domingo, 9 de julho de 2017

Normal, muito normal, tudo normal, o 1º Ministro até está de férias...

No meio da terra e da vegetação calcinadas, e num golpe de vista de rara oportunidade, a PJ descobriu de imediato a árvore atingida pela trovoada seca que propagou o incêndio de Pedrógão e causou o tal efeito fulminante de dispersão das chamas cujo nome, em inglês, não recordo alguma vez ter ouvido, mas que percebi ser perfeitamente conhecido por todos os comentadores de televisões. Logo a seguir, o IPMA diz que o raio andava longe, e não poderia ter atingido o local.  Mas tudo bem, os serviços estavam vigilantes. E devidamente coordenados, como é de toda a evidência. 
No meio das mortes que já se conheciam, a Protecção Civil desobrigou-se de culpas, reponsabilizando o SIRESP pela falha de comunicações, ao não disponibilizar de imediato ligações satélite redundantes das antenas queimadas. Desculpou-se o SIRESP com o deficiente funcionamento da Secretaria Geral do MAI e esta Secretaria Geral com as insuficiências do contrato oportunamente assinado pelo governo, leia-se, António Costa. Também aqui os serviços se revelaram muito vigilantes e revelando uma óbvia e superior coordenação.
No meio da desgraça que a tantos atingiu, os Deputados da geringonça atribuíram as insuficiências do SIRESP à sua natureza de sociedade privada, e também a um pretérito governo do PSD que tinha iniciado as negociações do equipamento, esquecendo que foram os posteriores governos de Sócrates e de Costa que prosseguiram as negociações e assinaram os contratos. Deputados obviamente também muito bem coordenados, marionetes às ordens dos partidos. 
Portanto, não falhou coordenação. A Protecção Civil conseguiu a elevada proeza de colocar a PJ, o IPMA, o SIRESP, a Secretaria Geral do MAI, etc, etc, a funcionar em pleno, cada qual pelo seu lado.
Como comandante-chefe, a Ministra da Administração Interna Interna, ataviada a preceito,  comandou superiormente a coordenação, chorando.
Tudo foi feito, bem feito, disse alguém. António Costa dispensou-se de ir ao funeral das vítimas e zarpou para férias no estrangeiro. Por cá, está tudo coordenado, nada de anormal se passa. O assalto de Tancos? Tudo normal. 


4 comentários:

  1. o PR teve que substituir antónio das mortes
    durante as férias

    adalberto do sns
    esqueceu-se dos feridos e dos possíveis mortos nos hospitais

    em TANÇOS também foi o raio

    tropa fandanga

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  2. Uma espécie de país terceiromundista, na Europa. Somos realmente bons.
    As armas da pão, não aparecem, as armas da carregueira, não aparecem, o outro fugiu manda vídeos e não se sabe onde está, as de trancos não vão aparecer.
    E descobre-se uma árvore atingida pelo raio, num ápice. Cá para mim fizeram um frete ao Mai.
    Também devem ter criado o raio ( que os parta )

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  3. Caro Floribundos:
    Bem...parece mesmo que muita coisa correu mal, bem mal, mesmo.

    Caro José Domingos:
    Creio que não devemos ser tão críticos: olhe que encontrar tão rapidamente o raio da árvore ou a árvore do raio é verdadeira proeza digna do Guiness. Há que registar o feito.

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