Ouvi ontem no programa de Maria Elisa o testemunho de um homem, hoje com 83 anos, cuja vida teve uma reviravolta total quando teve que deixar Angola. Pertencia a uma família abastada, era campeão de vela, tinha uma empresa próspera, enfim, uma vida confortável. Perdeu tudo e a vida cá não lhe deve ter corrido de feição, porque ainda vive no andar que tinha comprado em Portugal, por mera segurança, um pequeno apartamento nem percebi ao certo aonde, subsiste com a pensão mínima, dá explicações de inglês e ainda vende livros de porta em porta.
Mantém um porte altivo e fala com tranquilidade, sem o tom resignado dos “coitadinhos” mas com a frieza dos que aceitam o que não parece ter remédio. E explicou de uma forma muito simples como conseguiu enfrentar a mudança brutal do seu padrão de vida e das suas expectativas sem, ao menos na aparência, se tornar numa pessoa amarga e queixosa: “Tento seguir um lema. Quem não pode o que quer, deve querer o que pode”.
Fiquei a pensar naquilo, naquelas duas faces da moeda, uma complementaridade tão importante que pode fazer a diferença entre ser feliz ou infeliz. É preciso lutar pelo que se quer, ou seja, querer alguma coisa a ponto de se tentar tudo para a obter até se alcançar ou até ser evidente que não se chega lá. Mas quando - ou enquanto – não se concretiza esse sonho, não se deve desprezar o que se tem, aumentando um vazio que vai minando as forças até que já não se deseje nada nem pareça que alguma vez se conseguiu alguma coisa.
Mantém um porte altivo e fala com tranquilidade, sem o tom resignado dos “coitadinhos” mas com a frieza dos que aceitam o que não parece ter remédio. E explicou de uma forma muito simples como conseguiu enfrentar a mudança brutal do seu padrão de vida e das suas expectativas sem, ao menos na aparência, se tornar numa pessoa amarga e queixosa: “Tento seguir um lema. Quem não pode o que quer, deve querer o que pode”.
Fiquei a pensar naquilo, naquelas duas faces da moeda, uma complementaridade tão importante que pode fazer a diferença entre ser feliz ou infeliz. É preciso lutar pelo que se quer, ou seja, querer alguma coisa a ponto de se tentar tudo para a obter até se alcançar ou até ser evidente que não se chega lá. Mas quando - ou enquanto – não se concretiza esse sonho, não se deve desprezar o que se tem, aumentando um vazio que vai minando as forças até que já não se deseje nada nem pareça que alguma vez se conseguiu alguma coisa.
e não será que às vezes, as pessoas pensam que o querem é o mais importante, e não é ...(pergunto)
ResponderEliminara sociedade de consumo trata de nos "indicar" o caminho. Um MAU caminho....
Já embarquei nesse "barco", na minha vida, em tempos...(mundos e fundos !!!)
Hoje, já não caio dessa escada.
Cheguei à conclusão, que garantido o necessário para vivermos, o mais importante é termos saúde, amigos e os nossos familiares.
Só não me resigno com a Injustiça, e sobretudo com o sofrimento dos outros, qq seja a forma que assuma.
este é o meu jeito de ser ....
Cara Dra. Suzana Toscano.
ResponderEliminarEm primeiro lugar quero dizer-lhe que senti a falta da sua escrita;
E em segundo lugar, dizer-lhe que talvez esta frase de Voltaire ilustre bem o modo de estar do personagem que nos descreve.
"Não é a nossa condição social, mas a qualidade da nossa alma que nos torna felizes.” Voltaire.
Antes de tudo, desejo assinalar com muita satisfação o saudoso regresso da cara Drª. Suzana, ilustrando com uma dedicada canção de Leonard Coen:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=Swl2bETKqWg
Em seguida, desejo comentar o lema do tenaz octogenário:
Querer somente o que se pode querer, é em minha opinião e sobretudo, não desejar mais do que nos é permitido alcançar, sem que para tanto seja necessário retirar aos outros.
Feliz retorno cara Suzane
;)
Caros amigos, como todos sabemos o 4r tornou-se um saudável vício e só mesmo por impossibilidade é que ando por fora de vez em quando. Mas animação não falta por aqui!
ResponderEliminarCara Pezinhos, enquanto não nos fecharmos no nosso pequeno círculo pessoal e repararmos nas injustiças e no sofrimentos dos outros, teremos uma saudável insatisfação. Mas concordo consigo,essas são as condições necessárias e suficientes para nos considerarmos entre os felizes.
Caro jotaC, bela frase essa de Voltaire, já vai sendo raro referirmo-nos à alma.
Caro Bartolomeu, obrigada pela música, adivinhou que sou uma grande fã de Leonardo C., já incluí esta na "pasta" das músicas aqui no computador :)