O povo aceita ou, melhor, aceitava com a maior naturalidade a doença e a morte, argumentando que “estava escrito”!
Sempre me fez uma grande confusão este comportamento, com o qual convivi durante a maior parte da vida e que ainda verifico, hoje em dia, quando falo com as pessoas de mais idade. Obviamente que a razão de ser deste fatalismo não se baseia em conhecimentos de natureza genética, mas sim numa educação religiosa, segundo a qual, à partida, o nosso destino estaria traçado lá para as bandas de cima! “Está tudo escrito no livro da vida. Não há volta a dar-lhe”! Ouvi esta lenga-lenga até à exaustão. Ainda ficava mais aborrecido quando vinham com a conversa da ressurreição lá para o fim dos tempos. Perguntava se as pessoas apareciam com os seus corpos doentes ou sãos e em que idade, a mesma quando morreram ou outra qualquer à escolha do cliente? E para que servia ressuscitar o corpo? Havia lugar para toda a gente? E o que é faziam a seguir? Enfim, perguntas fazia a torto e a direito, mas quanto às respostas, bá... não me convenciam!
A doença surge de um desequilíbrio entre a nossa constituição genética e o meio ambiente, condicionado pelo comportamento.
Estilos de vida saudáveis associados a uma dieta equilibrada e a mais exercício têm um efeito notável a nível genético. Ou seja, o factor genético pode modificar a sua expressão de uma forma dramática e até há pouco tempo impensável.
Um estudo recente permitiu verificar, ao fim de três meses de mudanças alimentares e de um exercício moderado, mudanças no funcionamento de centenas de genes, além da perda de peso, da redução da pressão arterial e melhoria de outros indicadores de saúde. O que é certo é que ocorreram mudanças da actividade de 500 genes, 48 foram ligados e 453 desligaram-se! A tal frase, “está tudo nos genes” tem que ser revista, porque é possível modificar a expressão genética que pode ser tanto responsável pela doença, quer pela promoção da saúde. A confirmar-se este achado, abrem-se novas e significativas esperanças mesmo para aqueles que já estão doentes, ao jogarmos com o “ligar e o desligar” de genes tão importantes na expressão da doença. Quem sabe, por exemplo, se certos “milagres” não resultam de modificações comportamentais, mais saudáveis, ou outros, capazes de alterar a expressão dos genes?
Este estudo abre novas perspectivas e lança esperanças na luta contra muitas maleitas, e a nível do “livro dos genes”! Afinal, é possível reescrever, a qualquer momento, o “livro da vida”, mesmo que seja contra a vontade de alguns... Ainda bem!
Sempre me fez uma grande confusão este comportamento, com o qual convivi durante a maior parte da vida e que ainda verifico, hoje em dia, quando falo com as pessoas de mais idade. Obviamente que a razão de ser deste fatalismo não se baseia em conhecimentos de natureza genética, mas sim numa educação religiosa, segundo a qual, à partida, o nosso destino estaria traçado lá para as bandas de cima! “Está tudo escrito no livro da vida. Não há volta a dar-lhe”! Ouvi esta lenga-lenga até à exaustão. Ainda ficava mais aborrecido quando vinham com a conversa da ressurreição lá para o fim dos tempos. Perguntava se as pessoas apareciam com os seus corpos doentes ou sãos e em que idade, a mesma quando morreram ou outra qualquer à escolha do cliente? E para que servia ressuscitar o corpo? Havia lugar para toda a gente? E o que é faziam a seguir? Enfim, perguntas fazia a torto e a direito, mas quanto às respostas, bá... não me convenciam!
A doença surge de um desequilíbrio entre a nossa constituição genética e o meio ambiente, condicionado pelo comportamento.
Estilos de vida saudáveis associados a uma dieta equilibrada e a mais exercício têm um efeito notável a nível genético. Ou seja, o factor genético pode modificar a sua expressão de uma forma dramática e até há pouco tempo impensável.
Um estudo recente permitiu verificar, ao fim de três meses de mudanças alimentares e de um exercício moderado, mudanças no funcionamento de centenas de genes, além da perda de peso, da redução da pressão arterial e melhoria de outros indicadores de saúde. O que é certo é que ocorreram mudanças da actividade de 500 genes, 48 foram ligados e 453 desligaram-se! A tal frase, “está tudo nos genes” tem que ser revista, porque é possível modificar a expressão genética que pode ser tanto responsável pela doença, quer pela promoção da saúde. A confirmar-se este achado, abrem-se novas e significativas esperanças mesmo para aqueles que já estão doentes, ao jogarmos com o “ligar e o desligar” de genes tão importantes na expressão da doença. Quem sabe, por exemplo, se certos “milagres” não resultam de modificações comportamentais, mais saudáveis, ou outros, capazes de alterar a expressão dos genes?
Este estudo abre novas perspectivas e lança esperanças na luta contra muitas maleitas, e a nível do “livro dos genes”! Afinal, é possível reescrever, a qualquer momento, o “livro da vida”, mesmo que seja contra a vontade de alguns... Ainda bem!
Postal super-interessante.
ResponderEliminar.
Vendo bem, talvez esteja em linha com a evolução das espécies, os genes activados reforçam certas mudanças e os desactivados inibem outras. Dessas mudanças permanentes, há uma roleta de mais ou menos adaptável à realidade.
.
Seria possível saber a origem do estudo?
Claro.
ResponderEliminarChanges in prostate gene expression in men undergoing an intensive nutrition and lifestyle intervention
Dean Ornish
Publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences - PNAS 2008 105: 8369-8374; published online on June 16, 2008, 10.1073/pnas.0803080105
http://www.pnas.org/cgi/search?fulltext=Dean+Ornish&submit.x=10&submit.y=7&submit=GO
Uauu,
ResponderEliminarMuito obrigado!!!
Caro Professor Massano Cardoso
ResponderEliminarSempre tive a ideia de que o "livro da vida" é um livro aberto, em permanente evolução, que nunca está fechado.
A ideia de fazer contas de somar e de subtrair com os genes em ordem a melhorar o estado de saúde ou de combater doenças é uma descoberta maravilhosa.
Mas sempre haverá quem não acredite nestas maravilhas, desconfie dos cientistas e olhe para o "livro da vida" como que uma "sentença de morte"!
Não acredita na Ressurreição de Cristo ?
ResponderEliminarA ressurreição releva da fé, não da ciência. É um dos mistérios, em que se acredita ou não, e que, de uma forma ou de outra, está patente em todas as religiões, como consequência natural do desejo de imortalidade. É uma metáfora, para significar de forma palpável essa mesma imortalidade, que será do espírito, não do corpo.
ResponderEliminarA Bíblia tem milhares de anos e foi naturalmente escrita tendo em conta os conhecimentos e cultura de então. Muitas correntes islâmicas interpretam o Corão de forma literal. Há muito que tal não acontece com a Bíblia nas Igrejas cristãs.
Que a morte está escrita no livro da vida, isso está, mas o que é facto é que a cência tem conseguido acrescentar muitas folhas a esse livro e, pelas inúmeras novidades que a decifração da genética nos tem trazido, há boas perspectivas de a vida se tornar numa enciclopédia. Assim evoluam também as ciências sociais que dêem solução para o envelhecimento das populações e para a convivência "saudável" de 4 ou 5 gerações!
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