O Prof. Massano Cardoso, no seu sucinto, mas esclarecedor e oportuno texto Agnotologia- Cultura da ignorância, define aquele conceito, na linha de outros mestres, não só como “uma realidade fruto do desconhecimento”, mas também como uma “produção cultural”.
O texto fez-me pensar que, efectivamente, a ignorância vem-nos sendo servida, de forma pura e compacta, todos os dias e a todas as horas.
A propósito do início das aulas, os jornais traziam o testemunho de vários investigadores e pedagogos, que referiam unanimemente que “aprender a ler não é fácil” e, ao mesmo tempo, que “é extremamente difícil ensinar a ler”.
Como não achava que assim fosse, escrevi o texto Aprender a ler!... em que contava como tinha dado o passo decisivo nessa, pelos vistos, agora, difícil aprendizagem. Digo agora, porque nesse tempo, apesar das condições difíceis em que a maioria dos alunos da minha terra viviam, visível na forma com chegavam à escola, molhados e cheios de frio no Inverno e já com umas duas horas de trabalho no fim da primavera, com um bocado de broa e uma sardinha para o almoço, ninguém que a frequentasse deixou de aprender a ler. Só não aprendia quem lá não ia. E os Professores eram esforçados e ensinavam bem, apesar da enormidade do número de alunos das quatro classes. A minha mãe, que foi professora, chegou a ter mais de sessenta alunos nas sala de aulas.
De facto, será tarefa difícil quando o experimentalismo e a arrogância intelectual dos pedagogos do Ministério levam a abandonar métodos já mais que testados e com bons resultados e a impor outros, científicos e da moda, que não podem deixar de conduzir a resultados catastróficos.
Por exemplo, aprendi anteontem no Público que os métodos de ensino da leitura podem ser silábicos, globais, ou analítico-sintéticos, imagine-se!... Nos primeiros, parte-se das letras e dos sons e foi assim que eu e milhões aprendemos a ler; nos métodos globais, ” a leitura é vista como um acto global e visual, isto é, ensina-se a partir da visualização das palavras, do seu todo”. Pelos vistos, visualiza-se a palavra e “depreende-se” a leitura!...
Deve ser mesmo assim, porquanto o Ministro francês da Educação, ao rejeitar o método global, referiu mesmo que “a leitura não deve ser um exercício de adivinhação”!...
Há ainda os métodos analítico-sintéticos, que fazem uma “salganhada“ dos dois primeiros.
Na França e na Inglaterra tais métodos, globais ou mistos, já foram afastados, regressando-se ao método silábico. Esperam os Governos com a medida “ contrariar os maus resultados dos alunos a nível de literacia”.
Back to basics, isto é, voltar ao método silábico, é o lema dos Governos inglês e francês.
Em Portugal, continua a dizer-se aos pais dos meninos, com grande pompa, que o seu filho vai aprender a ler pelo método global ou, na melhor das hipóteses, pelo analítico-sintético!...
Muita parra para pouca uva e um exemplo acabado da disciplina agnotológica, de que falava o Professor Massano, com a agravante de ser o próprio Ministério da Educação a fomentar a produção da ignorância e a divulgá-la nas escolas.
O texto fez-me pensar que, efectivamente, a ignorância vem-nos sendo servida, de forma pura e compacta, todos os dias e a todas as horas.
A propósito do início das aulas, os jornais traziam o testemunho de vários investigadores e pedagogos, que referiam unanimemente que “aprender a ler não é fácil” e, ao mesmo tempo, que “é extremamente difícil ensinar a ler”.
Como não achava que assim fosse, escrevi o texto Aprender a ler!... em que contava como tinha dado o passo decisivo nessa, pelos vistos, agora, difícil aprendizagem. Digo agora, porque nesse tempo, apesar das condições difíceis em que a maioria dos alunos da minha terra viviam, visível na forma com chegavam à escola, molhados e cheios de frio no Inverno e já com umas duas horas de trabalho no fim da primavera, com um bocado de broa e uma sardinha para o almoço, ninguém que a frequentasse deixou de aprender a ler. Só não aprendia quem lá não ia. E os Professores eram esforçados e ensinavam bem, apesar da enormidade do número de alunos das quatro classes. A minha mãe, que foi professora, chegou a ter mais de sessenta alunos nas sala de aulas.
De facto, será tarefa difícil quando o experimentalismo e a arrogância intelectual dos pedagogos do Ministério levam a abandonar métodos já mais que testados e com bons resultados e a impor outros, científicos e da moda, que não podem deixar de conduzir a resultados catastróficos.
Por exemplo, aprendi anteontem no Público que os métodos de ensino da leitura podem ser silábicos, globais, ou analítico-sintéticos, imagine-se!... Nos primeiros, parte-se das letras e dos sons e foi assim que eu e milhões aprendemos a ler; nos métodos globais, ” a leitura é vista como um acto global e visual, isto é, ensina-se a partir da visualização das palavras, do seu todo”. Pelos vistos, visualiza-se a palavra e “depreende-se” a leitura!...
Deve ser mesmo assim, porquanto o Ministro francês da Educação, ao rejeitar o método global, referiu mesmo que “a leitura não deve ser um exercício de adivinhação”!...
Há ainda os métodos analítico-sintéticos, que fazem uma “salganhada“ dos dois primeiros.
Na França e na Inglaterra tais métodos, globais ou mistos, já foram afastados, regressando-se ao método silábico. Esperam os Governos com a medida “ contrariar os maus resultados dos alunos a nível de literacia”.
Back to basics, isto é, voltar ao método silábico, é o lema dos Governos inglês e francês.
Em Portugal, continua a dizer-se aos pais dos meninos, com grande pompa, que o seu filho vai aprender a ler pelo método global ou, na melhor das hipóteses, pelo analítico-sintético!...
Muita parra para pouca uva e um exemplo acabado da disciplina agnotológica, de que falava o Professor Massano, com a agravante de ser o próprio Ministério da Educação a fomentar a produção da ignorância e a divulgá-la nas escolas.
É verdade. O djustino tem uma expressão engraçada para essa corrente das "ciências" da educação - os Benaventistas- referindo-se à catástrofe Ana Benavente.
ResponderEliminarHouve um período, há uns 6 ou 7 anos em que as crianças foram sujeitas ao fabuloso "método global", em que se chama burras às crianças, é-lhes retirada a lógica subjacente à escrita e aprendem a ler pela imagem. Colegas meus falaram comigo em pânico porque os filhos simplesmente não sabiam ler no 3º ano! Andavam a ouvir a história do global e continuavam a não saber ler.
A solução foi passar as crianças para o ensino privado onde hoje já aprenderam a lógica da linguagem escrita. Mas é inacreditável como tamanha estupidez pôde um dia ser equacionada e, pior, implementada.
Mas quando se diz aos "cientistas" (a minha esposa é uma delas, mas tem outras virtudes e os meus filhos não estudam pelas maluqueiras da mãe) que é completamente estúpido, respondem-nos com dezenas de "estudos" co-financiados pela UE de "especialistas" europeus...
Resumindo, para reforçar, HÁ FACULDADES QUE DÃO DOUTORAMENTOS EM PRODUÇÃO DE IGNORÂNCIA.
Meu Caro Amigo Pinho Cardão,
ResponderEliminarAs ideias simples, claras, imediatamente perceptíveis em matéria de Ensino e de Educação, parece que foram escorraçadas do convívio escolar. Lá no assento etéreo em que se instalaram os sábios da Pedagogia continua-se a preferir tudo o que apresente laivos de vanguardismo supostamente científico, ainda que os resultados desmintam as intenções dos ditos sábios. Tanto pior para eles, os resultados, obviamente !
Vejo que o meu amigo regressou em forma ! Ainda bem. A blogosfera tem andado algo desinspirada. Haja ânimo, então !