quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Na China ou na Conchinchina...

No período crucial de preparação do OE para 2017, o 1º Ministro esteve ausente no estrangeiro.  Coisa estranha, porquanto tal documento reveste uma importância relevante para a actividade económica e para o país, sendo obrigatório, e normal, que os 1ºs ministros acompanhem de perto os pressupostos, as opções e alternativas que se colocam.  
Acontece que, ao que se vê, ouve e lê, o objectivo do presente OE pouco ou nada tem a ver com a economia e os objectivos essenciais dos serviços públicos, visando apenas o equilíbrio entre os objectivos dos parceiros da geringonça e, no fim, a sustentação da mesma no poder. Assim sendo, a receita é a que for necessária para cobrir as reivindicações corporativistas, indo-se buscá-la onde ainda a possa haver, e custe o que custar à economia, cada vez mais exaurida de meios e de capacidade de investimento e de inovação, única forma de criar emprego e riqueza sustentáveis.
Assim, perante um orçamento que se adivinha tão falto de coerência, tanto faz que o 1º ministro esteja em Portugal, na China, ou na Conchinchina.

8 comentários:

  1. “custe o que custar à economia”

    Qual delas? A que piora as condições de vida das pessoas ou a que melhora as condições de vida das pessoas?

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  2. Lá pelos idos de "70", Dalida, a Italiana nascida no Egipto, fazia sucesso com o tema musical "Paroles Paroles", pouco depois, com outro tema "Je suis malade".
    Quem não estava doente e conhecia o sentido concreto das palavras, era Paulo Futre quando defendeu a campanha de Medeiros Ferreira á presidência do Sporting e profetizava a salvação do clube e da economia do país, com a vinda de um jogador chinês.
    Meu amigo Pinho Cardão, o que é preciso é ter visão e capacidade de antecipação.
    Ainda ha profetas neste país!
    :D :D :D
    Ontem num almoço de amigos em que participava um quadro do Novo Banco, perguntava-lhe eu em tom de brincadeira, se já tinha começado a aprender mandarim. Ele, percebendo a intenção, respondeu-me que já tinha uma colaboradora de origem chinesa. Depois acrescentei - para o deixar assentar as ideias - se preferia a salvação do banco com capitais chineses, espanhóis ou africanos. Hesitou um pouco e acabou por responder, chineses. Achei que o tinha na mão e atirei-lhe com a pergunta de misericórdia; depois da compra do banco e da injecção de capital, a quem tencionavam eles vender dinheiro?
    Aí, embatocou, e optou pela fuga respondendo, depois, na altura certa se verá. La tive que lhe atirar com o Paulo Futre ás trombas... esse sim, um homem de grande visão que, antes da contratação do jogador chinês, já tinha os voos charter esgotados até dois mil e troca o passo. António Costa faria bem em nomear Paulo Futre para a pasta da previsão económica. Isso é que seria de valor!

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  3. Até parece que fizeste melhor

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  4. Caro Carlos Sério:
    À medida que o tempo passa, o meu amigo fica cada vez com menos argumentos. O que agora usou é um verdadeiro tiro no pé. Ou nos dois, em que o meu amigo se sustenta.

    Caro Bartolomeu:
    Tem toda a razão. Em matéria de previsões económicas o Paulo Futre bate de longe os economistas do governo e os que fizeram esse pitoresco Plano Económico do PS, onde nada consegue bater certo. Junto a esses, o Futre seria um grande valor acrescentado.
    Bom, não foi em vão que ele aprendeu tudo o que sabe no sempre invicto FCPorto...

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  5. "visando apenas o equilíbrio entre os objectivos dos parceiros da geringonça e, no fim, a sustentação da mesma no poder"

    Parece-me que os nossos amigos de direita ainda não entenderam bem o que une, ou melhor, as circunstâncias que fazem unir o PCP, O BE e o PS.
    O que os une é terem a possibilidade de constituírem uma frente comum contrária às políticas neoliberais, às políticas de empobrecimento das classes populares (trabalhadores e classe média) numa transferência de rendimentos destas classes para os mais ricos, às políticas de redução de salários e pensões e de cortes nas funções sociais do estado (Educação, Saúde e Protecção Social), às políticas que visam uma alteração do modelo social e económico vigente substituindo-o por outro, às políticas de venda ao desbarato do património do estado, às políticas que nas palavras do Papa Francisco criam uma nova ordem, uma nova “economia que mata”.

    O que une o PS, BE e PCP é a sua oposição às políticas neoliberais de destruição do estado social, do aumento das desigualdades sociais e das reduções salariais e precariedade no trabalho. E isso basta.

    Acontece que antes do governo de Coelho e Portas nenhum outro governo depois do 25 de Abril, de direita ou de esquerda, nenhum deles colocou em causa o estado social. Só este último governo PPD/PP, aproveitando-se da vinda da Troika, tomou como seu primeiro propósito tal objectivo. Sem máscara, Passos Coelho assumiu-o desde o início quando afirmou: "independente daquilo que foi acordado com a UE e o FMI, Portugal tem uma agenda de transformação económica e social. Nesse sentido, o Governo incluiu no seu programa não apenas as orientações que estavam incorporadas no memorando de entendimento como várias outras que, não estando lá, são essenciais para o sucesso desta transformação do país”.

    Eu creio que o é um feito extraordinário a união da esquerda portuguesa neste objectivo de defesa do estado social e creio também que terá seguramente continuidade por essa Europa fora. Por uma razão simples – o neoliberalismo é uma doutrina falhada, sem qualquer perspectiva de futuro, que conduz ao empobrecimento contínuo e à austeridade perpétua.

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  6. O que une os 3 da desgovernação é um objectivo negativo e como tal não têm uma estratégia para o País como se tem visto.

    Acerca das políticas chamadas neoliberais pela esquerda tacanha, é mais neoliberal este governo que o anterior. Já favoreceu quem tinha mais através da reposição e criou um imposto não progressivo.

    Em conclusão, este ps, o bloco e o pcp na sua ânsia de poder são aquilo que criticam, neoliberais.

    Na realidade até os considero mais do tipo fascista, no estilo dos petralhas.




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  7. A ignorância devia pagar imposto.
    É a minha proposta ao governo.
    Tinham mais receita do que aquela dos refrigerantes açucarados.

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  8. Estou de acordo quanto à colossal ignorância do governo quanto à economia.

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