Decorre ainda por esta altura no tribunal de Manheim o julgamento de um homem de negócios, Gottard Lerch, que se encontra em prisão preventiva, acusado pelo Ministério Público alemão de ter colaborado com o famoso cientista nuclear paquistanês Abdul Qadeer Khan na venda ilegal de equipamento nuclear.
O enredo de ligações e de suspeitas que estão por trás deste julgamento oferece uma história fascinante para os apreciadores de filmes ou romances de tipo policial, e vem descrito em detalhe na edição da revista The New Yorker de 7&14 de Agosto.
As centrais nucleares e as bombas nucleares utilizam o urânio ou o plutónio como matéria prima, por serem materiais de fissão: são capazes de provocar uma libertação de energia, em cadeia, chamada fissão nuclear.
Os especialistas preferem habitualmente o urânio, por se poder extrair directamente da natureza e ser de manuseamento mais fácil.
Para produzir energia ou uma explosão nuclear, o urânio precisa de ser enriquecido, quer dizer reforçar a sua característica de fissão, através de um complexo processo de centrifugação.
Para alimentar uma central nuclear é necessário urânio enriquecido a 5% de U-235. Para uma bomba nuclear o grau de enriquecimento é muito superior, 95%.
Em qualquer dos casos, é necessária a instalação de uma bateria com milhares de centrifugadores, ligados em cascata, semelhante a uma instalação para filtragem de água.
A detenção de Lerch teve a ver com a tentativa de fornecimento de equipamento para enriquecimento de urânio à Líbia, abortada em Outubro de 2003, após uma operação de busca num cargueiro alemão (BBC-China) ancorado em Itália, em trânsito para Tripoli.
Na sequência dessa operação, foram detidos cerca de 12 homens de negócios na Europa, Malásia, Dubai e Africa do Sul incluído, todos suspeitos de colaboração com Khan em fornecimentos ilegais à Líbia e a outros países: Índia, Paquistão, Africa do Sul, Coreia do Norte e Irão.
Em qualquer destes casos, tratou-se de projectos nucleares conduzidos à revelia do Tratado para a Não Proliferação de Armas Nucleares.
Desses países, a Índia e o Paquistão são já potências nucleares (anulam-se mutuamente), a Líbia e a Africa do Sul desistiram dos seus projectos, a Coreia do Norte e o Irão representam hoje um quebra-cabeças para a diplomacia ocidental.
Existe a suspeita de que a rede Khan estivesse envolvida no programa nuclear iraniano. Mas não tem sido fácil reunir provas dessa cumplicidade.
Que os iranianos estão a desenvolver um projecto nuclear em grande escala, não há dúvidas, apesar das suas repetidas afirmações de que só prosseguem fins pacíficos.
Esse projecto está localizado junto da cidade montanhosa de Natanz, cerca de 200 milhas a sul de Teerão, num complexo de edifícios em forma de estrela.
Só num desses edifícios os inspectores da I.A.E.A. encontraram, em 2005, seis blocos de cimento cada um deles capaz de albergar uma cascata com 164 centrifugadores.
Muito próximo desse complexo de edifícios existe uma entrada para uma instalação subterrânea, a qual, uma vez concluída, poderá albergar cerca de 50 mil centrifugadores.
Acontece que os inspectores da IAEA não são autorizados a entrar no Irão desde o final de 2005.
De acordo com alguns peritos, citados neste artigo, o Irão será capaz de ter uma arma nuclear dentro de 2/3 anos.
Ou me engano muito ou vamos ter aqui um sério problema.
Meu caro,
ResponderEliminarcomo já mencionei anteriormente, isto de Israel é só um prelúdio, se ninguém tiver a coragem de fazer o que tem de ser feito!
Até lá contínuamos por aqui preocupados com as nossas novelas e joguitos de futebol!
Vamos? Já temos!
ResponderEliminarO mundo é muito pequenino.
O caso da Coreia do Norte é preocupante. Um estado de psicopatas capazes de darem cabo de tudo.
Quando os ditadores tarados que andam por aí tiverem acesso a estas armas como é que será o futuro?
O mundo é pequenino demais. Não pode comportar pessoas ou regimes com certas características.
Como é que se resolve esta situação?
Eu sugiro que poupemos tempo aos meninos e enviemos nós para lá umas bombitas nucleares... ficamos nós com umas a menos por cá, e eles com umas a mais por lá!
ResponderEliminarOu então sugerimos aos franceses, agora que fecharam Muroroa, de utilizar o Irão como local para ensaios nucleares...