Os últimos dias têm sido dramáticos em declarações de insolvência, aberturas de falência, despedimentos colectivos, encerramento de unidades de produção e redução de postos de trabalho. São pequenas e médias empresas. São multinacionais e grandes colossos empresariais. São marcas internacionalmente reputadas e líderes de mercado. Ninguém escapa. É impressionante a velocidade e a dimensão das imputações que estão a flagelar a economia real.
Cada dia que passa as previsões mais actualizadas de organismos mundiais credenciados sobre a redução dos PIB e o aumento do desemprego ou sobre a contracção do investimento e a contratação do consumo são ultrapassadas pelos acontecimentos.
Sendo avassaladora a multidão de desempregados que não pára de crescer, não é menos assustadora a brutal destruição de valor económico e social. Não é apenas a destruição do trabalho e dos equipamentos, de redes comerciais ou de mercados, é também todo um património de conhecimento aplicado que é interrompido, que se vai com o encerramento de unidades de investigação e inovação e com a paragem forçada de um movimento de criatividade. É uma perigosa ferida que se abre na periclitante coesão social e é o apelo ao desespero e à revolta. Pode ser, a bem dizer, um duro golpe no caminho das coisas boas do progresso, no caminho que permitiu ao longo de muitas décadas descobertas fundamentais para o bem estar da humanidade.
A mudança está em curso, sem sabermos ao certo qual a sua direcção, mas em face de uma tal dimensão dos acontecimentos ficam receios e dúvidas de como será realmente o futuro?
Cada dia que passa as previsões mais actualizadas de organismos mundiais credenciados sobre a redução dos PIB e o aumento do desemprego ou sobre a contracção do investimento e a contratação do consumo são ultrapassadas pelos acontecimentos.
Sendo avassaladora a multidão de desempregados que não pára de crescer, não é menos assustadora a brutal destruição de valor económico e social. Não é apenas a destruição do trabalho e dos equipamentos, de redes comerciais ou de mercados, é também todo um património de conhecimento aplicado que é interrompido, que se vai com o encerramento de unidades de investigação e inovação e com a paragem forçada de um movimento de criatividade. É uma perigosa ferida que se abre na periclitante coesão social e é o apelo ao desespero e à revolta. Pode ser, a bem dizer, um duro golpe no caminho das coisas boas do progresso, no caminho que permitiu ao longo de muitas décadas descobertas fundamentais para o bem estar da humanidade.
A mudança está em curso, sem sabermos ao certo qual a sua direcção, mas em face de uma tal dimensão dos acontecimentos ficam receios e dúvidas de como será realmente o futuro?
Parece não se vislumbrar um fim para este estado de “caos” em que nos encontramos, que lentamente nos está a conduzir para uma depressão colectiva. Mesmo aqueles que mantêm os seus empregos, interrogam-se sobre “o amanhã” e como é que tudo isto vai acabar. A política económica da maior economia do mundo parece começar a olhar apenas para o seu próprio umbigo, fomentando medidas proteccionistas, que não auguram bom futuro para o resto do mundo. O sonho da Europa “una”, da Europa sem barreiras económicas, da Europa sem fronteiras, da Europa das oportunidades para todos, parece ser, isso mesmo, um sonho, atente-se nas manifestações dos ingleses a reivindicarem os empregos apenas para si próprios, boicotando o acesso aos estrangeiros.
ResponderEliminarPodia desfiar aqui um rosário de exemplos que fundamentam o estado caótico e depressivo em que nos encontramos.
Depois, para nosso azar, instalou-se este clima de suspeição sobre tudo e todos (digamos que em abono da verdade!), que dá vontade de gritar bem alto: aqui del-rei! aqui del-rei! Quem nos acode!
A situação é tão desanimadora que nem o dom sebastião nos vale!
A situação actual tem várias leituras. A mais imediata, pelo menos no que respeita a Portugal, é que os empregadores estão a aproveitar-se muito bem desta oportunidade para se verem livres de trabalhadores que tinham contratos mais rígidos, possibilitando a contratação posterior de trabalhadores em condições mais precárias. Estamos cá para ver se muitas das anunciadas falências não serão fraudulentas.
ResponderEliminarPode dizer-se que o grande sonho dos patrões, a liberalização dos despedimentos, que não conseguiram alcançar com o Código do Trabalho, chegou pela via da crise financeira. Parabéns aos patrões. Mas não se esqueçam de redobrar a segurança. Uma onda de assaltos a sério pode vir por aí.
Claro que há uma leitura mais profunda. A migração explosiva dos campos para as cidades não foi uma boa estratégia social. Quem abandona o alimento que podia encontrar no campo, não fica seguro de que consiga encontrá-lo na cidade.
Concordo consigo, Margarida, o post analisa as consequências profundas deste movimento sísmico e custa de facto a acreditar no que desfila todos os dias perante os nossos olhos, em particular empresas de referência, exemplos de modernidade e de gestão de recursos (também humanos, seria de supor) que agora caem como castelos de cartas. Estou em crer que se tantos fizeram tantos erros, ou mesmo tanto mal, porque esperaríamos que mudassem de atitude agora?
ResponderEliminarCaro jotaC
ResponderEliminarO que há uns meses nos perecia razoavelmente seguro deixou de o ser. De repente, tudo mudou! Que referências temos agora?
Por um lado, é necessária confiança para suportarmos a crise e a ultrapassarmos, mas por outro lado estamos atónitos e assustados com a economia e com as suas consequências, em particular o desemprego. Deste ponto ao caos é um passo, como o Caro jotaC bem enfatiza.
O proteccionismo do plano de estímulo económico de Obama, ainda em discussão, é motivo de preocupação para o resto do mundo. Pode ser um perigoso precedente para destruir a conquista do comércio livre a nível global e dificultar a recuperação da economia à escala mundial. Esta matéria ainda vai dar muito que falar e Obama arrisca-se a perder o brilho da esperança.
Caro Jorge Oliveira
O aproveitamento de que fala é vergonhoso, a demonstrar o oportunismo reprovável e, mais do que isso, a ausência de total responsabilidade social por parte dos empresários, justamente num momento em que deveríamos vestir a camisola da solidariedade. Vivemos num país do vale tudo. Não temos que nos admirar, mas perante a crise o país não deveria tolerar comportamentos dessa natureza.
Suzana
Tocou com o dedo na ferida. Porque esperamos que quem cometeu os erros mude agora de atitude? Mas por também ser assim, este seria um bom momento para mudar!