quarta-feira, 3 de agosto de 2022
O Estado do Governo
Não é injusto dizer que o governo socialista tem pecado por acção e omissão,
privilegiando uma política de um “dolce fare niente” que nem declarações
espectaculares, promessa de aumento histórico das pensões, repto aos empresários
para um aumento de 20% nos salários ou o aparatoso anúncio de recusar as
restrições europeias do gás, indigna falta de solidariedade para países que mais
nos têm apoiado, conseguem já disfarçar. Numa soberana indiferença, e quando
esses países vão reabrindo as centrais a carvão, o governo português mantém as
nossas encerradas, pressionando as importações, 1000 milhões de euros no
primeiro semestre do ano, as mais elevadas de sempre. Oxalá o torpor governativo
não leve a eventuais apagões no inverno, já que a importação de energia não
ficará imune à pressão das necessidades dos países mais dependentes do gás
russo. Um torpor tão enraizado que a primeira medida governamental de carácter
estruturante, a localização do novo aeroporto, se despenhou logo no take-off,
revertida em menos de 24 horas. Em doce sonolência, o Governo não mexeu uma
palha quando há muito se anunciavam rupturas graves nas urgências hospitalares;
instalada a crise, logo se apressou a anunciar oportunísticas medidas ad-hoc,
planos de contingência, sinal de que não tinha nenhum, comissões de
acompanhamento, sinal de que não acompanhava nada, abertura a negociações com o
sector privado, contrariando a Lei de Bases de Saúde hostil a qualquer
colaboração, ou novo Estatuto do SNS, como se um regulamento alterasse o absurdo
da Lei que visa servir. O Governo criou o Banco Português de Fomento para
promover a modernização das empresas, o apoio ao PRR e o desenvolvimento do
país, mas só agora reparou que não encontrava Presidente com perfil adequado, à
falta de um estatuto remuneratório similar ao dos bancos equiparáveis. Natural
que o Banco não funcione em moldes aceitáveis, é a sua Comissão de Auditoria que
o diz. E ao ritmo de cada protesto de degradação dos serviços públicos, aumenta
as dotações, enquanto a produtividade baixa, sinal de um governo adormecido que
dá dinheiro sem cuidar da gestão. Adormecido, e porventura já sonhando com o
anúncio do ensaio da semana de 4 dias, girândola de fogo de vista tão de agrado
nas festas de verão. Também lhe chamam fogo de lágrimas…
https://www.dinheirovivo.pt/opiniao/o-estado-do-governo--15059987.html
Mas é "muita bom" a gritar "fassistas" e "rachistas" e "xonéfobos" especialmente onde não existem a não ser nas suas mentecaptas cabaças. Ver grande fantochada no blogspot
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