O Diário da República nunca foi um dos meus jornais preferidos e só muito violentado e em desespero de causa o leio. E penso que, quem por missão ou profissão tem que o ler devia mesmo ter um subsídio especial de trabalhos forçados. Mas às vezes encontram-se por lá umas cenas pitorescas, como a que um amigo me fez chegar através do D.R. 2ª Série, nº 225 de 19 de Novembro. D.R. esse que traz um grande número de nomeações feitas pelos novos membros do Governo, claro está para colaboração no “meu gabinete”, frase que define missões de elevada responsabilidade e íntima confiança política: secretárias, adjuntos, assessores, etc.
Mas se assessor a mais ou a menos já não faz mossa, uma nomeação chama particularmente a tenção: a contratação de um cidadão “para exercer as funções de distribuidor no meu gabinete”. Portanto, um distribuidor da confiança política e pessoal do Secretário de Estado.
Um grande distribuidor! Dei por mim a matutar sobre que preclara e distinta função seria essa.
Distribuidor de trabalho não me parece, pela própria natureza do conceito e do lugar.
Distribuidor de envelopes ou malas com dinheiro, também não, pois vêm sempre de fora para dentro e a distribuição de dentro para fora reveste outras características.
Distribuidor de preservativos, não, pois o Ministério não é uma escola de ensino básico. Distribuidor de produtos herbalife nutricionais para controle de peso, kit básico e concentrado, também não me parece, e seria mais próprio do Ministério da Saúde
Distribuidor de bacalhau, pizzas e caldo verde, não me parece ainda, competiria mais à Solidariedade Social.
Também poderia tratar-se de distribuidor de sabão anti-bacteriano por infra-vermelhos, mas o pessoal não teme a gripe A, não haveria consumidores.
Mas se assessor a mais ou a menos já não faz mossa, uma nomeação chama particularmente a tenção: a contratação de um cidadão “para exercer as funções de distribuidor no meu gabinete”. Portanto, um distribuidor da confiança política e pessoal do Secretário de Estado.
Um grande distribuidor! Dei por mim a matutar sobre que preclara e distinta função seria essa.
Distribuidor de trabalho não me parece, pela própria natureza do conceito e do lugar.
Distribuidor de envelopes ou malas com dinheiro, também não, pois vêm sempre de fora para dentro e a distribuição de dentro para fora reveste outras características.
Distribuidor de preservativos, não, pois o Ministério não é uma escola de ensino básico. Distribuidor de produtos herbalife nutricionais para controle de peso, kit básico e concentrado, também não me parece, e seria mais próprio do Ministério da Saúde
Distribuidor de bacalhau, pizzas e caldo verde, não me parece ainda, competiria mais à Solidariedade Social.
Também poderia tratar-se de distribuidor de sabão anti-bacteriano por infra-vermelhos, mas o pessoal não teme a gripe A, não haveria consumidores.
Ocorreu-me então que, tratando-se do Ministério que administra as polícias, talvez a distribuição pudesse ser de paint-balls, de modo a marcar os ladrões que são presos e logo libertados; mas não, atentaria contra os direitos humanos.
Num último e reflexivo esforço, creio ter encontrado a solução: sendo o novo Orçamento um Orçamento redistribuidor, não tem mesmo que haver um distribuidor?
Num último e reflexivo esforço, creio ter encontrado a solução: sendo o novo Orçamento um Orçamento redistribuidor, não tem mesmo que haver um distribuidor?
Sensata, pois, e justificada nomeação. E o distribuidor, o primeiro beneficiário!...
Ou então, talvez, um distribuidor de sucata socialista!!
ResponderEliminarEste "distribuidor", fez-me lembrar o "apontador" do Jardim Zoológico... aquele que tem por incumbência, garantir que o elefante não falhe a pontaria, quando se pretende aproveitar o cio da elefanta...
ResponderEliminarAhahaha!
ResponderEliminarSó o caro Bartolomeu!!!!!
Caro Pinho Cardão:
ResponderEliminarGostei! Que sentido de humor!
Rir é saudável! O Caro Pinho Cardão está a contribuir para o meu bem estar! :) :)
Há quem lhes chame muitos nomes: afilhado, sobrinho, protegido, adjunto. Agora distribuidor é que nunca!
ResponderEliminarDistribuidor tem mais a ver com jornaleiros, cauteleiros ou leiteiros! Ou seja: quiosques, vacarias...
Meu caro Bartolomeu, olhe que há pessoal dos gabinetes governamentais que lê este blogue. Não lhes dê ideias, não lhes dê ideias...
ResponderEliminarPois se lêem, caro Dr. José Mário, ou são fracos leitores, ou fracos imaginadores, é que... se o fazem (só)como penitência, mais valia que ocupassem o tempo a ler o "borda d'água". Ao menos ficavam a conhecer a época em que se devem semear os nabos.
ResponderEliminarCaro Bartolomeu:
ResponderEliminarFrancamente, essa de insinuar que o pessoal dos gabinetes (só) lê o 4R por penitência!...
Cara Catarina:
Ora aí está, a Catarina assimilou o objectivo supremo do 4R: FAZER TODOS FELIZES.
E em especial a Catarina!...
Ora, caro Dr. Pinho Cardão... não é sobejamente sabido que a penitência limpa a alma de pecados?
ResponderEliminarSó lhes faz bem penitenciarem-se caro Dr., só lhes faz bem... para que possam aspirar ao reino dos céus...
Caro Bartolomeu:
ResponderEliminarDe qualquer modo, deixou-me acabrunhado. É que o bom senso mandava que o pessoal dos gabinetes lesse o 4R por prazer. E para se ilustrar...
Eu sei que estamos a entrar na época natalícia, mas... daí a acreditar no Pai Natal, vai uma distância considerável, caro Dr. Pinho Cardão.
ResponderEliminarContudo... no que refere à ilustração...(tá-maqui uma libelinha a zumbir ao ouvido, que é mais fácil ensinar um porco a anadar de biciclete)mas sim, até pode ser que sim, não sou muito optimista, mas pronto, dado o esforço dispensado pelos autores do 4R, faço de contas...
Perdoe-me caro Drº Pinho Cardão, não resisto a meter a colherada…
ResponderEliminarClaro que lêem e assiduamente! Quem é que se pode dar ao luxo de desperdiçar uma fonte inesgotável de conhecimento, a todos os níveis, como esta do 4R?
Vai ver que a função do recente distribuidor nomeado, afinal, tem plena justificação!. O pessoal do gabinete precisa de alguém exclusivamente atento à dinâmica das postagens que as imprima, que as etiquete por assunto, que as distribua e depois faça uma encadernação para consulta permanente…
E nota-se bem em alguns discursos e em algumas medidas mais brilhantes que a fonte de inspiração é este manancial de conhecimento designado 4R.
Como o Presidente do STJ está meio zangado com o PGR e; como o PM está zangado com o Publico, o Sol e alguma magistratura; como no PSD está meio-mundo zangado com o outro meio; como o PR está meio zangado com o Governo, com o qual está zangada a maioria do País e da magistratura: o distribuidor só pode ser ou de afectos ou de benzina para as nódoas. Mais hipóteses não vejo.
ResponderEliminarVai ver que é uma nova categoria que resultou da revisão das carreiras, o espírito inovador afirma-se!, mas quem distribui, distribui alguma coisa, ao menos para que se possam definir os objectivos - quantidade distribuida, material entregue, quantos os contemplados, ritmo de distribuição, etc. Se fosse chamado de redistribuidor seria mais fácil, uma vez a actual versão não exige objecto...
ResponderEliminarCaro JOTAC:
ResponderEliminarOra aí está um emprego útil para o Distribuidor!...
Caro JMG:
Poderá ser, mas palpita-me mais que será distribuidor de coisa nenhuma...
Cara Suzana:
Nova categoria que resultou das carreiras? Sei lá, tudo é possível, até carreiras especiais, com recrutamentos externos especiais, para gabinetes especiais...Carreiras muito in, muito fashion, possivelmente!...
Este comentário foi removido pelo autor.
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