quarta-feira, 28 de maio de 2008

O resultado do acordo ortográfico visto pelo Times

“It is really remarkable that a European colonial power changes its spelling to match that of a colony"
.
Remarkable, indeed...

14 comentários:

  1. De facto....
    Sem comentários!

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  2. Como as notícias de Portugal nesses orgãos de comunicação são habitualmente escritas por portugueses, o que é remarkable é a forma como um jornalista viola todas as regras da sua profissão. Vinha assinada a notícia?

    Isto independentemente de se concordar ou não com um acordo que não passa de "vapor"

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  3. Anónimo11:42

    Vinha assinada, sim. Por um tal Bernhard Warner que passa por ser jornalista freelancer em Roma dedicado às questões da tecnologia (aliás o artigo é a propósito da adopção do português nas aplicações informáticas).

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  4. Lapidar. E triste.
    Vou linkar.

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  5. Ah, então é do ponto de vista informático. É diferente.

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  6. Pois é amigo Tóni, trata-se do ponto vista informático.

    O engraçado é que se fosse do ponto de vista de um linguísta, a conclusão seria a mesma.

    É, efectivamente, notável o colonizador adoptar a língua do colonizado, «malista meta te charitôn kai eutrapelôs» Tucídides na Guerra do Peloponeso.

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  7. Onde é que está escrito que um povo ex-colonizado não pode fazer coisas melhor que o ex-colonizador?
    Complexos???

    Mas já agora uma dúvida. Esse tal de acordo (mas não estou a dormir...) vai ser aprovado (ou foi) na AR. Temos lei, então.
    Quais vão ser os castigos para quem incorrer em incumprimentos?
    Ficaremos só pelas reguadas?

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  8. Não, camarada Anthrax, do ponto de vista linguístico não seria uma conclusão, seria uma opinião. Do ponto de vista informático, haverá uma materialização, de facto, de um padrão. Do ponto de vista linguístico, a mera existência de um padrão em Portugal já é discutível, quanto mais no mundo. Embora haja quem jure que bate no teclado com pronúncia do Norte...

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  9. Reporto-me, com sua licença, ao seu comentário, caro tonibler...

    "Embora haja quem jure que bate no teclado com pronúncia do Norte..."

    Bem, não me admiro nada que assim seja. Há anos, num curso sobre word, enquanto o formador falava do perigo dos vírus, uma formanda sugeriu que fosse usado um desinfectante à base de cloro, que matava tudo!...
    Agora, quanto à notícia, nós somos mesmo os maiores, conseguimos em tudo ser originais...
    :)

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  10. Caro SC,

    Presumo que não tenha de lhe explicar a importância do factor língua na constituição de um Estado. Penso que também não é necessário dizer-lhe que, aqui há um par de anos atrás, na Comissão Europeia os documentos de trabalho encontravam-se traduzidos em 3 línguas (Inglês, Francês e Alemão). Actualmente, encontram-se traduzidos em 4 línguas (Inglês, Francês, Alemão e Castelhano). Isto, basicamente, só para dizer que há Estados que não só defendem a sua língua, como também encorajam a sua aprendizagem, como língua estrangeira, em países terceiros (como é, por exemplo, o caso do Castelhano nos países do norte da europa).

    Independentemente deste detalhe, vamos lá ver essa coisa do "ex-colonizado" e do "ex-colonizador"; como sabe o EUA eram uma colónia Inglesa, mas nem por isso já assistiu à integração do inglês americano no inglês britânico e no entanto, embora sendo inglês, os dois são diferentes, não só, em termos de sotaque, como também, em termos ortográficos. Para verificar isso, basta abrirem um dicionário de Inglês/inglês vão encontrar inúmeras palavras que podem ser escritas de duas maneiras, ambas correctas, e que diferenciam um inglês do outro. Não se trata de um ser melhor que o outro. Trata-se de serem diferentes e de essa diferença ser respeitada.

    Camarada Tóni,

    Uma conclusão é o resultado final de qualquer coisa que foi previamente sujeita a uma introdução e a um desenvolvimento. Tanto quanto eu saiba, até quando se dá uma opinião existe uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão. É uma questão de estrutura e não de conceito.

    Assim sendo, e se tiver lido o artigo, verificará que a frase utilizada na citação pertence a um perito em linguística e que os peritos (sejam eles quais forem) não dão opiniões, dão pareceres. Quem dá opiniões é o comum dos mortais que, por norma, não tem nem as habilitações académicas, nem o conhecimento, nem o acesso à informação específica que é necessária para se proceder a análises e emitir pareceres.

    Eu aqui no blog dou opiniões, no meu local de trabalho, analiso e se estiver a fazer um trabalho para a Universidade não afirmo "um boi" que não possa ser devidamente sustentado e validado.

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  11. Anónimo22:27

    Eia!
    Posso subscrever, Anthrax?

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  12. SC,

    O protocolo que aprova o acordo ortográfico de 1991 (o "actual" acordo o.) foi aprovado na Assembleia da República.

    Mas AINDA não temos lei, para termos lei é necessário que o Presidente da República promulgue o diploma, que depois se dê a referenda do Governo e que, por fim, o diploma seja publicado no Diário da República. E ainda há a ter em conta o prazo da «vacatio legis» (período entre a publicação e a entrada em vigor do diploma.

    Castigos? Não teria lógica serem aplicadas penalizações a quem não cumprisse (ou não cumpra) as disposições do acordo ortográfico, caso este entre em vigor na ordem interna (Portugal). Afinal, assim teriam de ser também aplciadas penalizações a quem desse todo o tipo de erros ortográficos. Porque se trataria disso mesmo, erros ortográficos.

    Mau seria se todas as normas fossem imperativas ou injuntivas.

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  13. Camarada Anthrax,

    Refazendo, do ponto de vista informático estamos a falar de factos técnicos, do ponto de vista linguístico de realidades culturais. Independentemente do homem ser especialista em calcetaria marítima ou não.
    Porque, camarada Anthrax, o que governa o mundo são as opiniões dos ignorantes, não são os pareceres dos especialistas.

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  14. Caro JMFA,

    Pois claro que pode subscrever! É sempre um prazer quando isso acontece. :)

    Camarada Tóni,

    Lamento mas não posso concordar com a sua diferenciação estática da coisa, pois se assim fosse não existiria a necessidade daquilo que se designa por tradução técnica e que por inerência implica a correspondência de vocabulário específico entre duas, ou mais línguas, dentro de uma determinada actividade. Por isso, meu querido amigo, não entendo que estejamos a falar de duas realidades diferentes sem qualquer ligação entre elas.

    Relativamente ao que governa ao mundo, uma coisa posso garantir-lhe; é que o mesmo não é governado pelas opiniões dos ignorantes, mas esse é um tema diferente, que nos obrigaria a ter de explicar como é que se formula uma opinião, depois distinguir aquilo que é uma opinião individual e aquilo que é uma opinião colectiva, o que são os "opinion makers", etc. Assim sendo meu caro, no fim disto tudo verificaria que, dificilmente, são as opiniões dos ignorantes que governam o mundo.

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