quarta-feira, 21 de maio de 2008

“Aspirina e Poluição”...

Não tenho grande receio em andar de avião, até, porque, frequentemente, chego a adormecer mesmo antes de levantar voo! Das duas uma, ou é alguma falta de oxigenação que ataca o meu cérebro, ou, então, este quer “desligar-se” de qualquer coisa. Mas, adiante. O que me incomoda mais é a falta de espaço. Apesar de não preencher os critérios de ser um “avantajado”, sinto-me apertado e não sei onde meter as pernas.
Há já algum tempo foi descrito um novo síndroma, denominado da “classe económica” que, segundo alguns autores, é uma designação errada, já que pode atacar os passageiros da classe executiva e, até, mesmo os que viajam noutros meios de transporte. Afinal, tudo se resume à formação de pequenos trombos nas veias das pernas devido à imobilização das mesmas. Assim, quanto maior for o tempo da viagem sem mobilização dos membros inferiores maior é o risco de vir a sofrer uma “trombose venosa profunda” a qual pode libertar trombos capazes de se alojarem nos pulmões, podendo, nalgumas circunstâncias, provocar a morte. Para evitar tal situação recomenda-se várias práticas que vão desde a utilização de meias elásticas, movimentos com contracção dos músculos das pernas, tentar andar pelo corredor, uso de aspirina, e até mesmo de anticoagulantes, sobretudo nas pessoas de elevado risco, caso de idosos ou quem tenha sido sujeito a cirurgia.
A par da situação já descrita, veio agora juntar-se mais alguns dados novos. Ou seja, novas “causas” para a denominada “trombose venosa profunda”.
A poluição atmosférica tem sido ultimamente responsabilizada por vários problemas, caso de acidentes cardiovasculares, nomeadamente enfarte do miocárdio. Pois bem, tudo aponta para que as pessoas que habitem, ou trabalhem, em zonas poluídas corram riscos acrescidos de virem a sofrer “trombose venosa profunda” semelhante ao já definido “síndroma da classe económica”. E o risco não é nada pequeno, chega a ser 75% superior nas áreas mais poluídas! Deste modo, o que poderá ser feito para as pessoas que respiram ar poluído? Mexerem as pernas? Já as mexem! Às tantas, os autarcas das zonas mais poluídas das suas cidades ainda vão começar a distribuir meias elásticas ou aspirinas para prevenirem o problema. Como para o ano vai haver eleições, aqui está um bom mote para a campanha eleitoral. “Pela minha parte comprometo-me a oferecer a todos os munícipes das zonas poluídas um par de meias elásticas e uma caixa de aspirinas para prevenir a síndroma da classe económica”.
Como andamos a sofrer “embolias” de vários tipos sempre é uma ajudita...

7 comentários:

  1. Lembro-me de uma rábula de revista, com a saudosa Ivone Silva, em que ela dizia "isto já lá não vai com palmas, Carlos"
    Referindo-se aos mega-comícios e aos inflamados discursos de Palma Carlos.
    Neste caso, caro Professor Massano Cardoso, parece-me que aquestão já não se resolve com aspirinas e meias...
    não me refiro às embolias, mas sim à conquista das eleições. Lembro-me de um candidato ha uns anos atrás que resolveu oferecer em campanha, caso fosse eleito, um Ferrari a cada português. O resultado como todos sabemos, não foi o desejado pelo candidato, logo, podemos concluir que o povo votante é superiormente esclarecido e não embarca em promessas...

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  2. É verdade Bartolomeu!

    ..."não embarca em promessas" mas não deixa de correr riscos de fazer vários tipos de "tromboses"! Com tanta poluição que anda por aí...

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  3. Tem muita razão caro Professor, entre os vários tipos, ou géneros de poluição, não sei qual é a mais maléfica, se a que provoca trombos, ou a que identifica os trambolhos.
    Vamos ver se essas "aspirinas" surtem efeito.
    Ou se o médico vai ter de optar um tratamento mais radical e obriga-los a ir andando...

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  4. Caro Professor Massano Cardoso:

    Até parece que hoje é o dia do São Síndroma!
    A ilustre Dra. Suzana Toscano, no post precedente, veio-nos falar sobre o síndroma de Diógenes que, confesso, nunca pensei que estivesse associado a pessoas que arrecadam coisas inúteis…
    Agora o caro Prof. vem dizer-nos que o síndroma económico está associado ao exíguo espaço da classe económica dos aviões? E eu a pensar que tal síndroma tivesse mais a ver com os “trombos” que fico nos olhos quando meto gasolina, ou quando pago as contas do supermercado…
    Peço-lhe que releve a minha ignorância caro Professor, mas infelizmente para mim, os meus síndromas têm quase todos a ver com cartões de débito e de crédito, e chegam até a provocar-me insónias! Será que não há já inventado um nome de um síndroma que se aplique ao meu caso?
    Mas estou de acordo com a terapêutica das meias de descanso, principalmente nas hospedeiras de longo curso, coitadinhas, tantas horinhas ali a servir moet chandon aos “prensados” passageiros e ainda levar com o fumo dos cigarritos dos ministros...
    :)

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  5. Este síndrome devia dar direito a subsidios para viajar em top executive! É que nas viagens longas, nesses aviões que não se lembram que as pessoa têm pernas, chega a ser um tormento, deviam cobrar só metade do biçhete porque afinal o espaço é só metade do necessário. Mas às vezes, por muito que seja o espaço, é sempre pouco para alguns "voadores". Uma vez fui aos EUA e ao meu lado no avião ia um casal de recem casados,saídos da boda para a viagem de lua de mel. Ele era um jovem filho de emigrantes portugueses que veio à terra buscar a noiva e deve ter sido um namoro à distância porque pouco faltou para o rapaz consumar o casamento ali mesmo, apesar dos empurrões que ela lhe dava para lhe conter a impaciência! Nunca um avião me pareceu tão exíguo como nessa viagem, tive que vir a maior parte do tempo no corredor para os deixar mais à vontade...

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  6. "Síndroma de recém-casado"! É muito violento...

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  7. Sim senhores, também já ouvi dizer que o sindroma de recém-casado, lá bem no alto (a 10.000 pés?) é bem tramado...

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