Silêncio da escrita
Não tenho escrito como é habitual. As palavras, as ideias, os sentimentos, os medos e os desejos estão aprisionados. Nada e ninguém gosta de se sentir preso. Ouço lamentos e até alguma raiva. Tenho que os libertar, de outro modo acabarão por me fazer mal. Tenho lido entrementes. Talvez seja por isso que não escrevo. Fico absorvido pela elegância e inundado pela energia criadora de grandes escritores. Consigo ouvir as suas vozes, o dançar dos seus pensamentos e a profundidade dos seus escritos, elegantes e até, porque não dizer, divinos. Para quê escrever se há sempre alguém a desenhar e a cantar o mundo com tal perfeição? Prefiro mil vezes confundir-me com alguma das suas personagens, mesmo que não existam ou, então, brinquem como figuras da banda desenhada.
Mas a força do pensamento é diabólica. Diabólica, ardilosa, frustada ou desejosa de recriar a vida e fazer esquecer a dor e a morte.
Mas a força do pensamento é diabólica. Diabólica, ardilosa, frustada ou desejosa de recriar a vida e fazer esquecer a dor e a morte.
Que tudo o que for feito e que tudo o que for evitado, vise a obtenção do prazer e a eliminação da dor. Os gregos designavam por hedonismo.
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