quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Retrocesso civilizacional

Por mero acaso, caiu-me nas mãos a notícia, que já tinha esquecido, das medidas estruturais com que o PS e o governo da geringonça inauguraram a sua actividade governamental. Ora, foram elas:
- a abolição da taxa moderadora do aborto, "um retrocesso civilizacional", a 7,5 euros por acto
- a lei da adopção pelos gays e lésbicas
- a a recusa de comemorar os 40 anos do 25 de Novembro 
Pois é, "avanço civilizacional"...
Perante tais prioridades, e esquecidas as promessas de radioso crescimento, a economia emonou-se e teimosamente não sai do zero, vírgula a mais, vírgula a menos...
A memória é curta, até para quem a considera ter boa. Por isso, é sempre bom relembrar.

10 comentários:

  1. “A memória é curta, até para quem a considera ter boa. Por isso, é sempre bom relembrar”.
    Então vamos lá recordar algumas outras medidas “estruturais”.

    Devolução da Sobretaxa em 2016 e 2017, que o PPD votou contra;
    Reposição Integral dos Salários da FP em 2016, que o PPD votou contra;
    Aumento do Complemento Solidário para Idosos, que o PPD votou contra;
    Aumento do Rendimento Social de Inserção, que o PPD votou contra;
    Aumento do Abono de Família, que o PPD votou contra;
    Aumento do subsídio Social de Desemprego, que o PPD votou contra;
    Alargamento da tarifa Social Energética, que o PPD votou contra;
    Redução do IMI, que o PPD votou contra
    Aumento do Salário Mínimo, que o PPD é contra;

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  2. Tudo certo. Mas, não tendo havido, nem se perspectivando, crescimento, o resultado foi o aumento da dívida, que outro governo e os portugueses terão que pagar. Uma indignidade sem perdão, porque com o único objectivo de manter o poder.

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  3. Dizem-me que o aumento da dívida pública advém do défice público, isto é, o Estado gasta mais do que recebe, a Despesa é maior que a Receita e tem que recorrer a empréstimos.
    Ora acontece que o Défice, pela primeira vez em muitos anos vai ser, segundo as previsões europeias inferior a 3%; está agora, diz a UTAO, em 2,7%.
    Sendo assim, como se pode afirmar que a DP aumenta, claro que aumenta sempre porque não é zero, só que a um ritmo muito inferior ao dos últimos anos, em especial aos do último governo.
    Não faz sentido algum afirmar-se então “o resultado foi o aumento da dívida”. Mas o caro Pinho Cardão terá seguramente outra explicação.

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  4. Claro, foi o aumento da dívida e da carga fiscal. E tudo aquilo que ainda não foi parar ao défice.
    O meu amigo não defenda o indefensável. E lembre-se que a exploração mas vil é a que tudo promete e tudo dá para depois vir a retirar.

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  5. "não defender o indefensável" ????

    A OCDE E A ECONOMIA PORTUGUESA

    “De Setembro de 2014 a Junho de 2015 o indicador avançado subiu, atingindo nesse mês o valor máximo recente (100,9), após o que caiu até ao início de 2016 (100,2).

    A partir de Março, porém, observam-se recuperações mensais, tendo o indicador atingido em Junho o valor de 100,6, que se repete agora em Julho, último mês actualizado pela OCDE.

    O indicador compósito avançado tenta antecipar, em seis a nove meses, pontos de viragem na actividade económica em relação à tendência (100)”.
    (dados da OCDE publicados a 08.09.2016)

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  6. Pois é, na melhor das hipóteses, como repartir antes de produzir. Ou como contar com o ovo no rabinho da galinha ou como aumentar a dívida...
    Spread da OT para o bund alemão: há um ano, 1,85; agora, 3,09
    Por curiosidade, em Espanha o spread em relação ao bund diminuiu de 1,38 para 1,09.
    Mas a dívida não interessa nada...a não ser para, de corda ao pescoço, pedir novo resgate à execrável troyca. E, para depois, lhe atribuir as culpas. Vamos no bom caminho...lá isso vamos.

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  7. Não se trata de “repartir antes de produzir”.
    Uma coisa que os neoliberais ainda não compreenderam é que “para produzir é preciso repartir”. Se não houver rendimentos para a compra, por mais incentivos que se dê às empresas elas não vendem.

    Eu sei que não acreditam em Keynes mas que acreditam cegamente na “auto-regulação dos mercados” e outras patranhas semelhantes de Friedman.
    Só que a realidade é mais forte que as crenças.
    Se a Europa está como está, com crescimentos raquíticos, tal se deve à prática das políticas de estagnação salarial iniciadas na década de 80 com a implementação das ideias neoliberais.

    Quanto aos Spreads,
    "Spread da OT para o bund alemão: há um ano, 1,85; agora, 3,09"

    No prazo a 10 anos os juros estavam em 21.09.2015 a 2,48%.
    Acresce, ver a análise do BP, que neste tema não se concede nenhum mérito aos governos.
    “Análise do Banco de Portugal revela que os juros da dívida a dez anos estariam nos 5%, sem as compras do Banco Central Europeu.
    Os juros da dívida portuguesa a dez anos estariam 2,5 pontos percentuais acima do valor actual de mercado sem a intervenção do Banco Central Europeu (BCE). Isto quer dizer que Portugal poderia estar a pagar o dobro, 5%, do que está a pagar actualmente para emitir dívida de longo prazo, considerando a cotação das Obrigações do Tesouro em mercado secundário”.
    (Observador, 9/12/2015)



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  8. Quanto ao “fantasma” tão desejado pela direita neoliberal de “um novo resgate”, parece que os seus seguidores, sem se darem conta, estão a pregar no deserto.
    Parece não terem compreendido ainda, que neste momento, o que menos interessa à Europa do euro e aos seus líderes é a abertura de uma crise económica e financeira num qualquer país do euro. E o BCE está lá para agir nesse sentido.
    Por aí, não se safam mesmo.
    Pensem noutra estratégia se não querem continuar com o ridículo papel de lutar contra moinhos de vento.

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  9. Quanto ao neoliberalismo, explicação para todos os males do mundo, recuso-me a discutir slogans.
    Quanto ao keynesianismo, se fora de tempo e de modo, trata-se de outro slogan- Eu diria que a sua aplicação em Portugal, na actual conjuntura, é ideia de keynesianeiros que nada entenderam ou entendem de Keynes, ou mesmo de economia, nunca de keynesianos. Mas, sobre o assunto, já me referi várias vezes e hoje não tenho pachorra, nem tempo, para voltar a ele.

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  10. Este governo tem trabalhado com esmero no aumento da dívida pública, para deixar as gerações futuras devidamente "encalacradas", ou seja, sem futuro.

    É o preço a pagar pelo poder a todo o custo do ps, do bloco e do pcp.

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