A Câmara Muncipal e a Assembleia Municipal de Óbidos decidiram rever o Plano Director Municipal com o propósito de reduzir os índices de construção de empreendimentos turisticos no território daquele município, objecto de um surto de procura de investidores pela excelência da sua costa.
É um sinal muito importante, que importa registar pelo que tem de inédito mas sobretudo pela inteligência que revela o jovem e dinâmico presidente do executivo camarário, Telmo Faria.
Justificando a medida, Telmo Faria disse esta coisa simples mas pouco habitual de se ouvir: «face à procura muito elevada [para a construção de empreendimentos turísticos] percebemos que se aprovássemos tudo íamos dar cabo disto».
O "tudo" a que o presidente da Câmara se referia eram as 39 mil camas turísticas previstas no PDM que agora nessa parte ficará suspenso, a grande maioria delas a instalar ao longo do litoral do concelho.
Percebeu-se ali que a valorização dos territórios não se faz pela massificação da sua ocupação. Não se cria riqueza, sustentavelmente, só porque se constrói muito. Bem pelo contrário. A prazo, a perda de qualidade dos espaços pelo excesso de edificação, a pressão sobre os recursos e a insuficiência e mau dimensionamento das infra-estruturas, acaba com a ilusão.
Esta percepção não é coisa pouca num País pouco cuidadoso com o ordenamento do seu reduzido território.
Oxalá que a atitude tenha efeitos contaminatórios.
Por isso se regista e saúda aqui a clarividência de Telmo Faria.
Ora aí está mais uma atracção turística: um autarca que não é ladrão.
ResponderEliminarO Municipio de Óbidos tem sido para muitos autarcas um bom modelo de gestão territorial: Tem uma estratégia do sector turístico que fará inveja aos restantes 307 executivos camarários portugueses.
ResponderEliminarPor isso esta iniciativa merece um fortíssimo aplauso e o presente post a sua publicação no blogue Beira Medieval.
Um abraço
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJosé Mário
ResponderEliminarSão estes bons exemplos que deveriam ser extensivamente notícia. Uma decisão corajosa e responsável que merece ser apluadida.
Muitas vezes tenho dito que construir betão não é sinónimo de desenvolvimento, muito pelo contrário é muitas vezes o espelho de pura e dura especulação.
Manter e promover a qualidade e a sustentabilidade de territórios é obra difícil neste País, mas nunca é tarde para aprendermos.
Aos interessados sobre a temática do desenvolvimento regional, recomendo um texto crítico da autoria da Claúdia Quelhas.
ResponderEliminarPor isso Óbidos tem conseguido manter-se tão bonita e atractiva, apesar do notório desevolvimento. Um bom exemplo, sem dúvida. E o festival do Chocolate, que maravilha...
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