A diminuição da despesa pública parece não interessar a ninguém.
Não interessa aos que, por razões ideológicas, querem sempre mais e mais Estado.
Não interessa aos membros do Governo, de qualquer Governo, para quem governar se resume, pelas mais diversas vias, a distribuir o dinheiro público, para sua própria honra e glória.
Não interessa à Oposição, que não quer ser associada a políticas impopulares no curto prazo!...
Não interessa às empresas que sempre têm vivido à sombra dos dinheiros públicos
Não interessa aos Sindicatos da função pública ou aos outros, temerosos de restrições salariais.
É perfeitamente indiferente para os donos das 153000 empresas que nunca pagaram um cêntimo para o fisco
É ainda indiferente para o milhão e cem mil agentes económicos que produzem uma colecta média inferior a 80 euros.
Continua a ser indiferente para os 588.000 empresários em nome individual ou profissionais liberais que geram uma colecta média inferior a 190 euros, pela simples razão de que nunca sustentaram os gastos do Estado ou para a sua cobertura contribuem apenas simbolicamente.
Finalmente, e mais grave, a diminuição da despesa pública não interessa aos senadores da política e do país, aos comentadores permanentes, aos analistas profissionais, aos economistas académicos, aos velhos do Restelo, formatados no politicamente correcto e de uma forma ou de outra dependentes dos poderes instituídos.
Por isso, o contínuo adiar da redefinição das funções do Estado e da reestruturação da função pública tem um suporte fortíssimo e decisivo na cultura vigente.
É por uma questão cultural que a despesa pública não diminui, o Estado engorda e a economia não cresce. Está mais que provado.
Mas os pensadores continuam com a mesma receita. Substituam-se os senadores!...
Não interessa aos que, por razões ideológicas, querem sempre mais e mais Estado.
Não interessa aos membros do Governo, de qualquer Governo, para quem governar se resume, pelas mais diversas vias, a distribuir o dinheiro público, para sua própria honra e glória.
Não interessa à Oposição, que não quer ser associada a políticas impopulares no curto prazo!...
Não interessa às empresas que sempre têm vivido à sombra dos dinheiros públicos
Não interessa aos Sindicatos da função pública ou aos outros, temerosos de restrições salariais.
É perfeitamente indiferente para os donos das 153000 empresas que nunca pagaram um cêntimo para o fisco
É ainda indiferente para o milhão e cem mil agentes económicos que produzem uma colecta média inferior a 80 euros.
Continua a ser indiferente para os 588.000 empresários em nome individual ou profissionais liberais que geram uma colecta média inferior a 190 euros, pela simples razão de que nunca sustentaram os gastos do Estado ou para a sua cobertura contribuem apenas simbolicamente.
Finalmente, e mais grave, a diminuição da despesa pública não interessa aos senadores da política e do país, aos comentadores permanentes, aos analistas profissionais, aos economistas académicos, aos velhos do Restelo, formatados no politicamente correcto e de uma forma ou de outra dependentes dos poderes instituídos.
Por isso, o contínuo adiar da redefinição das funções do Estado e da reestruturação da função pública tem um suporte fortíssimo e decisivo na cultura vigente.
É por uma questão cultural que a despesa pública não diminui, o Estado engorda e a economia não cresce. Está mais que provado.
Mas os pensadores continuam com a mesma receita. Substituam-se os senadores!...
Faz uma pessoa pensar qual das "economias" é que é, de facto, paralela, não é? Aquela a quem "não interessa" ou aquela para quem "é indiferente". Se os meus filhos não estivessem no meio, isto até tinha a sua graça...
ResponderEliminarCaro Pinho Cardão,
ResponderEliminarPropõe que se substituam os senadores por comendadores?
Parece-me a tendência para a próxima estação.
E...cuidado, muito cuidadinho, porque eles andam aí...
Afinal a maioria absoluta não vai resolver nada ou quase nada.A receita terá que continuar a aumentar para que a "distribuição" continue.
ResponderEliminarTudo porque quem governa e chefia não está lá por razões de eficiência e de mostrar resultados , mas por fidelidade...
A caminho da exiguidade, da insolvência e da anarquia com os VERDADEIROS empregados do estado a pagar pela incompetência, laxismo, imobilismo e falta de nacionalismo
Para muitos dos que menciona, Pinho Cardão, é de facto indiferente a redução ou não da Despesa Pública.
ResponderEliminarPara outros, para os governos e para a oposição que se alterna no governo, a redução da Despesa não será apenas indiferente mas além do mais seguramente indesejável. Não são questões de racionalidade e eficiência que determinam as opções políticas de engorda da Administração. São razões bem mais mesquinhas, egoístas e que nada têm a ver com o bem comum, antes pelo contrário. E chegados aqui poderá falar-se no estado de corrupção com que se alimenta a nossa classe política, os nossos senadores e boys. Inverter esta situação só será possível com outra gente. A lógica que se vem acentuando praticamente desde o 25 de Abril, é uma lógica (ou cultura) despesista, muito objectiva, com contornos muito bem definidos e assumidos.
DISCUTAMOS A PODA
ResponderEliminarCaríssimo Pinho Cardão, boa tarde!
Dizes :"A diminuição da despesa pública parece não interessar a ninguém."
Citas vários exemplos, e nisso concordo contigo.Mas acabas por receitar apenas o despedimento dos senadores. Não sou um deles nem tenho procuração mas, claramente, não é por aí que vamos lá.
Registo que reconheças que a redução da despesa, que poderá ou não envolver a redução da dimensão das atribuições do Estado, é fundamental para o crescimento económico. Parece-me que, entre nós, há apenas uma diferença de timming: tu achas que se devem reduzir os impostos e a redução da despesa virá por acréscimo.Eu (e estou bem acompanhado) sou pela redução da despesa, e só depois pela redução dos impostos. Colocas uma alternativa (aumento da dívida) que me parece que depois descartas. Na realidade o aumento da dívida seria uma saída perigosa, seria dar rédeas ao monstro.
Assim sendo, e estando de acordo contigo que a muita gente não interessa a redução da despesa (mas, como tu referes, também a muita gente não diz nada a redução dos impostos) e a muito mais gente estas questões nada dizem, sobram, no entanto, estes espaços de liberdade a que chamam blogues para, sem custos nem benefícios pessoais, discutir aquilo que muitos não querem discutir, por interesses próprios ou por ignorância.
Hoje é pacífico que os Estados cresceram desmesuradamente e que uma poda é fundamental para que o crescimento económico volte a ser irrigado de mais iniciativa individual.
Afigura-se-me muito contrapoducente que o PSD insista numa proposta (de redução de impostos) que nem resultaria nem é susceptível de convencer a maioria dos contribuintes.
Claro que a discussão da redução do perímetro do Estado não é pacífica nem eu sou tão naif que não perceba a relutância de muita gente.
Mas é, de todo em todo inconsequente e demagógico, o ataque às medidas deste Governo (tímidas, ou insuficientes que sejam) no sentido de reduzir o Estado. Porque é um facto que este governo tem tomado (ou tem sido obrigado a tomar) medidas que os governos anteriores gostariam de ter tomado e não o fizeram. O PSD não pode continuar a querer afirmar-se pela negativa.
Ora é precisamente porque essas medidas têm sido insuficientes que é necessário reclamar mais.
Para o fazer não precisamos de fazer grandes cálculos porque há muita erva a mondar.
Queres exemplos concretos : as despesas com a defesa, as instalações afectas à defesa.
Conheces alguma cidade europeia onde quarteirões inteiros estejam ainda dedicados a quarteis com guaritas a cair de podres, como em Lisboa?
Porque temos nós um peso de despesas com a defesa, relativamente ao PIB, que excedem os valores da maior parte dos nosso parceiros europeus?
A lista é longa mas eu já me alonguei bastante.
É preciso podar o Estado. Precisa-se, não de despedir os senadores, porque isso é uma figura de retórica, mas de liderança capaz de convencer os portugueses quanto essa poda é fundamental.
Discutamos, pois, a poda.
Caro Rui:
ResponderEliminarDizes que a redução de impostos "...nem é susceptível de convencer a maioria dos contribuintes".
Pois aí é que está a questão essencial.Uma coisa que devia ser óbvia, a redução de impostos, corre o risco de não convencer, dada a barreira de fogo que se instalou a favor da despesa pública e da consequente necessidade de mais impostos, para não aumentar o défice.
E quem é responsável por esta questão, que já é cultural no nosso país?
Muitos governos e governantes, mas também quem lhes dá o suporte para que continuem nessa política:os analistas encartados, os professores com espaço diário na comunicação social,muitas proeminentes figuras de partidos políticos. Englobei-os todos na figura de senadores. Enquanto a sua opinião vier a ser continuamente veiculada em exclusivo na maioria dos media, nada feito.
A questão da diminuição da despesa, que poucos aceitam, é uma questão cultural e é a cultura, infelizmente, dominante. Os resultados estão aí.
Por mim, vou fazendo a contra-cultura que posso!...
Caro Pinho Cardão;
ResponderEliminarImprima este seu postal e distribua pelos seus colegas de partido, pelos deputados, pelas sedes e delegações. Tomemos por adqurido que o PSD vai perder as próximas eleições. Se as vai perder, não corre o risco de as perder, por isso pode dar-se ao luxo de falar verdade, pode dar-se ao luxo de preparar o seu regresso ao poder com a única política que nos vai tirar da cepa torta, o desmantelamento do estado socialista em que vivemos.
Caro CCz:
ResponderEliminarDeixe-me, antes de mais, felicitá-lo,pelo seu blog, e pelas palavras introdutórias que escolheu. De facto, "os países não se deslocalizam e precisam de gente e empresas competitivas", como muito bem refere.
Mas se os políticos profissionais também o dizem, pouco fazem para o atingir, porventura por viverem num mundo muito afastado da vida normal de gente normal.
Por mim, estou bastante pessimista. Pois se até o Dr. Eduardo Catroga, homem com enorme experiência da vida empresarial, e que muito estimo, mas que, logo após a 1ª Reunião do Grupo que vai redigir a moção de estratégia do Dr. Marques Mendes, vem dizer que a diminuição da carga fiscal deve esperar que a despesa baixe, como se isso não fosse uma impossibilidade e um paradoxo, face ao impulso que o contínuo aumento de impostos traz ao aumento da despesa!...
O lobby da despesa é poderosíssimo Pinho Cardão.
ResponderEliminarConvém não esquecer que foi esse lobby, brilhantemente capitaneado pelo Presidente Sampaio, que fez a vida negra a Manuela F. Leite quando tentou, com empenho, travar o crescimento da despesa pública em 2002/2003.
A famosa expressão "há mais vida para além do Orçamento" queria significar, tão somente, "deixe-nos continuar a gastar que sabe tão bem".
Pela minha parte, já perdi a esperança de ver este assunto correctamente entendido pelo "establishment", como agora se comprova com mais esta intervenção de Eduardo Catroga.
Vamos, infelizmente, ter de esperar pelo próximo e sério arrefecimento da economia para perceber que estamos errados.
Mas então já será tarde.
Caro Tavares Moreira:
ResponderEliminarTens razão. Mas é preciso continuar a avisar a malta!...
Caro Pinho Cardão
ResponderEliminarEscreveu este texto na sexta feira.
Já tinha lido uma entrevista no SOL do dia seguinte?
António Alvim
Caro Reformista:
ResponderEliminarSe foi na véspera...
Mas, se me disser de que entrevista se trata, vou ler!...
Caro Reformista:
ResponderEliminarPelo que conclu� do seu blog, trata-se da entrevista a Dias Loureiro.
N�o creio que se conclua que Dias Loureiro contraria a baixa dos impostos. N�o quis foi contrariar totalmente Eduardo Catrooga, membro do Grupo de Trabalho. Mas disse que o Cooredenador ela ele.