sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Menos crianças na escola, qual é a novidade?

Ageing Group Report, Comissão Europeia, 2015

Dizem as notícias que nunca em anos anteriores se registou um número tão baixo de alunos inscritos no 1º Ciclo. Pois não. Não há qualquer novidade. É um movimento de descida que não se vislumbra que se inverta. E a haver alguma inversão os resultados só daqui a muitos anos serão visíveis, o tempo necessário para renovar gerações. Veja-se, por exemplo, a projecção de uma perda de 200 mil crianças no período de 2013 a 2020.
O que as notícias não aprofundam são as razões para esta situação. Há um problema demográfico. Portugal está num processo acelerado de envelhecimento, com perdas significativas de crianças. Se não há crianças os recursos afectos à escola teriam e terão que ser redimensionados. Este redimensionamento não foi feito de forma planeada, pelo contrário tem sido feito de forma brusca.
Estamos a assistir "sentados" a um crescendo de problemas motivados pela diminuição da população. Mas de vez em quando assalta-nos a admiração. Há muito tempo que o declínio demográfico está desenhado, deveríamos saber quais as consequências e deveríamos ter agido em conformidade nas várias dimensões da nossa vida colectiva. Ignorar os assuntos não é a melhor forma de atacar  os problemas. Há problemas que o tempo se encarrega de ir resolvendo. Não é este o caso.
Deveríamos estar preocupados. Volta e meia tocam as sirenes e surgem umas iniciativas políticas para promover a natalidade. Nomeiam-se comissões e grupos de trabalho, elaboram-se estudos, relatórios e listas infindáveis de medidas para transformar a realidade. Com sentido de urgência, claro. No momento seguinte, pouco ou nada acontece. Uma actuação típica que encontra paralelo em muitos outros domínios.

9 comentários:

  1. Sou uma perfeita e completa, besta. Porque verifico o facto, irei colocar um comentário/lei de acordo com a minha bestialidade:
    A diminuição do número de crianças inscritas no primeiro ciclo, está na rasão direta do aumento do número de jovens (masculino e feminino) que frequentam a noite e se "enfrascam" até atingir o superior estado de coma alcoólico.
    O que fazer...?
    Eu, não sei, mas dou a prerrogativa a quem julga saber:
    https://www.youtube.com/watch?v=f4WVNL9QrT4

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  2. Além das causas demográficas comuns com a Europa também temos a quantidade de portugueses que decidiram ir procriar para outras paragens. E até foram intencionados a isso...

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  3. Caro Bartolomeu
    Se existisse uma solução fácil o problema já estaria resolvido.
    Caro Luis Aves Ferreira
    As projecções incluem o efeito que refere.

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  4. Na minha opinião, cara Dra. Margarida, até ao governo Sócrates surgiram vontades politicas para criar um problema que ainda não existia. O governo Sócrates embalou e apadrinhou os pequeninos problemas que se foram aglutinando e se transformaram num grande problema. Os governos que se seguiram, continuaram a alimentar o problema e hoje, choramos baba e ranho porque o problema, que gerou outros problemas, deixou de poder ser solucionado... excepto adoptando medidas subsidiárias ou, criando "quintas de procriação"... uma coisa mais ou menos dentro do projecto Hitleriano do século pasado.

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  5. Caro Bartolomeu
    Não creio que choremos "baba e ranho", penso que o assunto não constitui verdadeiramente uma preocupação, nunca foi levado a sério. Este assunto não se compadece com medidas simpáticas aqui e ali.

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  6. Se não estou em erro, 2015 foi o primeiro ano na Europa em que o número de nascimentos foi inferior ao de mortes.

    As políticas sistemáticas com efeitos negativos sobre a instituição a família deram nisto. Não se pode ter tudo.

    A forma como este governo tem aumentado a dívida pública diz muito acerca das suas preocupações com a demografia.


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  7. convém que saibamos separar o essencial do acessório, cara Dra. Margarida.
    O essencial é que o nosso país consiga uma economia equilibrada, estável e quanto possível sustentável.
    Ora, como sabe, muito melhor que eu, concorrem para isso inúmeras circunstâncias que, objectivamente, deverão ser concordantes.
    Este cenário foi e continua a ser, desde o início da nacionalidade, impossível de conjugar.
    Daí, compete-nos percebe-los e indicar aos mais jovens, não o caminho a seguir mas, o caminho a evitar.
    Evitando caminhos, naturalmente, os jovens estarão a descobrir alternativas a experiência-las e a escolher aquela, ou aquelas que devem ser excepção.
    Nunca como hoje os problemas sociais se colocaram a um nível de dificuldade tão exageradamente grande. Porque é o hoje e o amanhã que estão em equação e porque o hoje não promete uma amanhã mais estável.
    Cantam os Xutos: "A Seita tem um radar que apanha tudo no ar". E por mais voltas que demos... não conseguimos contornar a realidade: a sociedade reage de forma instintiva e global, antes que os nossos políticos e governantes procedam ás deliberações e as alterações.
    Por vezes, tudo ultrapassa a vontade e a consciência... quase sempre, a consequência é imprevisível.

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  8. Caro Alberto Sampaio
    Desde 2008 que o número de mortes ultrapassou o número de nascimentos e desde esta data que o diferencial não pára de aumentar. Em 2015, o número de nascimentos representou 78% do número de mortes, essencialmente porque se nasce menos, contribuindo também algum ganho no aumento de esperança de vida. 1982 foi o último ano em que se verificou renovação de gerações: 2,08 filhos por mulher. Desde esta data que assistimos a uma queda vertiginosa da natalidade. Esta realidade deveria ser motivo de muita atenção. Como é que vamos gerar riqueza sem jovens? E temos que acrescentar os problemas estruturais da economia e os défices crónicos de finanças públicas.
    Caro Bartolomeu
    O que diz evidencia a complexidade do problema e de muitos outros problemas que são, simultaneamente, causa efeito. Estamos metidos num "grande sarilho". As saídas são cada vez mais exíguas...

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