Vem sendo repetido à exaustão que o equilíbrio das contas públicas é condição necessária ao crescimento económico. Daí, a recusa da descida de impostos, enquanto o “equilíbrio” orçamental não estiver reposto.
De tão repetidas, estas afirmações foram geralmente assimiladas como verdade absoluta e indiscutível: constituem mesmo um dos dogmas do nosso ritual político. Acontece que elas se contradizem nos termos e nos efeitos.
A primeira afirmação é verdadeira, se, e só se, o equilíbrio se fizer pelo lado da despesa pública, diminuindo-a. Acontece que esse “equilíbrio” se vem conseguindo predominantemente pelo lado da receita, pelo que, em vez de propiciar crescimento, induz apenas recessão. Porque o crescimento não resulta do equilíbrio das contas públicas, mas da capacidade de iniciativa, de investimento e de consumo privados. O permanente apelo a novos e mais impostos cerceia essa capacidade, com os resultados que estão à vista. Nestes termos, a afirmação é, pois, completamente falsa.
Da forma como o Governo tem actuado, e os bem pensantes apoiam, o equilíbrio das contas públicas vem tendo efeitos perversos, promovendo apenas e unicamente a crise.
A primeira afirmação é verdadeira, se, e só se, o equilíbrio se fizer pelo lado da despesa pública, diminuindo-a. Acontece que esse “equilíbrio” se vem conseguindo predominantemente pelo lado da receita, pelo que, em vez de propiciar crescimento, induz apenas recessão. Porque o crescimento não resulta do equilíbrio das contas públicas, mas da capacidade de iniciativa, de investimento e de consumo privados. O permanente apelo a novos e mais impostos cerceia essa capacidade, com os resultados que estão à vista. Nestes termos, a afirmação é, pois, completamente falsa.
Da forma como o Governo tem actuado, e os bem pensantes apoiam, o equilíbrio das contas públicas vem tendo efeitos perversos, promovendo apenas e unicamente a crise.
No entanto, analistas, professores de economia, comentadores, os próprios media em artigos de fundo, não se cansam de defender a política oficial, clamando por mais crescimento e, ao mesmo tempo, fechando os olhos a cada vez mais despesa pública e ignorando, ou mesmo justificando, o continuado aumento dos impostos, que impedem o crescimento. Uma perfeita contradição, tanto mais que a poupança privada a nada pode obviar, por há muito estar no vermelho.
A cultura instalada vai fazendo persistir no erro e impedir novas políticas. Porque, para a cultura instalada, que vive normalmente à conta, contradições não importam, já que o crescimento do Estado é o seu próprio crescimento económico.
No dia em que deixar de ouvir expressões como:
ResponderEliminar"O cofre do estado" ;
"Receitas do estado";
"O aeroporto dá lucro";
"O estado é o motor da economia";
"Há 17 mil mios de fuga ao fisco";
"A fuga faz os outros pagar mais";
e coisas do género que ouço de TODOS os partidos, aí haverá esperança. Até lá, caro Pinho Cardão, que decretem os impostos que entenderem que depois o pessoal logo vê se os paga...
"Porque para a cultura instalada que vive normalmente à conta"
ResponderEliminarDesculpe repeti-lo e com o prejuízo de agitar um pouco mais, mas, com a argumentação óbvia que apresentou, só por razões de conveniência directa se justifica tanta argumentação e práticas contrárias.
A seriedade intelectual seu se lixe
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarVoltas ao mesmo. E eu subscrevo o que dizes.
Nomeio-te Ministro das Finanças ou, se preferires, Primeiro-Ministro.
O que é que fazes? Baixas os impostos. Essa já sei.Pela minha parte, agradeço antecipadamente.
E depois?
Excelente análise e lapidar conclusão ("Porque, para a cultura instalada, que vive normalmente à conta, contradições não importam, já que o crescimento do Estado é o seu próprio crescimento económico").
ResponderEliminarPara a nomenklatura, altamente dependente do Estado e daquilo que representa, o importante, o fundamental, o essencial é que o monstro continue a devorar tudo e quase todos de forma a saciar o seu cada vez maior apetite.
Para a nomenklatura justificar o injustificável, apoia-se em chavões como: estado social, direito à educação gratuita, investimento público, etc, etc, etc.. como se fosse estas as suas reais e verdadeiras motivações... e como se tal fosse de possível concretização...!
Enfim...
Portugal é tão democrático e tão liberal que, hoje, os pais não podem escolher a escola dos seus filhos! Espantoso!
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarVolto porque acabo de ouvir M Ferreira Leite a dizer, contestando P Passos Coelho, que
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M F L -"é fácil propor baixar impostos sem dizer qual é a contrapartida..."
Entrevistadora - Quer dizer com isso que a afirmação (de P Passos Coelho) é demagógica?
M F L - "É."
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Com esta posição, que reafirma as suas posições anteriores sobre oa ssunto, MF L perdeu hoje as eleições?
Caro Tonibler:
ResponderEliminarOs impostos devem ser equitativos; a razão da grande fuga fiscal é que as pessoas não os sentem como tal.
Caro Rui:
O que eu preferia mesmo era ser Presidente da República, o único cargo político verdadeiramente apetecível!...
Claro que demitiria qualquer governo que não baixasse os impostos e a despesa pública, a que deve baixar, obviamente.
E depois?
Asseguro-te que a probabilidade de ficarmos melhor ou muito melhor seria superior a 99,999%!...
Pois se com o receituário clássico só temos piorado...
Quanto às ideias de MFL sobre os impostos, sabes a minha opinião, pois tenho-a dito e acabei de repetir o que penso.
Quanto a perder ou ganhar eleições, há muitos mais vectores em jogo que condicionarão os resultados....
Caro Fartinho:
Muito obrigado.
E tem toda a razão no que diz!...
Caro Pinho Cardão,
ResponderEliminarNão existe "fuga ao fisco". O que existe são formas de pagamento diferido, porque quem não paga de um lado paga de outro, com vantagens para a recolha de impostos.
"Claro que demitiria qualquer governo que não baixasse os impostos e a despesa pública"
ResponderEliminarOh Pinho Cardão!
Tu fazias lá uma coisa dessas se a Manuela fosse PM?
Caro Rui:
ResponderEliminarE MFL não faria uma coisa dessas se eu fosse PR?
Abrenuntio!...