gostaria de estar enganado!), ou continuará a ser assim com a líder do BE, em crescendo na popularidade, peça fundamental de uma geringonça por ironia assim batizada por um fenómeno do género.
Gente parva todas as sociedades têm tal como todos as aldeias têm o idiota da terra. Agora, gente parva conseguir o sucesso que esta rapariguita tem conseguido na sociedade Portuguesa é que já é menos comum. E isto, meu caro Ferreira de Almeida, diz muito mais sobre a sociedade Portuguesa do que sobre ela.
ResponderEliminarGente parva, rapariguinha!!!!!
ResponderEliminarValha-nos Deus.
De facto, tem toda a razão, caro Ferreira de Almeida.
ResponderEliminarA senhora transfere para a política a história do rei que ia nu e que era visto e aplaudido como ricamente ataviado. Ela debita palavras, palavras, palavras sem qualquer substância. Navega no mais rasteiro facilitismo e na mais descarada demagogia. Mas, não tarda, estará no governo.
Caro JMFA,
ResponderEliminarSim, em princípio será como diz não fosse um detalhe importante. É que o dinheiro está quase a acabar e, também contrariando o caro Pinho Cardão, não estará ela no governo, mas também não estará ninguém. Espero eu!
Catarina Martins terá todos esses e mais um milhão aspectos negativos.
ResponderEliminarAlguém disse que em política aquilo que parece é. Quarenta anos de CDS, PPD/PSD e PS deram-nos isto. BPN, GES, BPP, CGD e BANIF não são propriamente bons cartões de visita esta "trindade".
O discurso do BE é o discurso do bom senso, do equilíbrio. Fazem o discurso que deveria ter sido praxis dos três partidos do Centro desde 1976.
Arranjem um espelho. Vejam qual a vossa imagem pública com: José Sócrates e o "seu PS", Passos Coelho e o "seu PPD/PSD", Portas e o "seu CDS".
A zanga dos eleitores pode levá-los a, como nas autárquicas de Reiquiavique, cortarem com os partidos tradicionais.
Lá, votaram em quem lhes acenou com estes slogans: Introdução de um urso polar no Zoo da cidade;importar judeus "para alguém saiba de economia"; uma Câmara inactiva "trabalhámos no duro a vida inteira, agora queremos ser bem pagos para não fazer nada"; Podemos fazer mais promessas que os outros, porque não cumpriremos nenhuma.
Ganharam as eleições para espanto dos partidos tradicionais! Por isso convém não menosprezar os "tontos" dos eleitores dando-lhes música.
Olhem para os resultados do José Manuel Coelho quando disputou as Presidenciais com Cavaco. Não seria um aviso?
Estamos de acordo meu caro G Figueira. Catarina Martins e José Manuel Coelho são, de facto, modelos de equilíbrio e de bom senso.
ResponderEliminarCaro Zé Mário, é realmente um espectáculo em si mesmo ver como qualquer intervenção da líder do BE é recebida de forma acrítica e repetida vezes sem conta como se de um oráculo se tratasse. Não a censuro nada por aproveitar esta "boa onda" a seu favor, apanhou bem o estilo e a pose, fala por "mensagens" curtas e definitivas e faz o seu papel de candidata a estadista, como ambiciona. O que é quase chocante é realmente a barreira protectora que se instalou, nem um pio sobre o que diz, o conteúdo, a sensatez, o disparate, tantas vezes, enfim, uma aliada perfeita, dali não hão-de vir problemas a quem governa, os que faziam da política um palco de protestos são hoje o rosto da calmaria e do consenso. Pasme-se!
ResponderEliminarCaro Zé Mário
ResponderEliminarMas não há nada de pasmar. O que em pequena escala se passa aqui, passa-se nos EUA com o Donald Trump.
É a vitória da demagogia.
Catarina e José Manuel Coelho "surfam" nas ondas da tempestade sociológica semeada pelos três partidos em 40 anos.
ResponderEliminarEles - Catarina e Coelho - cairão se a acção de CDS, PPD e PS tiver consistência e for coerente com a ideologia que, supostamente, professam .