quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

A Magnanimidade!...

Num tempo em que as guerras entre as cidades-estado gregas eram permanentes e não havia perdão para os vencidos, Aristóteles definiu, na sua Ética, uma nova moral, ao apresentar a magnanimidade como virtude e norma de conduta.
A magnanimidade que propôs seria o meio termo entre o perdão, que nunca se praticava, e a aniquilação e destruição total, que traduzia a moral dos vencedores.
Na Campanha Eleitoral, Mário Soares atacou pessoalmente e ofendeu sistematicamente Cavaco Silva, ofendendo e atacando todos os portugueses que nele, de alguma forma, se reviam.
Mesmo na declaração final, não deixou de verter alguma dissimulada raiva, ao invocar eventuais perigos que adviriam da eleição de Cavaco.
Não sei, nem me interessa, se essa atitude espelhou ou não a ética republicana que tanto apregoa.
Soares não está perdoado, mas as suas diatribes estão em vias de esquecimento.
E está bem, já que, quanto a mim, prefiro a ética aristotélica e também serei magnânimo sempre que me referir a Soares!...

2 comentários:

  1. O povo puxou o autoclismo da história. Acabou.

    Caro Pinho Cardão,

    Quero felicitá-lo pela resistência que demonstrou até ao fim da campanha.

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  2. Só para concordar que a Ética a Nicómaco é um excelente livro, que devia ser de leitura obrigatória para todos. A virtude não está no resultado, mas sim na boa prática, na prática da vida boa e até nisso Mário Soares falhou (mas ninguém pode começar uma campanha a deixar claro que o objectivo é apenas dar um bocadinho de luta. Mereceu o que lhe aconteceu. E, já agora, duvido que Sócrates tenha ficado muito triste com o resultado...

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