IC 19, 9 de Julho de 2007, cerca das 16h 30 minutos, sentido Lisboa-Sintra, antes do Cacém. Começa a gerar-se um dos habituais engarrafamentos, todavia estranho, face à época e à hora. Com o trânsito parado ou a passo de caracol, deu para ver, com todo o vagar do mundo, o que se passava com a organização do trabalho das obras de alargamento em curso. Vários camions pesados de um lado e do outro das bermas, mas completamente imobilizados, com o condutor e o ajudante lá dentro, porventura já à espera, à falta de melhor alternativa, da hora de voltar a casa. Grupos de dois homens, espaços a espaços, convenientemente ataviados com coletes verdes, dos quais um se limitava a contemplar o trânsito ou a inspeccionar o que o colega ia fazendo, creio que mais por desfastio de estar sempre a olhar para a imensa bicha de carros parados do que por qualquer outra razão. Barreiras de betão ao longo de quilómetros, delimitando duas estreitas faixas de rodagem, não se sabe para quê, dado que, a tal ritmo, nem daqui a um século as obras lá chegarão. Barreiras essas que impedem qualquer desvio para as bermas de viaturas que tenham colidido. Quando aproveitei o desvio para o Algueirão para sair, ouvi a rádio dizer que se tratava de um acidente que envolvia 5 viaturas, uns quilómetros à frente, e que o engarrafamento já se fazia sentir antes da Amadora.
Dei então por mim a pensar que o engarrafamento não se deveu ao acidente, deveu-se sim a um planeamento de obra deficiente ou feito apenas com o objectivo de mostrar serviço das Estradas de Portugal, mesmo dificultando a vida das pessoas e impedindo, sem qualquer trabalho por perto, escapatórias naturais tão necessárias em caso de acidentes.
Dei então por mim a pensar que o engarrafamento não se deveu ao acidente, deveu-se sim a um planeamento de obra deficiente ou feito apenas com o objectivo de mostrar serviço das Estradas de Portugal, mesmo dificultando a vida das pessoas e impedindo, sem qualquer trabalho por perto, escapatórias naturais tão necessárias em caso de acidentes.
Um exemplo, apenas um, da desorganização e da falta de produtividade que nos atinge. E um exemplo de como é fácil encontrar explicações acessórias para esquecer o fundamental!...
Arranja-se sempre um acidente!...
Oh camarada... 700 milhões dá para muita coisa... ou não dá para nada... depende para o quê!
ResponderEliminarCaro Dr. Pinho Cardão
ResponderEliminarO seu episódio está permanentemente a acontecer!
Acrescentaria ainda a manifesta e abusiva falta de consideração pelos cidadãos. Para mostrar trabalho, ainda por cima mal feito, sacrificam-se e maltratam-se as pessoas. Incrível! E não há ninguém que corriga isto!
Nem parece que estamos num País desenvolvido...